No nono dia de incertezas sobre o destino do helicóptero que desapareceu em São Paulo no último dia do ano passado, a Polícia Civil recorre a uma estratégia peculiar para desvendar o mistério: a localização dos celulares dos ocupantes da aeronave. Este é um capítulo que nos leva a refletir sobre os avanços tecnológicos e sua aplicação nas operações de busca e salvamento.
As autoridades utilizam dados das antenas (ERBs) para rastrear os aparelhos, buscando pistas que possam revelar o paradeiro do Robinson R44 fabricado em 2001. Um drama que se desenrola com a tensão causada pelo mau tempo no litoral norte, onde o piloto enfrentou dificuldades antes de desaparecer do radar.
A Unidade de Inteligência do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) age com autorização judicial, garantindo que não houve interceptação de áudio, dados telemáticos ou mensagens de texto dos ocupantes. A busca se concentra na localização da aeronave e de seus ocupantes, com a participação ativa da Polícia Militar e da Força Aérea Brasileira (FAB).
O major Cesar Augusto Silva, porta-voz do Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo, expressa a esperança de encontrar os desaparecidos com vida. Esta esperança é compartilhada pelos familiares, que enfrentam a angústia da incerteza.
“É muito angustiante viver sem uma resposta, sem saber o que está acontecendo. Estou vivendo à base de remédio, está muito difícil de raciocinar, mas eu não perdi as esperanças. Eu creio que elas vão voltar”, relata Neusa Rodzewics, mãe de Luciana Marley Rodzewics Santos e avó de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, que estavam a bordo.
As críticas também se fazem presentes, especialmente em relação à atitude do piloto, Cassiano Tete Teodoro. A avó questiona por que ele não pediu ajuda e permaneceu no local, evitando a tragédia. Essa perspectiva lança luz sobre a importância de decisões críticas em situações de emergência.
A Força Aérea Brasileira (FAB) reforça as buscas, empregando o helicóptero Black Hawk e o avião SC-105 Amazonas. Este último, equipado com tecnologia avançada, demonstra a capacidade das forças de resgate em utilizar recursos de ponta para otimizar a operação.
Neste momento delicado, a colaboração da população local é crucial. A Polícia Militar destaca a importância das informações enviadas pelos moradores, conhecedores da região, para orientar as buscas.
O mistério do helicóptero desaparecido é um desafio que testa as capacidades das autoridades e das forças de resgate. Enquanto a busca continua, resta a esperança de que a verdade seja revelada e que, de alguma forma, as quatro pessoas desaparecidas retornem ao convívio de seus entes queridos.