Neste artigo, desejo compartilhar uma história que fala ao coração de qualquer um que já tenha segurado uma criança nos braços. Uma história que nos traz a dura realidade dos hospitais e, ao mesmo tempo, nos inspira a agir, não apenas pela pequena Antonella, mas por centenas de outras crianças que lutam diariamente pela vida. A cada palavra, convido você, leitor, a mergulhar na jornada desta menina, um anjo de apenas um ano e três meses, que enfrenta um dos maiores desafios que a vida poderia impor.
Antonella nasceu em 14 de junho de 2023, em Vitória da Conquista. Foi um parto tranquilo, como nos conta sua avó. Crescia saudável, cercada pelo amor de sua família, que, sendo católica, sempre a vestia para homenagear um santo da igreja. Ela era, e ainda é, a alegria da casa. Contudo, a vida deu uma guinada inesperada quando, ao completar um ano e três meses, Antonella apresentou uma febre persistente. Três dias depois, o diagnóstico abalou a todos: leucemia linfoide aguda.
Desde então, essa garotinha, tão pequena, tem demonstrado uma força que só pode ser chamada de gigante. Antonella ficou 12 dias na UTI do Hospital Manoel Novaes em Itabuna, enfrentando bravamente sessões de quimioterapia e uma rotina exaustiva de transfusões de sangue e plaquetas. Essas transfusões são essenciais, pois a quimioterapia reduz drasticamente as plaquetas no organismo, as quais ajudam a estancar sangramentos. Sem elas, sua vida fica em constante risco.
Mas Antonella não está sozinha nessa luta. O Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) acolhe e apoia famílias de mais de 200 municípios que buscam tratamento para seus filhos em Itabuna. Contudo, o banco de sangue da cidade, responsável por suprir essas demandas, está com estoques críticos. A realidade é grave: enquanto seriam necessárias 54 unidades de sangue por dia, o estoque atual mal chega a 35 unidades diárias. Esse cenário torna o processo de atendimento aos pacientes, especialmente os pequenos, cada vez mais arriscado e angustiante para as famílias.
A médica oncologista que acompanha Antonella explica que, com a leucemia, as células sanguíneas de um paciente já são naturalmente prejudicadas, o que gera uma necessidade constante de transfusões. Cada dia em que o banco de sangue fica com estoques baixos é um dia em que Antonella, e outras crianças, ficam em situação vulnerável. A doação de sangue, nesse contexto, não é apenas um gesto de solidariedade; é uma verdadeira linha de vida.
Por isso, faço aqui um apelo: se você, leitor, está em condições de doar, que essa história toque seu coração. Não estamos falando apenas de Antonella, mas de centenas de crianças e pacientes que dependem dessas doações para viver mais um dia.
A doação de sangue não é apenas uma ação isolada; ela é um ato de amor, um compromisso com a vida e com a humanidade. Ao doar, você permite que mais histórias como a de Antonella possam ser contadas com esperança. Que esta seja uma oportunidade para nos unirmos em um gesto concreto, ao alcance de qualquer pessoa saudável, mas que para Antonella e tantos outros é essencial e pode, literalmente, salvar uma vida.
Doe sangue no Banco de Sangue de Itabuna, no anexo do Hospital Calixto Midlej Filho, no bairro Pontalzinho. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7:00 às 17:00, e aos sábados até o meio-dia.