Há quem diga que, na política, só há três formas de vencer uma eleição: ser popular como uma celebridade local, ter anos de serviços prestados à comunidade ou contar com a poderosa máquina pública e aquela estrutura de fazer inveja até à NASA. Ah, e claro, sempre existe a opção de nadar em um oceano de dinheiro, o que não machuca nem um pouco. Mas, como sou uma pessoa justa e não quero ser processado por alguém com uma retórica afiada ou uma equipe jurídica que dorme com o Código Penal ao lado da cama, sou obrigado a admitir uma quarta opção: milagre!
Sim, meus caros, o nosso querido prefeito José Henrique Tigre, o popular Quinho, parece ter encontrado o Santo Graal das eleições e desvendado o que só pode ser descrito como um fenômeno divino. A esposa dele, Leia de Quinho, foi eleita vereadora em Vitória da Conquista com exatos 4.272 votos! Agora, não me entendam mal, não estou dizendo que houve algo de errado… Até porque, quem sou eu para falar de votos transferidos, comícios milagrosos e pérolas eleitorais?
Aliás, parece que a campanha de Leia foi algo tão sério que as bolhas nos pés dela foram registradas como patrimônio cultural de tamanha dedicação. Segundo o próprio Quinho, ela andou tanto na zona rural que se a campanha durasse mais um mês, ela teria dado a volta no globo terrestre a pé! “Corpo a corpo”, ele diz. E eu acredito, claro! Porque política de verdade se faz é com bolha no pé e não com dedos no teclado, como o meu pobre caso.
Agora, vamos falar sério. Em uma gravação pra lá de polêmica, o radialista Washington Rodrigues, que, pelo jeito, estava com uma dose extra de sinceridade, questionou uma possível transferência de eleitores de Belo Campo para dar aquele empurrãozinho extra à vitória de Leia. Algo assim como um “toque de mestre” para garantir o sucesso. Ele chegou até a dizer que bastava a Polícia Federal bater em umas 50 portas para descobrir se os eleitores realmente moravam em Conquista ou se estavam apenas curtindo uma estadia eleitoral improvisada.
E foi aí que Quinho, demonstrando um comportamento exemplar de bom cidadão, prestou queixa. Porque, como ele mesmo afirmou, “o ônus da prova cabe a quem acusa”. E, como não temos provas para sustentar certas acusações e não queremos calúnias, só podemos acreditar que essa eleição foi fruto de trabalho duro, de uma campanha feita “do jeito certo” e, claro, de muita ética. Afinal, como o próprio prefeito enfatizou: quem o conhece sabe que ele sabe fazer política. E sabe mesmo! Vamos ser sinceros, se ele tivesse outra profissão, deveria ser palestrante motivacional, porque convencer é com ele mesmo!
Agora, será que a Polícia Federal vai seguir o conselho de Washington e dar aquela “batida amiga” em algumas portas? Bom, o futuro dirá. Até lá, seguimos acreditando no poder da democracia e na força das bolhas nos pés, porque se tem uma coisa que essa eleição nos ensinou é que, além de votos, o caminho para o sucesso pode ser pavimentado com suor e bolhas (literalmente).
No fim das contas, só nos resta uma reflexão: será que a verdadeira fórmula para vencer eleições não é popularidade, estrutura de poder ou dinheiro, mas sim… perseverança divina? Porque, meus amigos, se não for isso, só pode mesmo ser milagre!