![\"\"](\"http:\/\/politicaeresenha.com.br\/wp-content\/uploads\/2025\/01\/Nilo.jpg\")
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A pol\u00edtica \u00e9 um teatro de ascens\u00f5es e quedas, onde protagonistas de ontem podem tornar-se coadjuvantes de hoje \u2014 e vice-versa. Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), vive esse paradoxo. Ap\u00f3s anos no centro do poder estadual, hoje ocupa um cargo discreto como assessor especial na Prefeitura de Salvador, longe do protagonismo que marcou sua trajet\u00f3ria. Seu atual projeto, no entanto, revela ambi\u00e7\u00e3o: disputar uma vaga ao Senado em 2026, integrando uma chapa de oposi\u00e7\u00e3o ao PT na Bahia. Mas, em um cen\u00e1rio pol\u00edtico polarizado e marcado por coliga\u00e7\u00f5es fr\u00e1geis, sua jornada ilustra tanto as esperan\u00e7as quanto as armadilhas da reinven\u00e7\u00e3o na pol\u00edtica brasileira.<\/p>\n
O Mundo d\u00e1 Voltas: Quem Desprezou Angelo Coronel Hoje o Defende<\/strong><\/p>\n A pol\u00edtica \u00e9 um espelho distorcido do tempo: o que hoje parece inflex\u00edvel, amanh\u00e3 pode ser negociado. O caso de Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), ilustra com precis\u00e3o essa m\u00e1xima. Em 2018, ele excluiu o senador \u00c2ngelo Coronel (PSD) de seus materiais de campanha, alinhando-se fielmente a esquerda e ao PT de Jaques Wagner e Rui Costa. Seis anos depois, longe do poder e das sombras petistas, Nilo ergue a bandeira de Coronel como aliado estrat\u00e9gico em sua jornada rumo ao Senado. A reviravolta n\u00e3o \u00e9 apenas pessoal \u2014 \u00e9 um retrato do jogo de interesses que define a pol\u00edtica baiana, onde lealdades s\u00e3o tempor\u00e1rias e as convic\u00e7\u00f5es, moldadas pela conveni\u00eancia.<\/p>\n <\/p>\n Do Palco ao Bastidor: A Queda e o Prov\u00e1vel \u00a0Ressurgimento<\/strong><\/p>\n Marcelo Nilo n\u00e3o esconde a saudade dos tempos em que comandava a Alba. Na \u00e9poca, articulava maiorias, mediava conflitos partid\u00e1rios e definia agendas legislativas. Hoje, reduzido a um papel secund\u00e1rio, busca reacender sua relev\u00e2ncia. Sua estrat\u00e9gia? Tendo ACM Neto como aliado, l\u00edder da oposi\u00e7\u00e3o baiana, busca projetar-se como candidato ao Senado em uma chapa que incluiria segundo ele \u00a0o senador \u00c2ngelo Coronel (PSD).<\/p>\n A postura de Nilo \u00e9 pragm\u00e1tica: \u201cNa pol\u00edtica, n\u00e3o adianta pleitear, voc\u00ea precisa ser convidado\u201d, afirmou em entrevista \u00e0 Itapoan FM, destacando que trabalha para \u201ccrescer na opini\u00e3o p\u00fablica\u201d e construir uma base popular direta \u2014 algo que considera essencial para um senador, diferentemente do perfil mais local exigido de um deputado federal. Essa reflex\u00e3o revela uma li\u00e7\u00e3o aprendida ap\u00f3s sua derrota nas elei\u00e7\u00f5es de 2022, quando ficou em quarto lugar na disputa por uma vaga na C\u00e2mara dos Deputados, prejudicado por falta de tempo para campanha e desalinhamentos com aliados.<\/p>\n A Chapa da Oposi\u00e7\u00e3o: ACM Neto como \u00c2ncora e os Riscos da Conjuntura<\/strong><\/p>\n A proje\u00e7\u00e3o de Nilo exclui Vit\u00f3ria da Conquista e Feira de Santana, principais col\u00e9gio eleitoral do interior. Assim ele vai definindo a chapa dos sonhos: \u00a0depende fortemente de ACM Neto, que seria o candidato a governador em 2026, com Z\u00e9 Coc\u00e1 como vice. O que n\u00e3o ficou claro foi o papel de Vit\u00f3ria da Conquista e de Feira de Santana nesta composi\u00e7\u00e3o. A dupla para o Senado, formada por Nilo e segundo ele, Coronel, buscaria equilibrar experi\u00eancia e alcance eleitoral. No entanto, a pol\u00edtica baiana \u00e9 um tabuleiro complexo. A oposi\u00e7\u00e3o, embora forte nas grandes cidades \u2014 como Salvador, Feira de Santana e Vit\u00f3ria da Conquista \u2014, enfrenta a hegemonia do PT no interior, onde Jer\u00f4nimo Rodrigues (governador) e aliados como Rui Costa e Jaques Wagner mant\u00eam ra\u00edzes profundas.