Política e Resenha

Ministro pressiona Petrobras por redução de combustíveis

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aumentou a pressão sobre a Petrobras para que a estatal reduza os preços dos combustíveis, em meio à crise econômica e social que afeta o país. Em entrevista à Globonews, Silveira afirmou que já está na hora de “puxar a orelha” da empresa, que tem autonomia para definir sua política de preços, mas que deve levar em conta o impacto social de suas decisões.
Segundo o ministro, há condições de reduzir o valor do diesel entre R$ 0,32 e R$ 0,42 por litro, e da gasolina, de R$ 0,10 a R$ 0,12 por litro, sem comprometer o equilíbrio financeiro da Petrobras. Ele disse que fez essa manifestação ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, que é o responsável pela interlocução com a estatal.
A declaração de Silveira aumenta a tensão entre o governo e a Petrobras, que já vive um momento delicado após a notícia de que o presidente da empresa, Jean Paul Prates, está na iminência de ser afastado do cargo. Prates, que assumiu a presidência da Petrobras em janeiro deste ano, após a demissão de Roberto Castello Branco, enfrenta resistências internas e externas por sua gestão considerada pouco transparente e alinhada aos interesses do governo.
A Petrobras, por sua vez, não se manifestou sobre as declarações do ministro de Minas e Energia. A empresa tem reajustado os preços dos combustíveis de acordo com a variação do câmbio e do mercado internacional de petróleo, seguindo o princípio da paridade de importação. A última alteração foi no dia 17 de novembro, quando a gasolina subiu 3,5% e o diesel, 4,2%.
Os preços dos combustíveis são um tema sensível para o governo, que enfrenta uma queda de popularidade e uma forte oposição nas ruas e no Congresso. O aumento dos combustíveis afeta diretamente o bolso dos consumidores e dos caminhoneiros, que são uma base de apoio importante para o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, a alta dos combustíveis contribui para a inflação, que já está em 10,67% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.