O vinho é uma das bebidas mais antigas e apreciadas da humanidade. Desde os tempos bíblicos, ele está presente em rituais religiosos, celebrações festivas e momentos de confraternização. O vinho também tem um papel importante na cultura, na arte e na história de diversos povos e civilizações. Não é à toa que ele é considerado uma bebida sagrada e secular, capaz de unir o divino e o humano, o sagrado e o profano.
Um amigo meu me enviou um vídeo que mostrava a importância do vinho na história e na sociedade. Ao assistir, eu me lembrei de uma experiência que vivi há muitos anos, quando trabalhava no Mosteiro de São Bento da Bahia. Foi lá que eu tive contato com o vinho de uma forma especial e inesquecível.
Eu era afilhado de Dom Timóteo, um monge beneditino que me ensinou muito sobre a vida monástica, o canto gregoriano, a liturgia e a espiritualidade. Ele também me apresentou ao vinho, que era usado nas missas e nos momentos de convívio entre os irmãos. Um dia, o abade Dom Paulo ordenou que eu jogasse fora um barril de vinho que estava na adega do mosteiro, pois ele achava que estava estragado. Eu, que nunca gostei de desperdício, resolvi provar o vinho antes de descartá-lo. Para a minha surpresa, ele estava ótimo, e confesso que era uma delícia.
Eu não podia deixar aquele vinho se perder, então eu o dividi com os meus companheiros de trabalho, que também ficaram encantados com o sabor e a qualidade da bebida. Nós levamos mais de um mês para consumir todo o vinho, que parecia se multiplicar a cada dia. Nós enchemos garrafas de cinco litros e guardamos em nosso alojamento, e quanto mais bebíamos, mais garrafas apareciam. Foi o maior milagre que eu presenciei na minha vida.
Eu tenho boas lembranças da minha época no mosteiro, onde eu aprendi muito sobre a fé, a fraternidade e a simplicidade. O vinho foi um elemento que marcou a minha experiência, pois ele me proporcionou momentos de alegria, de comunhão e de gratidão. Eu acredito que o vinho é um dom de Deus, que nos oferece um pouco do seu amor e da sua graça através dessa bebida.
Hoje em dia, eu ainda gosto muito de vinho, e os meus preferidos são os do Alentejo, em Portugal. Mas, com a crise que estamos vivendo atualmente, eu me contento com o velho Pérgola, que é barato e acessível. O que importa não é o preço ou a marca do vinho, mas sim a forma como ele é apreciado. O vinho é uma bebida que deve ser degustada com moderação, com respeito e com alegria. O vinho é uma bebida que nos aproxima de Deus e dos homens, que nos faz celebrar a vida e agradecer pelo que temos. O vinho é uma bebida sagrada e secular, que merece o nosso reconhecimento e a nossa admiração.
PE. Carlos