(Padre Carlos)
O anúncio feito pelo senador Jaques Wagner nas redes sociais neste domingo (25) soa como um recado claro aos aliados e aos adversários: ele não pretende sair de cena tão cedo. Em meio a especulações sobre sua desistência da disputa pela reeleição ao Senado Federal em 2026, o experiente político baiano reafirmou publicamente que segue firme no projeto.
A declaração, feita de forma direta, ganha ainda mais relevância porque rompe com o silêncio estratégico que muitos costumam adotar em meio às negociações políticas. Jaques Wagner prefere se antecipar às narrativas paralelas e ocupa o centro da cena, como é do seu feitio. Não é a primeira vez que o senador se coloca com clareza em momentos decisivos. E isso revela muito da lógica do jogo que se desenha nos bastidores do governo da Bahia.
O tabuleiro de 2026 está sendo montado com peças sensíveis. A base aliada ao governador Jerônimo Rodrigues precisa fazer ajustes finos entre o PT, PSD, MDB e demais partidos do campo progressista. A disputa por espaço é intensa. E há uma matemática implacável: são apenas duas vagas para o Senado. Com Angelo Coronel também mirando a reeleição e com novos nomes querendo ascender, o espaço se afunila.
É nesse contexto que Jaques Wagner joga com a autoridade de quem tem história, peso político e voto. Governador por dois mandatos, articulador nos bastidores do Planalto, Wagner tem o que poucos têm: trânsito nacional e respeito das bases. Sua permanência na disputa, portanto, não é capricho — é cálculo estratégico, é resistência política.
A antecipação de sua intenção é também um sinal para os que, dentro do próprio grupo, cogitavam uma “renovação” forçada. Wagner diz, com todas as letras, que ainda tem lenha para queimar. E ao fazer isso, reforça a ideia de que a política é, antes de tudo, permanência. Resistir, muitas vezes, é o maior ato de liderança.
As palavras do senador movimentam a internet, mobilizam os algoritmos, alimentam os blogs de política e reconfiguram as conversas de bastidores. Afinal, quando um nome forte como o de Jaques Wagner se posiciona, o jogo muda. E muda para valer.