Política e Resenha

Fabrício e a 54ª Exposição: A Articulação que Garantiu o Sucesso do Evento

 

 

No mundo da política e da gestão pública, a informação não é apenas poder; ela é a moeda de influência. A máxima “Informação é poder, mas não informar termina deixando outros levarem os bônus” ganha vida quando aliada ao famoso ditado “Quem não se comunica, se tronbica”. Esse princípio se manifesta de forma clara na polêmica envolvendo a Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista, um evento tradicional que movimenta a economia e o entretenimento local. Originalmente marcada para abril, a exposição foi cancelada pela Coopmac, desencadeando uma série de articulações políticas que revelaram tanto a força da comunicação quanto as consequências de sua ausência. 

O caso começou com o cancelamento, que pegou a comunidade de surpresa. Apesar da Prefeitura ter disponibilizado um valor de R$ 800 mil, entre serviços e patrocínio não seria o suficiente. Sabendo das dificuldades  para realização do evento,  Fabrício Falcão, deputado estadual pelo PCdoB, assumiu a liderança nas articulações iniciais para reverter a situação. Contudo, sua abordagem pecou pela falta de transparência na comunicação com o público e outros atores políticos. Esse vácuo informativo abriu espaço para que figuras como o ex-prefeito Quinho se apropriassem da narrativa, capitalizando o momento e levando os bônus pelo esforço alheio. A lição é evidente: sem uma comunicação clara e assertiva, o mérito pode facilmente escorregar para outras mãos. 

Foi com coragem e determinação, que o deputado Fabrício impulsionou uma mobilização política que transcendeu as barreiras partidárias. Formou uma coalizão suprapartidária que incluiu nomes como Vítor Azevedo, Tiago Correia e Samuel Júnior, demonstrando habilidade em unir diferentes forças em prol de um objetivo comum. O resultado desse esforço conjunto foi a garantia de R$ 600 mil em emendas para o patrocínio do governo estadual, uma conquista que viabilizou a realização da exposição ainda este ano. Esse movimento destacou não apenas a liderança de Fabrício, mas também o poder de uma articulação bem coordenada. 

Curiosamente, o cenário contrasta com o ano anterior, quando um outro político da cidade destinou uma emenda parlamentar de meio milhão para o mesmo evento. Por que tamanha generosidade, será que tem haver com um ano eleitoral, como foi 2024? O certo é que ausência relativa em 2025, que não é um ano eleitoral foi sentida. Seria isso um reflexo de estratégias políticas calculada, um esforço genuíno para apoiar a comunidade ou apenas uma coincidência? As entrelinhas deixam margem para dúvidas, sugerindo que os interesses em jogo podem ser mais complexos do que aparentam. 

As implicações dessa dinâmica vão além da política partidária e tocam diretamente a gestão pública, a economia e o entretenimento de Vitória da Conquista.  

Na esfera da gestão, a falta de comunicação transparente compromete a alocação justa de crédito e recursos, minando a confiança da população. Economicamente, a Exposição Agropecuária é um motor essencial, gerando empregos, atraindo turistas e impulsionando o comércio local – seu cancelamento ou má gestão representa um golpe significativo. No campo do entretenimento, o evento é mais do que uma feira; é uma celebração cultural que fortalece a identidade da comunidade. Quando a comunicação falha, todos esses aspectos sofrem. 

O caso da Exposição Agropecuária de Vitória da Conquista é, portanto, um lembrete poderoso de que a informação é uma ferramenta de poder, mas sua ausência pode ser um convite ao oportunismo. Fabrício Falcão e sua coalizão mostraram que, com determinação e diálogo, é possível reverter reveses e entregar resultados. Ainda assim, o ditado “Quem não se comunica, se tronbica” ecoa como um alerta: no universo da política e do serviço público, a transparência não é opcional – é a base da legitimidade e do sucesso.

(Padre Carlos)