A presença de Dom Zanoni Demettino Castro, Arcebispo de Feira de Santana, no Fórum Inter-religioso do G20 transcendeu o simbolismo. Foi um momento em que a voz profética da Igreja encontrou um palco global para ecoar os clamores de justiça, paz e dignidade humana. Em um mundo dividido por desigualdades e crises, Dom Zanoni se apresentou como um pastor comprometido não apenas com a fé, mas com ações concretas para transformar a realidade.
Sua mensagem, enraizada na doutrina social da Igreja, não foi apenas um apelo abstrato. Ao contrário, ele trouxe à tona exemplos práticos que revelam como a fé pode se traduzir em ações efetivas. Desde o combate à fome e à pobreza, por meio de iniciativas como a Pastoral da Criança e a Cáritas, até a defesa da criação e dos direitos dos povos indígenas, Dom Zanoni mostrou que o evangelho é, antes de tudo, um chamado à prática da justiça.
Um dos momentos mais marcantes de sua participação foi o relato sobre o trabalho desenvolvido com comunidades quilombolas na Bahia. Ali, a presença da Igreja vai além do campo espiritual, adentrando as trincheiras da luta por direitos, inclusão e dignidade. É um testemunho vivo de que a Igreja, quando engajada com os mais vulneráveis, se torna um agente de transformação social.
Dom Zanoni também destacou a necessidade de ações inter-religiosas e ecumênicas, particularmente no combate ao tráfico humano, uma das chagas mais vergonhosas do nosso tempo. Sua defesa da economia solidária, como alternativa ao sistema econômico excludente, reforça sua visão de que a fé deve ser uma força propulsora de mudanças estruturais.
Sua atuação no G20 nos recorda que a Igreja tem um papel insubstituível nos grandes desafios do nosso tempo. Enquanto o mundo busca respostas para crises globais, a presença de Dom Zanoni é um lembrete de que a fé, aliada à ação, é uma ferramenta poderosa para construir um futuro mais justo e solidário.
Mais do que um líder religioso, Dom Zanoni se mostrou um verdadeiro profeta contemporâneo, alguém que não apenas denuncia as injustiças, mas também aponta caminhos concretos para a transformação. Sua voz no G20 não foi apenas um eco; foi um grito por um mundo onde a paz e a justiça não sejam apenas ideais, mas realidades vividas.
Padre Carlos