Por Blog Política e Resenha
Vitória da Conquista tem motivos para comemorar. A cidade do sudoeste baiano aparece entre as cinco melhores da Bahia em gestão empresarial e pública, segundo o estudo “Gestão do Território 2024” do IBGE. Mas o que isso realmente significa? Vamos além dos números e entender o que está por trás desse reconhecimento.
Vitória da Conquista no mapa da boa gestão
Quando falamos em “gestão do território”, estamos falando da capacidade de uma cidade exercer influência regional e tomar decisões importantes. O IBGE analisou como as cidades brasileiras se conectam tanto no setor público quanto no privado.
Vitória da Conquista alcançou o quarto nível de centralidade (classe 4), sendo classificada como uma “Capital Regional”. Na prática, isso coloca a cidade como o 5º lugar em gestão empresarial e o impressionante 3º lugar em gestão pública no estado.
As outras estrelas do ranking baiano? Feira de Santana lidera, seguida por Vitória da Conquista, Juazeiro e Camaçari. Curiosamente, Salvador, apesar de ser a capital, aparece em posição inferior no ranking estadual de gestão territorial – embora ocupe o 9º lugar nacional e o 3º no Nordeste.
Como o IBGE chegou a esses números?
O estudo do IBGE não é apenas um concurso de popularidade. A metodologia considera fatores concretos. Para a gestão empresarial, analisa-se a conexão entre cidades através de empresas com várias unidades (multilocalizadas), usando dados do Cadastro Central de Empresas.
Já na avaliação da gestão pública, o estudo examina a presença de instituições estatais descentralizadas, como INSS, Ministério do Trabalho, Receita Federal, Justiça Federal, TREs, TRTs e secretarias estaduais de Educação e Saúde.
O interessante é que o estudo valoriza mais as conexões e a presença de entidades do que simplesmente o tamanho da população ou a economia local. É uma forma diferente de medir a influência urbana.
Por que Vitória da Conquista se destaca?
O destaque da cidade em gestão pública não vem por acaso. Nos últimos anos, Vitória da Conquista acumulou prêmios importantes: Selo Ouro em Transparência Pública (2024), Prêmio no Concurso de Boas Práticas Correcionais da CGU (2023) e primeiro lugar na Maratona Nacional das Ouvidorias da CGU (2022).
Iniciativas como o Fundo Municipal de Prevenção à Corrupção, o Conselho Municipal de Transparência e o Plano de Ação para Governo Aberto mostram que há um compromisso real com a boa governança.
No campo empresarial, o distrito industrial com empresas como Maratá, Teiú e Tia Sônia contribui para o ranking, criando conexões com outros municípios. O programa “Compra Conquista”, que facilita o acesso de empreendedores locais a licitações públicas, rendeu à cidade o Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora.
O que isso significa na prática?
Para além dos números e premiações, o bom desempenho de Vitória da Conquista tem implicações reais. Reforça seu papel como polo regional importante e aumenta sua atratividade para investimentos e talentos.
Os resultados também podem influenciar a formulação de políticas dentro do município. Afinal, a cidade se saiu melhor em gestão pública (3º lugar) do que em gestão empresarial (5º lugar), o que pode indicar onde concentrar esforços futuros.
O caminho para melhorar ainda mais
Para Vitória da Conquista avançar, especialmente na área empresarial, o caminho passa pelo fortalecimento do ambiente de negócios, apoio à inovação e empreendedorismo, e melhoria da infraestrutura.
Ao mesmo tempo, manter o foco na transparência e nas boas práticas de governança é essencial para preservar (e quem sabe melhorar) sua posição no ranking de gestão pública.
Nossa opinião
É inegável que o reconhecimento do IBGE representa um marco importante para Vitória da Conquista. A expressão “estamos no caminho certo”, usada por um representante da prefeitura, resume bem o sentimento.
No entanto, rankings são apenas ferramentas de avaliação, com metodologias específicas. O verdadeiro sucesso de uma cidade está no impacto direto na vida dos cidadãos. A transparência premiada se traduz em serviços melhores? O ambiente empresarial favorável gera empregos de qualidade?
O desafio agora é transformar esses bons indicadores em melhorias concretas para a população. Se Vitória da Conquista conseguir fazer essa ponte, então sim, estará realmente no caminho certo.
Enquanto as autoridades comemoram os números, nós do Política e Resenha seguiremos atentos, observando se os frutos desse reconhecimento chegarão às mãos de quem realmente importa: o povo conquistense.
