Política e Resenha

Entre o Martírio e o Voto Camarão: O Dilema dos Candidatos do AVANTE a Vereador em Vitória da Conquista

 

Em tempos de eleições proporcionais, Vitória da Conquista se vê imersa em uma polarização intensa, onde a figura da prefeita Sheila Lemos e o(a) candidato(a) apoiado pelo governo do estado monopolizam o cenário político. Essa dinâmica deixa escasso o espaço para uma terceira via que se apresente como viável. A candidatura de Marcos Adriano pelo AVANTE, embora seja uma tentativa louvável de desafiar o bipartidarismo local, corre o risco de não apenas resultar em uma derrota no âmbito da chapa proporcional, mas também de prejudicar os vereadores que lutam pela sua sobrevivência política.
A estratégia de focar unicamente em um candidato que não consegue pontuar significativamente nas pesquisas é uma faca de dois gumes. Por um lado, há a fidelidade aos princípios partidários; por outro, a realidade das urnas, que tende a ser cruel com aqueles que não capturam a atenção do eleitorado. Em uma eleição marcada pela polarização, os votos se concentram nos dois principais candidatos, deixando à margem as opções menos competitivas.
Nesse contexto, surge o “voto camarão” como uma estratégia de sobrevivência para os candidatos a vereador. Ao buscar alianças com candidaturas mais fortes, eles podem ampliar suas chances de sucesso, evitando assim o “abraço dos afogados” – o destino daqueles que, presos a um discurso intransigente, falham em adaptar suas estratégias à realidade eleitoral.
A situação em Vitória da Conquista é um sinal de alerta para aqueles que desejam desafiar o sistema bipartidário. O cenário atual não favorece a emergência de uma terceira via robusta. A insistência em seguir um caminho sem apoio popular significativo pode acarretar a derrota não só dos candidatos majoritários, mas também dos seus aliados na chapa proporcional. Aqueles que não conseguem se adaptar e interpretar o momento político correm o risco de serem engolidos pelo mar de polarização que domina a cena eleitoral.
Em suma, a eleição em Vitória da Conquista reflete uma realidade política mais ampla, onde a polarização e o bipartidarismo ainda reinam supremos. Para uma terceira via emergir como força significativa, é necessário mais do que apenas apresentar uma alternativa; é preciso engajar o eleitorado e demonstrar viabilidade prática dentro do contexto político vigente.