Política e Resenha

Jerônimo Rodrigues: A Fornalha Política e o Aviso aos que Querem Voltar ao Poder

 

 

No complexo tabuleiro político baiano, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) lançou um recado que ecoa como um trovão no céu carregado de 2026: ele não será um micro-ondas político, aquecendo o prato para outros se banquetear. Sua fala, durante o Projeto Prisma, foi clara e direta, uma mensagem cortante para aqueles que, nos bastidores, ensaiam um retorno ao poder em Ondina.

A política é um jogo de xadrez, onde cada movimento precisa ser calculado com precisão. Jerônimo, conhecedor das artimanhas e estratégias desse jogo, deixou claro que não está disposto a ser peão de ninguém. A metáfora do micro-ondas – simples, mas poderosa – revela muito sobre seu entendimento da política: ele não está aqui para aquecer um lugar que será servido em um prato de prata para outros.

Jerônimo Rodrigues não é uma peça passiva no jogo político; ele é a fornalha que molda, forja e transforma. E sua fornalha não será usada para dar forma a ambições alheias. O recado foi especialmente dirigido àqueles que, após indicarem seus sucessores, agora almejam um retorno triunfal, como se o poder fosse um assento reservado à espera de seu dono legítimo.

Na política, muitas vezes, vê-se a tentativa de tratar o poder como uma reserva de vaga, como se ele pudesse ser guardado para uso futuro. No entanto, Jerônimo foi categórico ao apontar a incongruência dessa prática. Se o sucessor está desempenhando bem, qual a lógica em removê-lo para satisfazer um desejo de retorno? A política, como ele bem indicou, não deve ser um jogo de “reserva de vaga”, mas sim uma arena onde o mérito e a continuidade do trabalho falam mais alto do que os interesses pessoais.

A analogia com a disputa municipal é perfeita. Em diversas cidades, prefeitos indicam seus sucessores e, após um tempo, tentam retornar ao cargo, movidos por uma nostalgia de poder ou pela percepção de que o lugar nunca deixou de lhes pertencer. Jerônimo, no entanto, expôs essa prática como o que realmente é: uma tentativa de manipulação do processo democrático para favorecer uma pequena elite política em detrimento dos interesses coletivos.

Esse posicionamento de Jerônimo Rodrigues revela um líder atento, que compreende a importância de manter a integridade e a continuidade do projeto que está à frente. Ele se recusa a ser um “esquentador de cadeiras”, alguém que simplesmente guarda o lugar para que outros possam retornar quando conveniente. Essa é uma mensagem forte para aqueles que estão acostumados a tratar o poder como uma propriedade pessoal, e não como um serviço público.

O governador da Bahia está jogando suas cartas com habilidade. Ele sabe que a política é uma maratona, não uma corrida de 100 metros, e que aqueles que tentam manipular as regras do jogo para seu benefício próprio correm o risco de tropeçar. Jerônimo, ao contrário, mantém seu foco no longo prazo, assegurando que seu governo não será um interlúdio para o retorno de antigos donos do poder, mas sim uma continuação de um projeto que visa ao bem comum.

Jerônimo Rodrigues deixou claro que sua fornalha política não será usada para aquecer as ambições de quem quer que seja. Ele não é um micro-ondas, e a política baiana não será um buffet onde uns preparam e outros servem-se sem esforço. Essa postura reflete um compromisso com o serviço público e com a continuidade de um projeto de governo que visa a todos os baianos, e não apenas a um seleto grupo. E esse é um recado que reverberará pelos corredores do poder até 2026 e além.