Política e Resenha

O Limite do Perdão: Uma Questão Difícil

 

 

Como sacerdote, sempre tive a firme convicção de que o perdão é infinito, pois o Deus em quem cremos é misericordioso e justo. Entretanto, ao nos depararmos com a história de Simon Wiesenthal, confrontamos uma questão que desafia nossa compreensão sobre o perdão.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Wiesenthal, um prisioneiro judeu em um campo de concentração, encontrou-se diante do chefe nazi do campo, que estava morrendo e confessou ter participado de atrocidades contra os judeus. Pediu-lhe perdão em nome da paz que desejava encontrar. Mas Wiesenthal, sem dúvida abalado pelo peso daquela confissão e pela magnitude dos crimes, disse que não podia perdoar em nome das vítimas que já não estavam vivas.

Essa história, registrada no livro “Die Sonnenblume” (O Girassol), traz à tona a complexidade do perdão. Ela nos faz pensar em nossa humanidade, em como somos capazes de cometer os piores atos e, ao mesmo tempo, buscar redenção. Mas também nos lembra que, às vezes, não podemos perdoar tudo, pois talvez não tenhamos o poder ou o direito para isso.

Ao analisar a história de Wiesenthal, chegamos a perceber que a vida é complexa e as escolhas podem ser difíceis. Apesar disso, podemos buscar ser melhores e continuar aprendendo com o passado para construir um futuro melhor.

 

Padre Carlos