{"id":14659,"date":"2025-01-26T09:15:11","date_gmt":"2025-01-26T12:15:11","guid":{"rendered":"https:\/\/politicaeresenha.com.br\/?p=14659"},"modified":"2025-01-26T09:15:11","modified_gmt":"2025-01-26T12:15:11","slug":"artigo-vania-marques-pinto-e-a-reinvencao-da-luta-sindical-rural-uma-virada-historica-para-o-campo-brasileiro-padre-carlos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/politicaeresenha.com.br\/artigo-vania-marques-pinto-e-a-reinvencao-da-luta-sindical-rural-uma-virada-historica-para-o-campo-brasileiro-padre-carlos\/","title":{"rendered":"Artigo – V\u00e2nia Marques Pinto e a Reinven\u00e7\u00e3o da Luta Sindical Rural: Uma Virada Hist\u00f3rica para o Campo Brasileiro (Padre Carlos)"},"content":{"rendered":"
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Os dias 24 e 25 de janeiro de 2025 entrar\u00e3o para a hist\u00f3ria do sindicalismo rural brasileiro. Em Curitiba, representantes das Federa\u00e7\u00f5es Estaduais dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (FETAGs), filiadas \u00e0 CONTAG e \u00e0 Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tomaram uma decis\u00e3o un\u00e2nime e simb\u00f3lica: indicaram V\u00e2nia Marques Pinto, atual Secret\u00e1ria de Pol\u00edtica Agr\u00edcola da CONTAG, como candidata \u00e0 presid\u00eancia da entidade. N\u00e3o se trata apenas de uma mudan\u00e7a de lideran\u00e7a, mas de um marco na trajet\u00f3ria de uma organiza\u00e7\u00e3o que h\u00e1 d\u00e9cadas defende a agricultura familiar, a reforma agr\u00e1ria e a justi\u00e7a social no campo. A escolha de V\u00e2nia representa o fortalecimento do protagonismo feminino em um espa\u00e7o historicamente masculinizado e sinaliza um novo cap\u00edtulo para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).<\/p>\n
A nomea\u00e7\u00e3o de V\u00e2nia Marques Pinto n\u00e3o \u00e9 um acaso. Ela surge em um contexto de crescentes desafios para a agricultura familiar: press\u00f5es do agroneg\u00f3cio, mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, disputas por terra e \u00e1gua, e a urg\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas que garantam a sobreviv\u00eancia de milh\u00f5es de fam\u00edlias no campo. Sua trajet\u00f3ria como Secret\u00e1ria de Pol\u00edtica Agr\u00edcola da CONTAG revela uma lideran\u00e7a t\u00e9cnica e combativa, alinhada com as pautas que hoje s\u00e3o centrais para o movimento, como agroecologia, soberania alimentar e equidade de g\u00eanero.<\/p>\n
A unanimidade em torno de seu nome reflete n\u00e3o apenas confian\u00e7a em sua capacidade de gest\u00e3o, mas tamb\u00e9m um reconhecimento t\u00e1cito: a luta sindical rural precisa de novas vozes e perspectivas. Em um pa\u00eds onde as mulheres s\u00e3o respons\u00e1veis por 40% da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola familiar, mas ainda enfrentam invisibilidade e desigualdade, a ascens\u00e3o de uma mulher \u00e0 presid\u00eancia da maior organiza\u00e7\u00e3o do g\u00eanero na Am\u00e9rica Latina \u00e9 um ato pol\u00edtico revolucion\u00e1rio.<\/p>\n
O encontro em Curitiba n\u00e3o se limitou \u00e0 indica\u00e7\u00e3o de V\u00e2nia. Foi um espa\u00e7o de debates profundos sobre os rumos da CONTAG e do MSTTR. Os participantes reafirmaram compromissos hist\u00f3ricos, como a reforma agr\u00e1ria e o combate \u00e0 grilagem de terras, mas tamb\u00e9m apontaram para urg\u00eancias contempor\u00e2neas. A crise clim\u00e1tica, por exemplo, exige que o movimento sindual incorpore definitivamente a agroecologia como eixo estrat\u00e9gico \u2014 n\u00e3o apenas como alternativa produtiva, mas como projeto de sociedade.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, o acesso \u00e0 \u00e1gua pot\u00e1vel e \u00e0 terra produtiva foi destacado como direito fundamental, em um pa\u00eds onde conflitos por recursos naturais seguem custando vidas. A valoriza\u00e7\u00e3o das mulheres e dos jovens na sucess\u00e3o rural tamb\u00e9m ganhou destaque. Afinal, sem pol\u00edticas que combatam o \u00eaxodo juvenil e promovam a equidade de g\u00eanero, o campo brasileiro perder\u00e1 n\u00e3o apenas m\u00e3o de obra, mas tamb\u00e9m sua identidade cultural e sua capacidade de inova\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Em um momento pol\u00edtico polarizado, o fortalecimento da unidade interna na CONTAG e a coopera\u00e7\u00e3o com centrais sindicais como a CTB e a CUT foram temas centrais. A mensagem \u00e9 clara: fragmenta\u00e7\u00e3o \u00e9 luxo que o movimento n\u00e3o pode permitir. A conjuntura exige um sindicalismo robusto, capaz de dialogar com o Estado sem abrir m\u00e3o de sua autonomia, e de pressionar por avan\u00e7os sem recuar em suas bandeiras hist\u00f3ricas.<\/p>\n
O apoio das centrais sindicais \u00e9 vital nesse processo, pois amplifica a voz do campo em esferas nacionais e internacionais. A CTB, por exemplo, tem papel estrat\u00e9gico na articula\u00e7\u00e3o de pautas comuns entre trabalhadores urbanos e rurais, refor\u00e7ando a ideia de que justi\u00e7a social n\u00e3o se faz sem incluir quem produz alimento e preserva biomas.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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