Em um cenário político marcado por polarizações e rivalidades ideológicas, é raro encontrar exemplos de colaboração genuína entre partidos com históricos tão distintos quanto o PCdoB e o União Brasil. No entanto, a trajetória do deputado Jean Fabrício em Vitória da Conquista desafia essa lógica e nos convida a refletir sobre o que deve, de fato, nortear a política: o interesse coletivo acima das siglas.
Não há como negar: a aproximação entre o vereador Luís Carlos Dudé (União Brasil), aliado da prefeita Sheila Lemos, e o deputado Jean Fabrício (PCdoB) é um fenômeno político singular. Dudé, integrante da base governista, não apenas compareceu à plenária organizada por Fabrício Falcão (PCdoB), como declarou apoio público à reeleição do parlamentar. Esse movimento, longe de ser um mero “flerte” tático, simboliza um rompimento saudável com o sectarismo que muitas vezes paralisa a gestão pública.
O que explica essa união? A resposta está no reconhecimento de um trabalho republicano. Jean Fabrício construiu sua trajetória não com discursos inflamados, mas com ações concretas. Sua atuação na Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista, articulando apoio à prefeitura e a cooperativas, é emblemática: ele entende que o desenvolvimento local exige parcerias, não guerras de ego.
O discurso de Dudé no evento é revelador: “Fabrício pode andar de cabeça erguida […] porque dedicou toda a sua vida a trabalhar por esta cidade”. A fala não é apenas um elogio, mas um testemunho de que é possível convergir quando há compromisso com resultados. O vereador não esconde sua afinidade com a prefeita Sheila Lemos, mas reconhece que a eficiência de um parlamentar não pode ser refém de alinhamentos partidários rígidos. Afinal, como justificar oposição a quem efetivamente entrega obras, dialoga com a população e resolve problemas?
Criticarão os céticos: “Isso não passa de oportunismo!”. Contudo, é preciso distinguir cálculo eleitoral de legítima convergência programática. O apoio de Dudé não nasceu de uma negociação de cargos, mas da constatação de que Fabrício, mesmo em um governo de base aliada divergente, prioriza projetos que beneficiam a cidade. Esse é o cerne do comportamento republicano: governar para todos, não apenas para quem compartilha a sigla.
O caso de Vitória da Conquista nos ensina que a política brasileira não está condenada ao imobilismo. Quando líderes como Jean Fabrício demonstram que é possível conciliar ideologia e pragmatismo, abrem-se caminhos para coalizões inéditas. Não se trata de diluir convicções, mas de encontrar pontos de contato em prol do bem comum. Afinal, como disse Dudé, “aqui você vai ter um soldado com o mesmo vigor […] para que a gente possa avançar”.
Enquanto muitos gastam energia em brigas de WhatsApp, Fabrício e seus apoiadores mostram que a verdadeira força política está em quem une, não em quem divide. Se queremos superar a crise de representatividade que assola o país, precisamos de mais exemplos como este: onde vereadores, deputados e prefeitos ousem transpor as barreiras partidárias em nome de uma gestão competente e inclusiva.
Jean Fabrício não é um caso isolado; é um modelo a ser seguido. E, em tempos de descrença generalizada, essa é uma esperança que merece ser celebrada.