A campanha eleitoral em Vitória da Conquista tem sido marcada por disputas acirradas e uma narrativa cada vez mais polarizada. Um dos episódios recentes que mais chamou a atenção foi a decisão judicial que proibiu Waldenor Pereira, candidato do PT, de propagar a ideia de que a prefeita Sheila Lemos, candidata à reeleição pelo União Brasil, está “inelegível” ou que sua candidatura é “ilegal”. Mesmo diante da ordem judicial, essa narrativa foi mantida em debates e em outros espaços de campanha.
A Justiça Eleitoral e o Ministério Público já deferiram a candidatura de Sheila Lemos, validando sua participação no pleito. Contudo, a campanha de Waldenor recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na tentativa de impugnar a candidatura da prefeita, alegando inelegibilidade. Apesar de o julgamento ainda estar em curso, a insistência na veiculação dessas alegações falsas gerou uma reação contundente da Justiça.
Em uma decisão clara, o Juiz Eleitoral João Batista Pereira Pinto determinou a exclusão imediata dos termos “Sheila está inelegível” e “A candidatura de Sheila é ilegal” de qualquer material de campanha de Waldenor Pereira. A multa em caso de descumprimento foi fixada em R$ 10.000,00 por dia, o que demonstra a seriedade com que a Justiça tem tratado o caso.
Esse episódio traz à tona uma reflexão importante sobre a responsabilidade dos candidatos em campanhas eleitorais. O processo democrático é sustentado pelo direito à informação, e os eleitores devem ser munidos de dados verdadeiros para tomar suas decisões nas urnas. Quando uma campanha insiste em uma narrativa que já foi desmentida judicialmente, isso não apenas fere a integridade do processo, mas também subestima a inteligência dos eleitores.
A tentativa de atacar a legitimidade de uma candidatura já deferida pela Justiça é uma estratégia que revela a fragilidade do argumento e o desespero em desestabilizar a oponente. Em vez de focar nas propostas e no debate de ideias, o candidato recorre a uma tática que pode minar a confiança do eleitorado em todo o sistema eleitoral.
A política precisa ser feita com responsabilidade e respeito às instituições. Quando uma decisão judicial é ignorada, como no caso de Waldenor, a campanha deixa de ser apenas um jogo de disputa por votos e passa a ser um ataque à ordem democrática. As regras devem ser respeitadas, e os candidatos precisam se comprometer com a verdade, principalmente quando se trata de algo tão sério quanto a elegibilidade de seus oponentes.
A campanha de Sheila Lemos segue com sua candidatura validada, enquanto a de Waldenor Pereira parece cada vez mais focada em desgastar a imagem da adversária por meios que não se sustentam legalmente. A Justiça já deu seu parecer, e cabe agora ao eleitorado decidir nas urnas, com base nas propostas e no histórico de cada candidato, e não em alegações infundadas.
Vitória da Conquista merece uma campanha baseada no debate honesto e transparente, onde as diferenças ideológicas sejam discutidas com profundidade, e não um cenário onde a judicialização e a desinformação dominam as discussões. O eleitor precisa de clareza, e essa clareza só virá quando todos os envolvidos no processo respeitarem as decisões da Justiça e focarem no que realmente importa: o futuro da cidade.