A contenda política no Brasil atinge uma nova altura, desta vez envolvendo a independência do Banco Central. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, lançou duras críticas às manobras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em busca da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garanta autonomia financeira e orçamentária à instituição.
Em suas declarações ao programa “CNN Entrevistas”, Hoffmann questionou veementemente as intenções de Campos Neto, sugerindo que a busca por autonomia financeira poderia transformar o Banco Central em uma entidade semelhante a um banco privado. Ela argumentou ainda que Campos Neto deveria encerrar seu mandato de forma tranquila, ao invés de se envolver em articulações políticas.
A PEC em questão, aprovada em 2021 durante o governo de Jair Bolsonaro, estabelece um mandato de quatro anos para o presidente e diretores do Banco Central, com o objetivo de proteger a instituição de interferências políticas do governo federal. No entanto, Gleisi Hoffmann expressou desaprovação em relação à medida, afirmando que o PT se opõe à ideia.
A proposta, atualmente em tramitação no Senado e em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é relatada pelo senador Plínio Valério. Enquanto isso, Campos Neto tem buscado apoio tanto entre os parlamentares quanto junto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para promover a matéria.
Gleisi Hoffmann destacou que não conversou com o governo sobre o assunto e reiterou a posição do PT contra a autonomia do Banco Central, argumentando que a instituição já teve autonomia no passado e que o mandato descoincidente com o presidente da República é uma medida desnecessária.
A batalha política em torno da autonomia do Banco Central promete ser acalorada nos próximos meses, com diferentes atores políticos defendendo seus interesses e visões sobre o papel e a independência da instituição.
Maria Clara, articulista do Política e Resenha