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Perda. Um oceano vasto e profundo que, em algum momento da vida, todos n\u00f3s navegamos. \u00c0s vezes, as ondas s\u00e3o pequenas, um adeus a um ente querido que parte em paz. Outras vezes, o mar \u00e9 tempestuoso, um turbilh\u00e3o de emo\u00e7\u00f5es que nos afogam. A dor da perda \u00e9 conclu\u00edda, mas a forma como a sociedade nos ensina a lidar com ela, muitas vezes, \u00e9 cruel.<\/p>\n
Espera-se que sejamos fortes, que superemos a dor rapidamente. Mas o que acontece quando a perda \u00e9 de algu\u00e9m que ainda est\u00e1 vivo? Quando o amor continua existindo, mas uma pessoa n\u00e3o faz mais parte da nossa vida? Esse tipo de perda \u00e9 muitas vezes invis\u00edvel, negligenciado pela sociedade que insiste em solu\u00e7\u00f5es r\u00e1pidas para uma dor que requer tempo e espa\u00e7o para ser sentida.<\/p>\n
\u00c9 como se houvesse uma obriga\u00e7\u00e3o de esconder a dor, de fingir que ela n\u00e3o existe. Mas a verdade \u00e9 que a saudade \u00e9 um sentimento leg\u00edtimo, que precisa ser v\u00edvido e sentido em toda a sua intensidade. Suprimir a dor n\u00e3o faz desaparecer, apenas empurrar para um lugar escuro dentro de n\u00f3s, onde ela pode crescer e nos corroer por dentro.<\/p>\n
Precisamos quebrar esse tabu. Precisamos falar sobre a dor da perda, sobre a saudade que aperta o cora\u00e7\u00e3o. Precisamos criar um espa\u00e7o onde as pessoas possam compartilhar seus sentimentos sem julgamentos, sem cobran\u00e7as. Precisamos considerar que a fragilidade n\u00e3o \u00e9 um sinal de fraqueza, mas sim de humanidade.<\/p>\n
A jornada pela dor da perda \u00e9 \u00fanica para cada um de n\u00f3s. N\u00e3o existe um tempo certo para superar, nem uma f\u00f3rmula m\u00e1gica para curar a saudade. O que existe \u00e9 a necessidade de acolher nossos sentimentos, de permitir que a dor flua como um rio, mesmo que isso signifique afogarmo-nos nela por um tempo.<\/p>\n
Encontrar consolo na lembran\u00e7a dos momentos felizes, buscar apoio em amigos e familiares, dedicar-se a atividades que tragam paz \u2013 essas s\u00e3o algumas das \u00e2ncoras que podemos encontrar no meio da tempestade. Mas \u00e9 importante lembrar que a dor da perda \u00e9 um processo, e que a cura, quando chega, \u00e9 um recome\u00e7o, n\u00e3o um fim.<\/p>\n
Ent\u00e3o, se voc\u00ea est\u00e1 navegando nesse oceano vasto e profundo, saiba que voc\u00ea n\u00e3o est\u00e1 sozinho. Permita-se sentir a dor, encontrar conforto onde puder e, acima de tudo, tenha paci\u00eancia consigo mesmo. A jornada \u00e9 longa, mas a chegada \u00e0 outra margem \u00e9 poss\u00edvel.<\/p>\n
A saudade de um amor que ainda existe \u00e9 uma dor avassaladora. \u00c9 como sentir falta de uma parte de si mesma que foi arrancada. A pessoa continua viva, mas a conex\u00e3o profunda que voc\u00eas tinham perdido. E essa perda, muitas vezes, \u00e9 invis\u00edvel aos olhos dos outros, o que pode gerar um sentimento de solid\u00e3o ainda maior.<\/p>\n
Idealizamos o passado, focamos nas lembran\u00e7as felizes e esquecemos das dificuldades. Comparar o presente com o passado pode intensificar a saudade, fazendo com que a dor seja ainda mais dif\u00edcil de suportar.<\/p>\n
Nesses momentos, o autocuidado \u00e9 essencial. Encontrar atividades que nos tragam paz, como ler um livro, ouvir uma m\u00fasica especial ou passar um tempo na natureza, pode ser um ref\u00fagio da dor. Lembre-se, voc\u00ea est\u00e1 permitindo que a dor da gripe, mas tamb\u00e9m precisa encontrar maneiras de cuidar de si mesmo nessa jornada.<\/p>\n
Padre Carlos<\/p>\n
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