Uma história digna de filme policial chocou os moradores de Ribeira do Pombal, no interior da Bahia. O caso de uma adolescente de 15 anos encontrada amordaçada às margens da BR-110, que inicialmente parecia ser mais um episódio de violência assustadora, teve um desfecho surpreendente: tudo não passou de uma farsa elaborada para justificar uma ausência de casa.
A adolescente foi localizada no último sábado (23), com os pulsos amarrados e amordaçada, alegando ter sido sequestrada por dois homens enquanto caminhava na sexta-feira (22). O relato mobilizou a polícia, gerou comoção na cidade e levantou temores sobre a segurança local. Porém, a reviravolta veio três dias depois, quando o delegado Tiago Alves Cunha, responsável pelo caso, anunciou que a jovem confessou ter inventado toda a situação com a ajuda de amigos.
De acordo com a investigação, o objetivo da encenação era justificar o fato de ter passado a noite fora de casa sem a permissão dos pais. O delegado afirmou que o depoimento contraditório da adolescente, aliado a evidências colhidas, desmontou a farsa. “Com o avanço das apurações, ficou claro que não houve sequestro. A jovem agiu para evitar uma punição familiar”, explicou.
O Conselho Tutelar foi acionado para oferecer suporte à adolescente e aos outros jovens envolvidos no plano, assegurando que os direitos de todos sejam garantidos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Enquanto isso, a polícia avalia se haverá algum tipo de responsabilização legal pela mobilização desnecessária das forças de segurança.
O caso levanta questões sobre os desafios das relações familiares, os impactos emocionais em adolescentes e a necessidade de diálogo aberto em casa. O episódio também serve como alerta para o uso prudente dos recursos públicos, já que falsas denúncias podem comprometer investigações de crimes reais.
Embora o mistério tenha sido solucionado, o episódio ainda repercute em Ribeira do Pombal, onde a população tenta entender como um enredo tão dramático e inusitado pôde tomar proporções tão grandes.