No meio de uma era caracterizada por altos níveis de descrença e incertezas, a passagem de João 21,1-19 emerge como um farol de esperança e orientação. Narrando o evento emocionante da aparição de Jesus ressuscitado às margens do Mar de Tiberíades, esta história dá início a um novo capítulo na vida dos discípulos e continua sendo um divisor de águas na história humana.
Muito além de um simples registro histórico, o relato da pesca milagrosa e do encontro entre o Salvador e seus seguidores ressoa profundamente dentro de nossas almas. É um relato que nos convida a reavivar nossa fé e reexaminar nossa missão neste mundo.
Neste encontro pós-ressurreição, vemos como os discípulos, particularmente Pedro, lidam com sentimentos de culpa, vergonha e desesperança. Três vezes ele negou seu Mestre; três vezes falhou em sua devoção. No entanto, o Cristo ressuscitado não aparece para condená-lo, mas para perdoá-lo, restabelecer sua fé e reafirmar seu chamado: “Alimenta meus cordeiros”.
A ressurreição de Jesus significa muito mais do que uma narrativa extraordinária; representa o nascimento de uma nova ordem mundial, uma realidade onde a morte e o pecado são derrotados, e a vida e a esperança são restauradas. O encontro com a ressurreição traz consigo a transformação: aqueles que erram são perdoados e reintegrados, aqueles que desesperam encontram consolo, aqueles que são escravos são libertados.
Como cristãos, esse Evangelho desafia-nos a encarar nossas próprias fraquezas, erros e momentos de descrença, e a permitir que o amor ressuscitado de Cristo os transforme em ocasiões de misericórdia, reconciliação e restauração. Em um mundo que às vezes parece dominado pela insegurança, violência e descrença, podemos todos ressoar a mensagem de paz, de esperança e de perdão.
Assim como Pedro, nós também temos uma missão que cumprir. O chamado de Cristo para alimentar Seus cordeiros ainda se aplica a cada um de nós, independentemente de nossa posição na sociedade ou história de vida. Ele nos convida a nutrir aqueles à nossa volta com amor, compaixão e serviço, e a dar testemunho da ressurreição em nossas vidas e ações.
Portanto, a cada leitura desta passagem, reafirmamos nossa convicção de que a ressurreição de Cristo é, de fato, a mais importante e poderosa realidade na história humana. Nela, encontramos não apenas a fonte de nossa fé e a razão de nossa esperança, mas também um modelo de vida inspirador: um modelo que nos convida a reavivar a missão cristã no mundo e a participar ativamente do reino de justiça, de paz e de amor.