Quase 3 anos após o brutal assassinato da jovem Sashira Camilly Cunha, de apenas 19 anos, em Vitória da Conquista, Bahia, a comunidade local e os familiares da vítima aguardam ansiosos pela realização do julgamento dos três acusados. Infelizmente, o caminho até a justiça tem sido marcado por obstáculos e incertezas, gerando uma mistura de esperança e preocupação.
O crime, que chocou a todos pela sua crueldade, teve como protagonistas o ex-namorado de Sashira, Rafael Souza, e seus dois comparsas, Marcos Vinícius Fernandes e Felipe Gusmão. De acordo com as investigações, Rafael teria dopado Sashira com medicamentos e, posteriormente, esfaqueado a jovem no pescoço e no rosto. Entretanto, incapaz de concluir o ato, ele contou com a ajuda de Marcos, que enforcou a vítima até a morte.
Diante da gravidade do crime e de sua repercussão na comunidade local, é compreensível a preocupação dos familiares e da população de Vitória da Conquista quanto à realização do julgamento na própria comarca. Informações obtidas exclusivamente indicam que os réus estariam tentando o recurso legal conhecido como “desaforamento”, que permitiria a transferência do julgamento para outra localidade, sob a alegação de possível influência dos jurados devido à grande repercussão midiática do caso.
Essa manobra legal, se concedida pela Justiça, poderia representar mais um obstáculo no caminho da família de Sashira em busca da tão almejada justiça. Afinal, a realização do julgamento fora da comarca onde o crime ocorreu poderia dificultar o acesso dos familiares e da comunidade, além de gerar a sensação de distanciamento do processo.
Por outro lado, é importante ressaltar que o desaforamento é um recurso previsto em lei e, em determinados casos, pode ser justificado quando houver risco de influência indevida sobre os jurados. Cabe à Justiça avaliar cuidadosamente as circunstâncias do caso e tomar a decisão que melhor atenda aos princípios do devido processo legal.
Ainda que a espera tenha sido longa e dolorosa, a expectativa é de que o julgamento dos acusados ocorra o mais breve possível, de modo a proporcionar um mínimo de justiça e paz para a família de Sashira. Afinal, a demora na prestação jurisdicional pode ser tão prejudicial quanto a própria denegação da justiça.
Nesse sentido, é fundamental que o Poder Judiciário atue com celeridade e diligência, garantindo que o julgamento dos acusados seja realizado com a máxima imparcialidade e transparência, independentemente do local escolhido. Somente assim, a comunidade de Vitória da Conquista e os entes queridos de Sashira poderão ter a chance de alcançar a justiça tão almejada e, quem sabe, encontrar um pouco de alívio após anos de dor e angústia.