Política e Resenha

É hora de repensar o planejamento urbano de Vitória da Conquista

 

Vitória da Conquista é uma cidade do sudoeste da Bahia, que se destaca por sua importância econômica, política e cultural na região. A cidade tem uma história de mais de dois séculos, marcada por lutas, resistências e conquistas. No entanto, o seu crescimento urbano nem sempre foi planejado e sustentável, resultando em problemas sociais, ambientais e de mobilidade.

Um dos fatores que influenciaram o desenvolvimento urbano de Vitória da Conquista foi a sua localização estratégica, próxima a importantes rodovias que ligam a cidade a outros centros regionais, como Barra do Choça, Brumado, Itambé e a BR-116. Essas rodovias facilitaram o fluxo de pessoas, mercadorias e serviços, mas também estimularam a ocupação desordenada do solo urbano, com a criação de loteamentos e conjuntos habitacionais às margens ou próximos das estradas.

Essa forma de crescimento urbano gerou uma cidade “espalhada”, com grandes espaços não construídos, que aos poucos foram sendo ocupados por novos loteamentos, inclusive por iniciativa pública. Esse processo trouxe consequências negativas para a qualidade de vida da população, como a falta de infraestrutura, a precarização dos serviços públicos, a segregação socioespacial e a dificuldade de integração entre as diferentes áreas da cidade.

Além disso, a mistura de tráfego urbano e rodoviário nas vias que cortam a cidade aumentou os riscos de acidentes, congestionamentos e poluição. A mobilidade urbana se tornou um dos principais desafios para a gestão pública, que precisa investir em alternativas de transporte coletivo, ciclovias, calçadas e sinalização.

Diante desse cenário, é preciso repensar o modelo de crescimento urbano de Vitória da Conquista, buscando formas mais sustentáveis, participativas e integradas de planejamento e gestão. A cidade precisa valorizar o seu patrimônio histórico, cultural e ambiental, promover a inclusão social e a cidadania, e garantir o direito à cidade para todos os seus habitantes.