Uma recente declaração de um vereador conceituado, afirmando que não apoiassem o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) não seria membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), me fez refletir sobre a mudança e o significado da identidade partidária no cenário político atual.
A frase me remeteu a um antigo ditado que ecoou no século passado: “não existe salvação fora da Igreja, nem esquerda fora do Partidão”. No entanto, o mundo mudou, e o PCdoB também. O partido que uma vez manteve uma forte identidade comunista, hoje possui um espectro ideológico mais aberto e diversificado.
Com a decisão de abrir suas portas para quadros que não possuem o tradicional espectro comunista, o PCdoB demonstrou que está ciente da necessidade de adaptação a um cenário político em constante mudança. Essa mudança, entretanto, tem sido vista com receio por alguns membros mais tradicionais, que temem que a identidade do partido seja diluída com a inclusão de novas perspectivas.
Não se pode negar que o novo sempre gera medo. Mas também é inegável que a capacidade de se adaptar e crescer é fundamental para o sucesso de qualquer partido político. O PCdoB se encontra neste dilema: ou cresce e vai perdendo a identidade com quadros que não foram forjados em suas fileiras, ou se mantém pequeno, preservando uma identidade mais homogênea.
Em última análise, a mudança é inevitável e a capacidade de adaptação é essencial para o crescimento e a relevância política. O PCdoB, assim como qualquer outro partido, precisa encontrar a balança entre a manutenção de sua identidade e a necessidade de evoluir e expandir sua base de apoio. E é através do diálogo, da reflexão e da ação que o partido poderá encontrar o caminho para o futuro.