A recente investigação envolvendo militares das forças especiais do Exército revela uma das faces mais preocupantes da radicalização política no Brasil contemporâneo. O caso do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo e seus supostos comparsas representa não apenas uma grave ameaça à democracia, mas também um sintoma alarmante do extremismo que se instalou em certos setores da sociedade brasileira.
É particularmente perturbador que membros das Forças Armadas, instituição que deveria defender a Constituição e a ordem democrática, sejam investigados por supostamente planejarem atos de violência contra autoridades legitimamente constituídas. O timing do suposto plano – após as eleições de 2022 – sugere uma recusa em aceitar o resultado das urnas, princípio básico do jogo democrático.
A gravidade das acusações – planejamento de assassinato do presidente, vice-presidente e de um ministro do STF – demonstra até onde pode chegar a radicalização política quando ultrapassa os limites do debate democrático. Não estamos falando de mera discordância política, mas de uma tentativa de subverter violentamente a ordem constitucional.
Este episódio nos força a refletir sobre três pontos cruciais:
- A necessidade de despolitização das forças de segurança
- O perigo da normalização do discurso antidemocrático
- A importância de fortalecer as instituições democráticas
O caso serve como alerta sobre como a polarização extrema pode levar a ações que ameaçam a própria existência do Estado Democrático de Direito. É fundamental que a sociedade brasileira rejeite veementemente qualquer tentativa de subverter a ordem democrática, independentemente da orientação política.
A investigação em curso pela Polícia Federal representa um teste importante para nossas instituições. Sua condução adequada, com respeito ao devido processo legal, será fundamental para demonstrar a força do Estado de Direito e a capacidade de nossas instituições de se defenderem de ameaças antidemocráticas.
Por fim, este episódio deve servir como momento de reflexão nacional sobre os limites do radicalismo político e a importância de preservar os valores democráticos, mesmo em momentos de intenso dissenso político.