Política e Resenha

Flagrado com 100 canetas de ‘remédio milagroso’ para emagrecer: Receita Federal desmantela esquema internacional

A Receita Federal realizou uma grande apreensão de medicamentos ilegais na noite desta segunda-feira (10), quando interceptou um passageiro de 22 anos, natural de Vitória da Conquista, transportando 100 canetas do medicamento Mounjaro, popularmente conhecido por seu uso para emagrecimento. O jovem chegou ao Brasil em um voo da Air France, procedente de Paris, e foi flagrado com os produtos escondidos debaixo da própria roupa, em uma tentativa desesperada de evitar a fiscalização.

A abordagem aconteceu no aeroporto graças às técnicas de análise de risco utilizadas pela equipe da Receita Federal, que identificou padrões suspeitos e selecionou o passageiro para revista pessoal. A surpresa veio ao descobrirem que ele possui laços familiares com um grupo já investigado por trazer esse tipo de medicamento de forma irregular para revenda em clínicas clandestinas.

Tráfico de medicamentos: um esquema internacional

Durante o interrogatório, o passageiro afirmou ter adquirido os medicamentos em Londres, mas a suspeita é de que a carga faça parte de uma operação criminosa maior. No último dia 10 de fevereiro, a Receita Federal já havia apreendido 681 caixas vazias de embalagens do mesmo medicamento, produzidas no Reino Unido, reforçando as evidências de um esquema organizado de tráfico internacional de medicamentos.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que deverá aprofundar as investigações e tomar as medidas cabíveis contra os envolvidos. A Receita Federal alertou que o Mounjaro, à base de Tirzepatida, só pode ser importado para uso pessoal mediante apresentação de receita médica. A comercialização desse medicamento no Brasil é proibida, e o fato de ter sido transportado sem refrigeração aumenta ainda mais os riscos à saúde dos consumidores.

Medicamentos clandestinos: um risco fatal

O uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento tem crescido exponencialmente, impulsionado pela busca por soluções rápidas e por influenciadores digitais que promovem substâncias sem respaldo médico adequado. No entanto, o transporte irregular dessas drogas não apenas viola a legislação sanitária, mas também coloca vidas em risco, já que esses produtos podem perder sua eficácia ou até mesmo se tornar tóxicos quando armazenados de forma inadequada.

A Receita Federal reforça seu compromisso no combate ao comércio ilegal de medicamentos, destacando a importância da cooperação entre os órgãos públicos para garantir a segurança da população. O caso acende um alerta sobre o mercado negro de substâncias para emagrecimento, que cresce à sombra da clandestinidade e da ganância de quem lucra com a saúde alheia.

As investigações continuam e podem revelar ainda mais detalhes sobre essa rede criminosa que abastece clínicas clandestinas e consumidores desavisados com medicamentos potencialmente perigosos.