Estamos a menos de dois meses de um marco histórico para o transporte rodoviário baiano. Em 15 de maio de 2025, o contrato da ViaBahia que administra as BR-116 e BR-324 chegará ao fim. Não se trata apenas de uma mudança administrativa ou burocrática – estamos diante de uma oportunidade única para corrigir anos de descaso e promover o desenvolvimento que nossa região tanto merece e necessita.
Como cidadãos do Sudoeste da Bahia, não podemos aceitar passivamente as decisões que afetarão profundamente nosso futuro. É inadmissível que, mais uma vez, as decisões sobre nossas estradas sejam tomadas a quilômetros de distância, por pessoas que desconhecem nossa realidade diária. É chegada a hora de levantarmos nossa voz e exigirmos: a audiência pública para a nova concessão DEVE acontecer em Vitória da Conquista!
O Fim da Era ViaBahia e o Futuro das BR-116 e BR-324
Histórico da concessão ViaBahia
A concessão da ViaBahia, iniciada em 2009, foi marcada por promessas que sistematicamente não se cumpriram. Durante 15 anos, convivemos com obras inacabadas, manutenção precária e um modelo de administração que priorizou a arrecadação em detrimento da segurança e do desenvolvimento regional.
Os números não mentem: em mais de uma década, vimos pouco avanço na duplicação de trechos críticos, enquanto a cobrança de pedágios continuou ininterrupta. Acidentes graves seguiram ocorrendo em trechos que deveriam ter sido modernizados. A população pagou caro – tanto financeiramente quanto em vidas perdidas – por um serviço que ficou muito aquém do necessário.
Transição para o DNIT: O que isso significa para os usuários
Com o encerramento do contrato, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assumirá temporariamente a gestão das rodovias. Este período de transição não pode significar abandono. Precisamos estar atentos e vigilantes para que a manutenção básica seja realizada e as condições mínimas de segurança sejam mantidas até que uma nova concessão seja definida.
A transição para o DNIT é uma oportunidade para exigirmos transparência e participação. Quais serão as prioridades deste órgão? Como serão alocados os recursos durante este período? Quem fiscalizará as ações emergenciais? São perguntas que não podem ficar sem resposta!
Por Que Vitória da Conquista Merece Sediar a Audiência Pública
A importância estratégica do município
Vitória da Conquista não é apenas a terceira maior cidade da Bahia – é o coração pulsante do Sudoeste baiano, polo econômico regional que interliga estados e regiões. Nossa posição geográfica faz com que sejamos um ponto nevrálgico do sistema rodoviário regional, com a BR-116 atravessando nossa realidade urbana.
Somos nós que convivemos diariamente com os congestionamentos, os acidentes e as limitações de infraestrutura. Somos nós que sentimos na pele o impacto de decisões tomadas em gabinetes distantes. É simplesmente injusto e irracional que a audiência pública para decidir o futuro da estrada que corta nosso cotidiano aconteça longe daqueles que mais serão afetados pelas decisões.
Os viadutos urbanos e a integração com o Centro Industrial
Impacto no desenvolvimento econômico local
Os viadutos no perímetro urbano e no centro industrial de Vitória da Conquista não são meros detalhes técnicos – são artérias vitais para nosso desenvolvimento econômico. A integração adequada entre a rodovia federal e nosso parque industrial é essencial para a competitividade de nossas empresas e para a geração de empregos.
Uma audiência pública em nossa cidade permitirá que empresários locais, trabalhadores e técnicos apresentem soluções adequadas à nossa realidade. Quem melhor do que nós conhece os gargalos logísticos que limitam nosso potencial industrial? Quem melhor do que nós pode apontar as prioridades para a fluidez do tráfego urbano?
Questões de segurança viária no perímetro urbano
Não podemos esquecer que a BR-116, em seu trecho urbano, é palco de tragédias recorrentes. Pedestres e motoristas enfrentam riscos diários em interseções mal planejadas e em trechos sem a devida sinalização ou infraestrutura de segurança. Cada acidente não é apenas uma estatística – são famílias destroçadas, vidas interrompidas, sonhos desfeitos.
A nova concessão precisa priorizar intervenções que salvem vidas. E para isso, é fundamental que aqueles que conhecem os pontos críticos, que testemunham diariamente as situações de risco, possam se manifestar e serem ouvidos. A segurança viária não pode ser tratada como um item secundário no contrato de concessão!
Projeto de Duplicação: Os 80 km que Transformarão o Sudoeste Baiano
O trajeto de Planalto até o entroncamento de Belo Campo
A duplicação dos 80 quilômetros da BR-116, de Planalto até o entroncamento de Belo Campo, não é um luxo ou um capricho – é uma necessidade urgente para o desenvolvimento sustentável de toda nossa região. Este trecho é o corredor por onde escoa nossa produção, por onde chegam insumos e mercadorias, por onde transitam diariamente milhares de trabalhadores.
A concessão anterior falhou conosco ao não priorizar esta duplicação, mesmo após anos de cobrança de pedágios. Não podemos permitir que este erro histórico se repita. A nova concessionária precisa ter compromissos claros, com prazos definidos e mecanismos rigorosos de fiscalização para garantir que esta obra prioritária saia do papel.
Benefícios socioeconômicos da duplicação para a região
Redução de acidentes e mortes na rodovia
Os números são alarmantes. O trecho não duplicado da BR-116 em nossa região continua sendo um dos mais letais do país. Famílias destruídas, vidas jovens ceifadas, sequelas permanentes – este é o preço humano que pagamos pela ausência de uma infraestrutura adequada.
