Política e Resenha

Jequié em Crise: Quando a Violência Escancara a Falência da Segurança Pública

 

 

 

 

A cidade de Jequié, no sudoeste baiano, agoniza diante de uma escalada de violência que ultrapassou todos os limites da tolerância. Em menos de 24 horas, quatro homicídios foram registrados, elevando o número de assassinatos em 2024 para alarmantes 79 casos. A população, entre o medo e a indignação, clama por respostas concretas e imediatas enquanto vive sob o domínio do caos.

Os relatos dos últimos dias são dignos de uma tragédia anunciada. Na madrugada desta quarta-feira, 11, criminosos invadiram uma residência na Rua da Banca e executaram o jovem Alison Novaes dos Santos, de 24 anos, a tiros. Antes disso, na terça-feira, o bairro Jequiezinho foi palco de outro homicídio brutal, quando Alessandro Gonzaga Santos, de 26 anos, foi assassinado dentro de um bar. À noite, outro jovem, conhecido como Berinjela, foi alvejado no bairro Amaralina, e ainda em Lafaiete Coutinho, município vizinho, mais uma vida foi ceifada.

Esses números assustadores não são meros indicadores de criminalidade; são o reflexo de uma estrutura de segurança pública falida e de um governo estadual que parece incapaz de lidar com a situação. Jequié, que já foi apelidada de “Cidade Sol”, hoje amarga a sombra de uma violência que cresce de forma desenfreada, expondo a fragilidade do aparato policial e a falta de uma política pública eficaz para conter o derramamento de sangue.

O que está em jogo?

A violência que assola Jequié não é um problema isolado. Ela reflete uma crise de segurança pública que atinge toda a Bahia. Contudo, o caso de Jequié é particularmente emblemático porque evidencia o descaso com o qual o governo estadual trata cidades que não estão nos holofotes da mídia nacional. Enquanto Salvador e outras capitais regionais recebem maior atenção, Jequié e municípios vizinhos são deixados à própria sorte, com recursos escassos e forças policiais insuficientes para enfrentar o crime organizado.

O governador, até agora, tem se mantido em silêncio diante da calamidade. Não é hora de delegar responsabilidades a terceiros ou de confiar unicamente em medidas paliativas. É hora de ação. O mínimo que se espera é que o chefe do Executivo estadual se desloque para Jequié, ouça a população e coordene um plano emergencial para restaurar a ordem.

Soluções possíveis

A curto prazo, medidas como o reforço do efetivo policial, operações integradas com a Polícia Federal e ações de inteligência para desmantelar facções criminosas são imperativas. Mas segurança pública não se resolve apenas com repressão. É preciso atacar as raízes do problema: falta de oportunidades, evasão escolar, e ausência de políticas sociais que impeçam que jovens sejam cooptados pelo crime.

A população de Jequié não merece continuar vivendo como refém de bandidos. É hora de o governo encarar a crise com a seriedade que ela exige. Até lá, a indignação e o medo dos moradores seguirão sendo a única resposta ao que parece ser uma tragédia sem fim.

Conclusão

Jequié não pode mais esperar. Se as autoridades não agirem, a cidade continuará acumulando perdas irreparáveis, e o ciclo de violência só se agravará. Enquanto isso, resta ao povo cobrar, se unir e resistir, na esperança de que a justiça e a paz possam, um dia, voltar a prevalecer.