Política e Resenha

Quando a Pesquisa Vira Piada: Conquista e o Segundo Turno que Nunca Existiu

 

 

 

Prezados leitores, vamos fazer um exercício de imaginação: e se uma pesquisa mostrasse um cenário eleitoral que nem a ficção científica de Hollywood conseguiria inventar? Pois bem, a pesquisa da AtlasIntel, encomendada pelo Jornal A Tarde, quase conseguiu essa façanha ao sugerir um hipotético segundo turno entre a prefeita reeleita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (UB), e o eterno candidato Waldenor Pereira (PT). Parece que entramos em um episódio especial de “Além da Imaginação”.

Decepção seria pouco para descrever o sentimento da oposição ao encarar tais números. É como se, em vez de números, o instituto estivesse lidando com cartas de tarô, e quem encomendou a pesquisa esperava encontrar algum vaticínio milagroso. Ou, quem sabe, o instituto seja tão avançado que consegue enxergar uma realidade paralela, daquelas onde as leis da física não se aplicam e o tempo e espaço não fazem sentido. Em vez disso, temos uma pesquisa feita, aparentemente, em outra dimensão.

O levantamento, que deveria ter sido divulgado em 2 de setembro (sim, aquela data que já passou faz tempo), foi mantido tão escondido que dava para pensar que a informação tinha sido transportada para um buraco negro eleitoral. O suspense, no entanto, acabou quando finalmente o Tribunal Superior Eleitoral liberou o resultado — registrado sob o número 08497/2024. Confesso que, depois de tanto mistério, eu esperava algo mais, como Sheila Lemos com 120% dos votos válidos, porque, na realidade paralela, tudo é possível!

Os dados? Bem, vamos dar uma olhada na pérola: Sheila Lemos aparece com 49,7% dos votos válidos, Waldenor Pereira com 40,3%, Lúcia Rocha com 8,3% e o intrépido Marcos Adriano com… 1,71%. Não se enganem, o “0,71” faz toda a diferença! Agora, se você acha que esse cenário já parece improvável, espere só até ver os números do segundo turno. Segundo a AtlasIntel, Sheila Lemos venceria qualquer adversário com folga. Contra Waldenor, 53% a 44%; contra Lúcia Rocha, seria 55% a 40%. Enfim, o que dizer? Em outra dimensão, talvez esses números façam todo o sentido!

E sabe o mais interessante? A pesquisa entrevistou 826 eleitores entre 27 de agosto e 1º de setembro, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais. Ou seja, com um pouquinho de sorte e uns ajustes de margem aqui e ali, qualquer um poderia ter 100% dos votos e a vitória já seria garantida! Se eu fosse Waldenor, ficaria animado. Afinal, na pesquisa do multiverso eleitoral, ele ainda tem chances!

Agora, para o resto de nós, pobres mortais que habitamos esta realidade mais chata e previsível, fica a pergunta: será que alguém realmente acredita que esses números refletem o que está acontecendo em Vitória da Conquista? Ou estamos todos presos em algum tipo de farsa de segunda linha onde o roteiro já foi escrito há muito tempo, mas ninguém avisou aos eleitores?

Talvez o que realmente precisemos não seja uma nova pesquisa, mas sim um novo enredo, porque este aqui está se tornando uma comédia de erros. Enquanto isso, deixo uma dica para os institutos de pesquisa: da próxima vez, que tal entrevistar pessoas da mesma cidade? Afinal, não custa tentar!