A fuga de presos de alta periculosidade é sempre um alerta vermelho para a eficácia dos sistemas de segurança pública. No caso dos fugitivos de Mossoró, o panorama não é diferente. A reação lenta e as falhas estratégicas expõem não apenas a vulnerabilidade do sistema prisional, mas também a incapacidade de mobilização rápida diante de situações críticas.
Desde a madrugada em que Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça escaparam, já se passaram dezoito longos dias de busca incansável. No entanto, a efetividade desses esforços é questionável, especialmente quando confrontada com a astúcia e os recursos dos fugitivos, suspeitos de estarem ligados ao Comando Vermelho.
Especialistas em segurança pública apontam uma série de fatores que contribuíram para a dificuldade na captura. O tempo crucial perdido desde a percepção da fuga, as conexões criminosas dos fugitivos e a possível conivência interna são apenas alguns elementos que amplificam o desafio enfrentado pelas autoridades.
É inegável que a falta de uma reação imediata e coordenada, aliada à ausência de uma estratégia de comunicação eficaz com a comunidade, compromete seriamente os esforços de recaptura. A falta de um gerente de crise experiente, capaz de articular as diversas forças de segurança envolvidas, é um sintoma claro da desorganização enfrentada.
Além disso, a utilização de tecnologias adequadas para busca e captura, como drones, helicópteros e câmeras térmicas, é fundamental para ampliar as chances de sucesso. No entanto, a subutilização desses recursos revela uma lacuna na preparação e no investimento em ferramentas modernas de vigilância.
A expectativa de que os fugitivos possam estar enfrentando dificuldades, somada à possibilidade de confrontos violentos com as forças policiais, lança luz sobre a urgência de uma resposta efetiva e proativa. O desfecho dessa saga está em aberto, mas uma coisa é certa: as lições devem ser aprendidas e as correções implementadas para evitar que episódios como esse se repitam no futuro.
É hora de agir com determinação, corrigir os erros do passado e mostrar que a segurança pública é uma prioridade inegociável. A população espera e merece uma resposta à altura dos desafios que enfrentamos. A falha não é uma opção. O tempo urge, e a eficiência é a única moeda aceitável neste jogo de vida ou morte.
Autoria: Maria Clara, Articulista do Política e Resenha