A história de Vitória da Conquista não seria a mesma sem a bravura e o espírito visionário daqueles que, décadas atrás, deixaram suas pequenas cidades no Recôncavo baiano para buscar novos horizontes no Planalto da Conquista. Entre esses pioneiros, estão os migrantes de São Miguel das Matas e região, que vieram em meados do século passado, trazendo consigo mais do que sonhos – trouxeram uma cultura rica, o valor do trabalho e a determinação de construir um futuro próspero para si e para as futuras gerações.
Hoje, essas figuras se encontram na terceira idade, sendo parte de um grupo de idosos que simboliza a essência de uma geração que construiu, tijolo por tijolo, uma nova história em Vitória da Conquista. São homens e mulheres que, ao longo de décadas, contribuíram silenciosamente para o crescimento e sucesso da cidade, ajudando-a a se tornar o importante polo que é hoje. Criaram filhos, netos e legados, mas não deixaram suas raízes para trás; pelo contrário, cultivaram-nas aqui, misturando as tradições de São Miguel das Matas com as novas oportunidades encontradas na Conquista.
O Encontro dos Miguelenses deste ano, ao dedicar seu tema a esses idosos pioneiros, é mais do que uma celebração; é um resgate da memória e uma homenagem às origens. Memorializar essa trajetória significa não apenas valorizar os que vieram antes de nós, mas reconhecer o que eles deixaram como herança cultural, afetiva e histórica. É um ato de respeito por aqueles que tiveram a coragem de recomeçar, honrando suas raízes, trazendo consigo o sotaque, as danças e os costumes de sua terra natal e transformando tudo isso em novas tradições no Planalto da Conquista.
Esses migrantes foram os verdadeiros visionários, enxergando em Vitória da Conquista uma terra onde poderiam fincar raízes e crescer, uma cidade que hoje se orgulha de sua diversidade cultural e de sua gente. Os miguelenses e outros imigrantes do Recôncavo são responsáveis por esse mosaico, deixando marcas na economia, no comércio e, principalmente, nos laços familiares que se estendem por toda a região.
Em um mundo onde as pessoas são frequentemente estimuladas a buscar novos rumos e esquecer as origens, o Encontro dos Miguelenses se destaca como um gesto que nos lembra da importância de ter referências. É no reconhecimento das raízes que encontramos a sabedoria e a força que nos sustentam. Ao homenagear esses idosos, a comunidade celebra não apenas o passado, mas a continuidade de uma cultura que não se apaga, de um legado que segue vivo nas novas gerações.
Para Vitória da Conquista, valorizar essas figuras é um compromisso com sua própria identidade, é entender que o crescimento e o desenvolvimento são fruto do esforço de muitos, que cada pedra assentada na cidade carrega consigo uma história de sacrifício e esperança. Que o Encontro dos Miguelenses inspire as novas gerações a valorizar suas raízes e entender que a história é construída por aqueles que vieram antes, pelos pioneiros que fincaram suas bandeiras em novos territórios e abriram caminhos para os que viriam depois.