Política e Resenha

O JOGO POLÍTICO DE ÂNGELO CORONEL E A DISPUTA PELO COMANDO DA ALBA

Nos bastidores da política baiana, o senador Ângelo Coronel vem jogando como um verdadeiro estrategista, mostrando habilidade para movimentar peças cruciais no tabuleiro e buscando consolidar sua força na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). As recentes articulações, com a tentativa de emplacar seu filho, Ângelo Filho, na presidência da ALBA, revelam mais do que ambição: é uma investida bem planejada para ampliar seu capital político e se posicionar como uma liderança influente no estado.

Essa manobra do PSD, não passa despercebida pelo governador Jerônimo Rodrigues, que, ao ver a expansão da influência de Coronel, tenta neutralizar o movimento oferecendo alternativas atraentes a Adolfo Menezes, atual presidente da ALBA. A possível vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) e o apoio à candidatura de Denise Menezes em 2026 compõem uma jogada governista inteligente para evitar uma divisão que possa minar a coesão da base aliada.

O cenário reflete uma tensão inevitável: enquanto o governo busca manter o controle e evitar fissuras, Ângelo Coronel demonstra que está disposto a ousar, usando sua habilidade política para criar fatos e se destacar no cenário estadual. No meio desse embate, figuras como Ivana Bastos e Alex da Piatã surgem como alternativas viáveis, caso a reeleição de Adolfo Menezes não se concretize, mas é evidente que essa disputa transcende nomes: trata-se do poder de influência sobre o futuro político da Bahia.

Coronel entende que, para se manter relevante, precisa criar fatos políticos que provoquem a base governista e garantam espaço para o PSD, um partido que, apesar de aliado, mantém seu foco em interesses próprios. A movimentação é legítima no jogo democrático, mas o governo sabe que qualquer deslize pode dar ao senador uma vitória política significativa.

O que está em jogo não é apenas a presidência da ALBA, mas a capacidade do governador em manter a harmonia entre aliados e evitar que figuras como Ângelo Coronel, com sede de protagonismo, abram caminho para uma futura candidatura a sua reeleição. No fundo, a disputa é uma preparação para 2026, e os movimentos de agora definirão quem chegará mais forte na próxima eleição.

O desfecho dessa disputa trará lições importantes. Se o governo conseguir convencer Adolfo Menezes a abrir mão de sua reeleição em troca de benefícios futuros, terá evitado uma batalha interna perigosa. Caso contrário, o crescimento de Coronel e do PSD será uma realidade com a qual o governo terá que lidar. Até lá, cada movimento será observado com atenção, pois, como bem sabemos, na política, quem não joga, perde.