Política e Resenha

Novembro Negro: A Luta pela Igualdade Racial em Conquista Ganha Voz e Celebração

O *Novembro Negro* tem sido um verdadeiro marco nas políticas públicas de igualdade racial em Vitória da Conquista, cidade que carrega o título de Joia do Sertão Baiano. Na última terça-feira (19), a cidade se preparou para o *Dia da Consciência Negra* com uma programação diversa que uniu conscientização, resistência e celebração cultural.

Promovida pela Coordenação de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura Municipal, a programação reuniu servidores públicos e a comunidade em atividades significativas. Durante a manhã, a palestra *“União e Resistência: A Importância das Políticas de Igualdade Racial no Serviço Público”* trouxe à tona discussões sobre o enfrentamento do racismo institucional. À tarde, a Praça Nove de Novembro se transformou em um palco de expressões culturais vibrantes, como capoeira, maculelê, samba de roda e rituais do povo de axé, coordenados pela Rede Caminhos dos Búzios.

Ricardo Alves de Oliveira, coordenador de Promoção da Igualdade Racial, destacou as conquistas do município nessa pauta, como a implementação de cotas de 30% no serviço público e políticas de saúde específicas para comunidades quilombolas. “O combate ao racismo institucional é uma responsabilidade de todos. A igualdade racial é uma pauta diária, não apenas uma data no calendário”, afirmou Ricardo.

A força da cultura negra também foi celebrada pela Associação Cultural e Artística Memória de Bimba, enquanto a sacerdotisa Luanda de Oxum trouxe a ancestralidade e espiritualidade do povo de axé para o centro das atenções.

Aldina dos Santos, do Núcleo Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, e Simone Nascimento, educadora do Centro de Referência de Assistência Social Rural, reforçaram a necessidade de manter o debate sobre racismo vivo nas escolas e nas instituições. “É na educação que plantamos as sementes para um futuro de igualdade e respeito”, destacou Aldina.

A celebração não foi apenas um ato de memória, mas uma reafirmação de que as políticas públicas podem ser uma ferramenta poderosa contra as estruturas de racismo institucional. Vitória da Conquista mostrou, mais uma vez, que a luta pela igualdade racial não é um evento isolado, mas um compromisso contínuo, refletido na união da comunidade e no fortalecimento de suas raízes culturais.

O Novembro Negro segue sendo um chamado à ação: reconhecer as desigualdades, celebrar a cultura negra e, acima de tudo, transformar o discurso em práticas reais de justiça social.