Nos meandros do Planalto, enquanto o presidente Lula retoma o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), uma questão premente se destaca: a burocracia estatal, um empecilho que, segundo o próprio líder, “atrapalha pra cacete” no combate à fome no país.
Em um país onde a fome ainda é uma triste realidade para muitos, a eficiência na implementação de políticas públicas é vital. No entanto, o que se observa é um labirinto de entraves burocráticos que dificultam o avanço dessas iniciativas. Lula, com sua franqueza característica, não poupou críticas à morosidade e à ineficiência do governo diante desse desafio urgente.
Ao assinar decretos relacionados às cozinhas solidárias e à nova composição da cesta básica, Lula reforçou seu compromisso em tirar o Brasil do Mapa da Fome até o fim de seu mandato, em 2026. No entanto, o desconhecimento sobre o número atual de pessoas em insegurança alimentar grave evidencia uma lacuna preocupante na gestão.
A mensagem é clara: a erradicação da fome requer não apenas boa vontade política, mas também ações concretas e ágeis. O presidente alerta para a necessidade de enfrentar a burocracia de frente, sem rodeios, sem desculpas. Afinal, como ele mesmo enfatiza, “a fome não espera”.
Além disso, Lula direcionou sua atenção para o Bolsa Família, instando o ministro Wellington Dias a aprimorar os pente finos no programa. Afinal, é preciso garantir que os recursos cheguem efetivamente às mãos daqueles que mais precisam, sem margem para desvios ou irregularidades.
O acordo de cooperação firmado com o Banco do Brasil, no valor de R$ 4 milhões, é um passo importante nessa jornada contra a fome. Porém, é apenas um fragmento de uma batalha muito maior que demanda comprometimento, agilidade e, sobretudo, vontade política.
Portanto, diante do desafio monumental que é erradicar a fome, é hora de deixar de lado as desculpas e enfrentar a burocracia de cabeça erguida. O tempo urge, e cada dia de atraso significa mais vidas em risco. Que a retórica seja transformada em ação, e que os esforços se concentrem onde realmente importa: no prato vazio de milhões de brasileiros.
Por Maria Clara, articulista política e resenha.