A duplicação não é apenas uma questão de conforto ou de redução de tempo de viagem – é, literalmente, uma questão de vida ou morte. Cada mês de atraso nas obras significa mais riscos, mais tragédias, mais lágrimas. Não podemos aceitar postergações ou justificativas técnicas quando o que está em jogo são vidas humanas!
Aumento da competitividade regional
Do ponto de vista econômico, a duplicação representa um salto qualitativo para toda a economia regional. Menores custos logísticos, maior atratividade para investimentos, ampliação de mercados – são benefícios concretos que impactarão desde o grande empresário até o trabalhador mais humilde.
Estudos internacionais demonstram que investimentos em infraestrutura rodoviária têm efeito multiplicador sobre a economia local. Para cada real investido na duplicação, a economia regional receberá múltiplos em retorno. É um investimento com retorno garantido que não pode mais ser adiado.
Mobilização Popular e Política: Como Garantir Nossa Voz
A importância da representação política neste momento
É hora de cobrarmos de nossos representantes. Deputados estaduais e federais, senadores e ministros que receberam nossos votos precisam se posicionar claramente e agir concretamente. Não podemos aceitar discursos vazios ou promessas genéricas.
Precisamos de parlamentares que batam na mesa, que utilizem seus mandatos e sua influência para garantir que a audiência pública aconteça em Vitória da Conquista e que as demandas de nossa região sejam incorporadas no edital de concessão. É para isso que eles foram eleitos, é este o trabalho que devem entregar!
Estratégias de mobilização da sociedade civil
O movimento “Duplica Sudoeste” e seu papel
O movimento “Duplica Sudoeste”, tem sido fundamental para manter viva a chama desta luta. Mas agora precisamos amplificar este movimento, multiplicar suas vozes, transformá-lo em um clamor que não possa ser ignorado.
Precisamos ocupar as redes sociais, mobilizar associações de moradores, entidades de classe, instituições de ensino. Precisamos transformar esta pauta técnica em uma bandeira popular. Cada cidadão do Sudoeste baiano deve compreender que este é um momento decisivo para nosso futuro coletivo.
O Novo Modelo de Concessão: O Que Precisamos Exigir
Lições aprendidas com a experiência ViaBahia
A experiência da concessão anterior nos deixou lições amargas que não podemos ignorar. O novo modelo precisa ser radicalmente diferente, com mecanismos robustos de fiscalização, metas claras e consequências reais para o não cumprimento dos compromissos contratuais.
Não podemos aceitar contratos que permitam à concessionária postergar indefinidamente obras essenciais enquanto mantém a arrecadação dos pedágios. O equilíbrio entre direitos e deveres precisa ser restabelecido, com a população e o interesse público no centro das decisões.
Cláusulas contratuais essenciais para o desenvolvimento regional
O edital da nova concessão precisa incorporar explicitamente as obras prioritárias para nossa região, com cronogramas detalhados e mecanismos que vinculem a cobrança de pedágios à realização efetiva das melhorias. A duplicação dos 80 km entre Planalto e o entroncamento de Belo Campo, assim como os viadutos urbanos de Vitória da Conquista, precisam estar entre as obrigações contratuais com prazos definidos.
Além disso, precisamos exigir transparência total na gestão da concessão, com relatórios públicos periódicos, canais efetivos de comunicação com usuários e participação da sociedade civil nos mecanismos de fiscalização. Nunca mais podemos aceitar uma “caixa-preta” administrando nossas estradas!
O momento é agora. Não temos o direito de nos omitir quando o futuro de nossa região está em jogo. A audiência pública em Vitória da Conquista não é um favor que estamos pedindo – é um direito que estamos exigindo! E a partir dela, um novo modelo de concessão que finalmente respeite nossa dignidade e promova nosso desenvolvimento.
Conhece um deputado, senador ou ministro? Mobilize-o agora! Não temos tempo a perder. O futuro da BR-116, o desenvolvimento do Sudoeste baiano e a segurança de milhares de vidas dependem de nossa capacidade de nos mobilizar e fazer nossa voz ser ouvida. A hora é esta!
Conclusão
A luta pela audiência pública em Vitória da Conquista para discutir a nova concessão da BR-116 e a imprescindível duplicação do trecho entre Planalto e o entroncamento de Belo Campo representa mais que uma questão de infraestrutura – é uma questão de justiça social e desenvolvimento regional. Não podemos mais aceitar que decisões que afetam profundamente nosso cotidiano e nosso futuro sejam tomadas sem nossa efetiva participação.
A experiência de 15 anos com a ViaBahia nos ensinou que não basta confiar em promessas ou em contratos mal elaborados. Precisamos garantir que o novo modelo de concessão atenda verdadeiramente às necessidades da população, com mecanismos eficazes de fiscalização e consequências reais para o não cumprimento dos compromissos.
A mobilização da sociedade civil, aliada à pressão sobre representantes políticos, é fundamental neste momento decisivo. O movimento “Duplica Sudoeste” precisa se ampliar e ganhar força para que nossa voz ecoe nos gabinetes onde as decisões são tomadas. Cada cidadão pode e deve participar desta mobilização, pois o que está em jogo é o futuro coletivo de toda uma região.
As rodovias não são apenas faixas de asfalto – são artérias de desenvolvimento, são caminhos de oportunidades, são linhas que ligam pessoas e comunidades. Uma infraestrutura adequada significa vidas preservadas, economia fortalecida e qualidade de vida para todos. É por isso que não podemos desistir desta luta. É por isso que precisamos insistir: a audiência pública deve ser em Vitória da Conquista, e a duplicação dos 80 km no Sudoeste baiano precisa ser prioridade absoluta no novo contrato de concessão.
JOSÉ MARIA CAIRES
DUPLICA SUDOESTE