Política e Resenha

Haroldo Lima: O Último Guerreiro da Revolução Brasileira

 

 

Por: Padre Carlos

Haroldo Lima foi um daqueles homens cuja vida se confunde com a própria história de resistência e luta do povo brasileiro contra a opressão e a injustiça social. Nascido na Bahia em 1939, ele ainda jovem ingressou no movimento estudantil e se filiou à Ação Popular (AP), organização de esquerda cristã que posteriormente se tornou marxista-leninista. Foi nesse caldeirão de ideais progressistas e anseios por transformação que Haroldo forjou seu caráter revolucionário.

Com a instauração da ditadura militar em 1964, Haroldo enfrentou de frente o regime opressor. Foi preso e torturado repetidas vezes, mas sua convicção e coragem foram inabaláveis. Sobreviveu até mesmo à brutal Chacina da Lapa em 1976, quando três de seus companheiros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) foram covardemente assassinados. Haroldo demonstrou, com seu próprio sangue, que a luta contra a tirania não poderia ser silenciada.

A redemocratização do país não arrefeceu sua militância. Pelo contrário, ele se tornou um ferrenho defensor dos direitos dos trabalhadores, camponeses, negros, mulheres e jovens, sendo eleito por cinco mandatos consecutivos como deputado federal pela Bahia. Na Assembleia Constituinte de 1988, Haroldo foi um dos parlamentares mais ativos, empenhado em garantir que a nova Constituição refletisse os anseios populares por justiça e igualdade.

Mas Haroldo não era apenas um lutador pelos oprimidos dentro do Brasil. Seu internacionalismo o levou a apoiar causas como a Revolução Cubana, a Revolução Bolivariana na Venezuela, a luta antiapartheid na África do Sul e a resistência palestina contra a ocupação israelense. Ele compreendia que as injustiças não conhecem fronteiras e que a luta dos povos oprimidos é una e indivisível.

No governo Lula, Haroldo teve a oportunidade de colocar em prática seus ideais patrióticos e desenvolvimentistas como diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Nessa função, ele contribuiu decisivamente para o fortalecimento da Petrobras e para a exploração soberana do pré-sal, garantindo que essa riqueza natural fosse utilizada em benefício do povo brasileiro.

Até o fim de sua vida, Haroldo permaneceu fiel aos princípios comunistas e à luta pelo socialismo, convicto de que essa era a única alternativa para superar as contradições inerentes ao capitalismo. Sua morte prematura, em março de 2021, vítima da Covid-19, encheu de tristeza e saudade todos aqueles que lutaram ao seu lado ou se inspiraram em seu exemplo.

Haroldo Lima deixou um legado imperecível para as atuais e futuras gerações de revolucionários. Seu nome estará para sempre ligado à resistência contra a opressão, à defesa intransigente dos oprimidos e à luta pela emancipação do povo brasileiro. Ele foi, verdadeiramente, um guerreiro incansável pela causa da justiça e da igualdade social.

Que a chama acesa por Haroldo continue a arder nos corações de todos aqueles que sonham com um Brasil soberano, livre e justo. Viva Haroldo Lima! Viva o PCdoB! Viva o Brasil! Viva o socialismo!