A imagem do buraco na parede da cela do presídio federal de segurança máxima de Mossoró é muito mais do que um simples vazamento de segurança; é uma representação vívida da fragilidade de um sistema penitenciário que clama por reformas urgentes. A fuga dos detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento não é apenas um episódio isolado, mas sim um reflexo de uma série de falhas sistêmicas que permitem a continuidade de ações criminosas mesmo dentro das supostas “prisões de segurança máxima”.
Esses indivíduos, vinculados ao Comando Vermelho, uma das facções mais temidas do país, escaparam de uma instalação projetada para conter os criminosos mais perigosos. No entanto, sua fuga não foi resultado de uma operação cinematográfica, mas sim de um planejamento meticuloso, facilitado pelas lacunas na segurança e supervisão inadequada.
A transferência desses detentos para Mossoró após o incidente em Rio Branco deveria representar um aumento na vigilância e na segurança. No entanto, o que vemos é uma repetição de erros, culminando na fuga de dois indivíduos perigosos que agora representam uma ameaça iminente à sociedade.
É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda nos deparemos com situações como essa, onde a ineficiência do sistema penitenciário põe em risco a segurança pública. A falha na supervisão, a falta de investimento em tecnologias de segurança e a corrupção endêmica são apenas alguns dos problemas que minam a eficácia das instituições responsáveis pela execução penal.
Não podemos mais nos permitir sermos surpreendidos por tragédias anunciadas como essa. A fuga em Mossoró deve servir como um chamado de atenção para uma reforma profunda e abrangente em nosso sistema prisional. É hora de investir em segurança, em capacitação de pessoal e em medidas preventivas eficazes.
O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, reconheceu as falhas na segurança que permitiram essa fuga. No entanto, reconhecer o problema não é suficiente; é necessário agir com determinação e urgência para corrigir essas deficiências e garantir que episódios como esse não se repitam.
A sociedade exige e merece um sistema prisional que cumpra sua função de maneira eficaz, protegendo os cidadãos e promovendo a ressocialização dos detentos. A fuga em Mossoró é um lembrete doloroso de que ainda temos um longo caminho a percorrer nesse sentido. O tempo de agir é agora.