Política e Resenha

” O Time de Lula”: O Amuleto Mágico da Política Petista

 

 

 

 

Dez em cada dez candidaturas ligadas ao PT repetem a mesma fórmula mágica: “Candidato de Lula”, “Time de Lula”. Parece até que o presidente virou o equivalente político de um pé de coelho, daqueles que a gente carrega no bolso para garantir sorte. Não importa se o candidato em questão é mais carismático que uma porta ou se faz parte do cenário político há décadas sem grandes feitos – o importante é associar-se a Lula, porque, claro, quem não quer uma bênção presidencial?

A verdade é que a importância de Lula como “grande eleitor” é inegável. O homem construiu um legado que o tornou maior que o PT, e isso é algo digno de respeito. Mas convenhamos, usar essa bengala em qualquer esquina política começa a banalizar a imagem do presidente. É como se todos quisessem pegar carona no prestígio de Lula, deixando de lado qualquer tentativa de renovação que, ironicamente, o próprio Lula já declarou ser necessária.

O caso mais emblemático dessa “Luladependência” é o esforço do deputado Waldenor Pereira, em Vitória da Conquista. O homem não dá um passo sem lembrar o eleitorado que ele é do “Time de Lula”. Claro, o deputado conseguiu alguns segundos com o presidente, mas, vamos combinar, no meio da multidão, foi mais um ali. Aquele encontro serviu mais como uma garantia de segundos valiosos na propaganda eleitoral do que um sinal de apoio real. E por quê? Porque o governador Jerônimo Rodrigues, outro beneficiário do “amuleto Lula”, não pode abandonar sua outra candidata de estimação, a vereadora Lúcia Rocha.

Mas a verdade é que a “bengala Lula” não é exclusividade de Waldenor. Jerônimo Rodrigues mesmo usou e abusou dessa estratégia em 2022, e agora muitos outros petistas, como Zé Neto em Feira de Santana, Geraldo em Salvador e Luiz Caetano em Camaçari, já estão seguindo o script. Todos garantem estar do lado de Lula, como se isso fosse sinônimo de vitória garantida. Seria irônico se não fosse cômico imaginar Lula, em seus tantos tentáculos, distribuindo promessas à torto e à direito em nome de seus candidatos. Dá até para visualizar o presidente com um calendário de compromissos tão apertado que ele teria que se multiplicar para acompanhar tantas campanhas.

Agora, a cereja do bolo vem quando os candidatos com pouca (ou nenhuma) popularidade resolvem usar o “amuleto Lula”. Ora, todos sabemos que carisma não é algo que se transfere por osmose! Tem candidato que nem com a bênção de Lula e reza braba de santo decola. A grande questão é que, enquanto os candidatos dependem do prestígio de Lula, o que se vê é a falta de renovação genuína no cenário político. Ao invés de novas ideias e lideranças, o que temos é a repetição exaustiva de uma fórmula desgastada. Lula, claro, continua sendo um nome de peso, mas nem ele pode fazer milagres para todos. Afinal, não é todo político que, por mais que tente, consegue ser “Lula”.

E acredite, nem todo pé de coelho é capaz de salvar uma campanha que não se sustenta sozinha.