Nos corredores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma promessa ecoou com força nesta terça-feira, 5 de março: o programa automotivo Mover, há tempos aguardado como uma alavanca para o setor, finalmente terá suas rédeas regulamentadas até o último suspiro deste mês. A notícia, anunciada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, incendeia os ânimos daqueles que há tempos clamam por um impulso verde na indústria brasileira.
Com um arsenal de R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais à sua disposição até o horizonte de 2028, o Mover não é apenas um programa: é uma declaração de compromisso com um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado. Seu leque de medidas, que contempla desde tributação diferenciada para veículos ecoeficientes até estímulos à pesquisa e desenvolvimento no campo da mobilidade, não apenas visa impulsionar o mercado, mas também alicerçar as bases de uma indústria automotiva nacional mais competitiva e inovadora.
Entre os pilares que aguardam regulamentação, destaca-se o intrigante conceito do IPI Verde, uma fórmula inovadora onde a pegada ambiental de cada veículo se traduz diretamente em vantagens fiscais. Um estímulo inteligente e urgente para uma transição rumo a uma frota mais limpa e eficiente.
E não para por aí. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), sob os auspícios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), surge como uma peça-chave na engrenagem desse novo ciclo. Um aporte crucial para impulsionar a pesquisa e inovação, afinal, a corrida pela liderança na mobilidade do futuro não será vencida sem investimentos robustos em tecnologia e engenharia.
O anúncio do investimento bilionário da Toyota, em solo brasileiro, é mais do que um simples gesto empresarial. É um voto de confiança no potencial do país e um indicativo claro de que o vento está soprando a favor de uma indústria automotiva nacional revitalizada e pronta para conquistar novos horizontes. Com a promessa de dois mil novos empregos e uma nova gama de modelos, a montadora japonesa não apenas investe em veículos, mas também em esperança e progresso.
Esse panorama efervescente de investimentos não é um fenômeno isolado. Ele se soma a uma série de movimentos estratégicos por parte de gigantes do setor, como Renault, Volkswagen, General Motors e Hyundai, que, com seus anúncios recentes, desenham um novo mapa para a indústria automotiva brasileira.
No entanto, o sucesso do Mover não será medido apenas em números de investimentos ou empregos criados. Ele será avaliado pelo legado que deixa para as futuras gerações: um legado de inovação, sustentabilidade e competitividade. É o momento de acelerar rumo a um futuro onde a mobilidade não apenas nos leva adiante, mas também nos conecta a um mundo melhor. O Mover é o combustível que nos levará lá.
O Brasil está pronto para dar o próximo passo. Resta-nos apenas colocar o Mover em movimento.
Maria Clara, articulista do política e resenha