{"id":17271,"date":"2025-04-11T10:13:11","date_gmt":"2025-04-11T13:13:11","guid":{"rendered":"https:\/\/politicaeresenha.com.br\/?p=17271"},"modified":"2025-04-11T10:13:11","modified_gmt":"2025-04-11T13:13:11","slug":"artigo-o-coqueiral-da-saudade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/politicaeresenha.com.br\/artigo-o-coqueiral-da-saudade\/","title":{"rendered":"ARTIGO \u2013 O Coqueiral da Saudade"},"content":{"rendered":"
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(Padre Carlos)<\/p>\n
Hoje, ao receber de um amigo de inf\u00e2ncia e juventude uma velha fotografia dos coqueirais do Nordeste de Amaralina, algo pulsou dentro do peito \u2014 uma saudade que n\u00e3o tem nome, mas que todo homem maduro reconhece. Era uma paisagem simples, de terra batida, casas humildes e coqueiros que pareciam tocar o c\u00e9u. Mas naquela imagem havia mais que um retrato: havia uma vida.<\/p>\n
Aquele cintur\u00e3o verde que se estendia do alto das Ubaranas \u00e0 Santa Cruz era uma moldura natural para os dias bo\u00eamios, as primeiras paix\u00f5es, os encontros de esquina e as conversas de cal\u00e7ada. Aqueles coqueiros \u2014 altos, serenos, imortais \u2014 nos vigiavam como sentinelas da inf\u00e2ncia e da juventude. E como esquecer o caminho entre o Alto da Alegria e o Nordeste de Amaralina? Ele n\u00e3o era apenas um trajeto, mas uma travessia de afetos e hist\u00f3rias.<\/p>\n
S\u00f3 quem nasceu nas d\u00e9cadas de cinquenta e sessenta pode entender o que foi viver ali. Sentir a maresia chegando com o vento da tarde, ouvir os cantos das lavadeiras ao longe, ver os moleques correndo descal\u00e7os no barro quente. Era um tempo em que a liberdade n\u00e3o vinha do consumo, mas do conv\u00edvio. N\u00e3o t\u00ednhamos muito, mas t\u00ednhamos tudo. O mundo era menor, mas o cora\u00e7\u00e3o era maior.<\/p>\n
O coqueiral, hoje, talvez j\u00e1 n\u00e3o exista como antes. O progresso cobriu de concreto o que antes era terra e verde. Mas h\u00e1 coisas que a modernidade n\u00e3o consegue apagar: as lembran\u00e7as, os cheiros, os sons e as emo\u00e7\u00f5es daquele tempo continuam vivos em n\u00f3s, como a fotografia que me chegou hoje e que me fez, por instantes, voltar a ser menino.<\/p>\n
Essa faixa de terra nos formou. E ao lembrar dela, lembro tamb\u00e9m que ainda h\u00e1 tempo de preservar nossas mem\u00f3rias, nossos afetos e nossa identidade. O Nordeste de Amaralina n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 um bairro. \u00c9 um s\u00edmbolo. E os coqueiros, mesmo que derrubados, ainda balan\u00e7am dentro da gente.<\/p>\n
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