<\/p>\n Nilo reconhece que sua candidatura est\u00e1 condicionada a \u201cconjunturas\u201d. A rela\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima com ACM Neto \u00e9 um trunfo, mas a unidade da oposi\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 garantida. Al\u00e9m disso, o PT baiano, apoiado por Lula \u2014 cuja popularidade no estado \u00e9 um \u201cfator mobilizador\u201d \u2014, tem hist\u00f3rico de vencer elei\u00e7\u00f5es mesmo perdendo nas capitais, gra\u00e7as ao voto massivo em munic\u00edpios menores. Para Nilo, isso significa que sua campanha precisaria n\u00e3o apenas do apoio urbano, mas de uma penetra\u00e7\u00e3o in\u00e9dita no interior \u2014 algo que sua trajet\u00f3ria recente n\u00e3o demonstra.<\/p>\n Os Desafios: Entre o Passado e o Futuro<\/strong><\/p>\n Conclus\u00e3o: Um Jogo de Xadrez com Pe\u00e7as Incertas<\/strong><\/p>\n Marcelo Nilo encarna a figura do pol\u00edtico que tenta ressignificar sua trajet\u00f3ria. Seu discurso mistura realismo (\u201ca pol\u00edtica \u00e9 feita de conjunturas\u201d) e ambi\u00e7\u00e3o (\u201cvou trabalhar para crescer na opini\u00e3o p\u00fablica\u201d). No entanto, o caminho para o Senado \u00e9 \u00e1rduo. A oposi\u00e7\u00e3o baiana precisa n\u00e3o apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma m\u00e1quina petista que domina o estado h\u00e1 d\u00e9cadas.<\/p>\n Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado al\u00e9m das grandes cidades, poder\u00e1 reescrever sua hist\u00f3ria. Caso contr\u00e1rio, restar\u00e1 a ele o papel de coadjuvante em um enredo que j\u00e1 o teve como protagonista. A pol\u00edtica, como ele mesmo diz, \u00e9 feita de momentos \u2014 e 2026 ser\u00e1 o teste definitivo de sua capacidade de adapta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Conclus\u00e3o: Um Jogo de Xadrez com Pe\u00e7as Incertas<\/strong><\/p>\n Marcelo Nilo encarna a figura do pol\u00edtico que tenta ressignificar sua trajet\u00f3ria. Seu discurso mistura realismo (\u201ca pol\u00edtica \u00e9 feita de conjunturas\u201d) e ambi\u00e7\u00e3o (\u201cvou trabalhar para crescer na opini\u00e3o p\u00fablica\u201d). No entanto, o caminho para o Senado \u00e9 \u00e1rduo. A oposi\u00e7\u00e3o baiana precisa n\u00e3o apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma m\u00e1quina petista que domina o estado h\u00e1 d\u00e9cadas.<\/p>\n Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado al\u00e9m das grandes cidades, poder\u00e1 reescrever sua hist\u00f3ria. Caso contr\u00e1rio, restar\u00e1 a ele o papel de coadjuvante em um enredo que j\u00e1 o teve como protagonista. A pol\u00edtica, como ele mesmo diz, \u00e9 feita de momentos \u2014 e 2026 ser\u00e1 o teste definitivo de sua capacidade de adapta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n <\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A pol\u00edtica \u00e9 um teatro de ascens\u00f5es e quedas, onde protagonistas de ontem podem tornar-se coadjuvantes de hoje \u2014 e vice-versa. Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), vive esse paradoxo. 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