Um caso chocante de tentativa de feminicídio ocorrido em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, deixou a Bahia em estado de alerta. Liliane Pires Azevedo, de 35 anos, foi baleada cinco vezes pelo ex-marido, o cabo Cássio da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Candeias). O crime, presenciado pelo filho da vítima, de apenas 9 anos, aconteceu na madrugada de terça-feira (21) dentro da casa da mulher, no bairro Machadinho.
O agressor arrombou a porta da residência e disparou contra Liliane, que foi atingida nos braços, tórax e pulmão. Apesar da gravidade dos ferimentos, Liliane está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Camaçari e não corre risco de morte após passar por uma drenagem no tórax.
O menino, que estava escondido debaixo da cama, testemunhou o ataque e conseguiu pedir socorro a uma vizinha depois que o suspeito fugiu do local. A Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foram acionados e prestaram os primeiros socorros à vítima.
Familiares de Liliane revelaram que o relacionamento com o ex-marido era marcado por constantes brigas e ameaças. “Ela vivia sofrendo ameaças do marido. Ele é policial, trabalha em Candeias e vivia batendo nela”, contou Naiane Neri, irmã da vítima.
A Polícia Militar divulgou uma nota informando que o cabo Cássio é procurado pela corporação. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Camaçari está conduzindo as investigações para esclarecer a motivação do crime e apresentar o responsável à Justiça.
Este episódio alarmante reflete a crescente preocupação com a violência contra as mulheres na Bahia, onde quase 700 feminicídios foram registrados nos últimos sete anos, segundo levantamento da SEI. A sociedade clama por justiça e medidas mais efetivas para proteger as vítimas de violência doméstica.
A gravidade do caso de Liliane Pires Azevedo é um lembrete urgente da necessidade de apoio jurídico e psicológico para mulheres em situação de vulnerabilidade. Serviços gratuitos estão disponíveis na Bahia, e é imperativo que as vítimas saibam que não estão sozinhas.
Este triste evento serve como um chamado à ação para combater a violência de gênero e assegurar que nenhum agressor escape da justiça, independentemente de sua posição ou ocupação.