A onda de sequestros e extorsões contra a comunidade cigana na Bahia atinge níveis alarmantes, levando a Rede Brasileira dos Povos Ciganos (RBPC) a exigir medidas urgentes da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Desde janeiro deste ano, quatro casos de sequestro e duas extorsões foram reportados, perpetuando um ciclo de medo e insegurança.
As quadrilhas visam os ciganos por seu sucesso econômico e sua exposição ostentatória nas redes sociais. Entre os alvos mais recentes, um homem de Ibirataia foi libertado após sua família pagar R$ 150 mil. Em casos anteriores, os valores pagos variaram entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. A comunidade cigana, no entanto, muitas vezes evita registrar ocorrências por medo de represálias, agravando o problema.
Apesar das graves denúncias da RBPC, a Polícia Civil afirma não haver registros recentes, citando a falta de colaboração das vítimas. Este cenário de silêncio e terror é reforçado por suspeitas de envolvimento de policiais nos crimes, exacerbando a desconfiança na atuação estatal.
O presidente da RBPC, Rogério Ribeiro, ressalta que a falta de denúncias só incentiva mais crimes, com casos de ciganos sequestrados repetidamente. A campanha “Ciganos, não se calem! Façam o B.O” visa combater essa cultura de silêncio, mas enfrenta desafios significativos.
A reunião entre a RBPC e a SSP, marcada para discutir a segurança dos ciganos, foi adiada sem nova data, deixando a comunidade em suspense e sem respostas concretas.
A Bahia, um dos estados com maior população cigana, vê sua comunidade viver sob constante ameaça, necessitando urgentemente de uma resposta firme e eficaz das autoridades para garantir sua segurança e dignidade.