Vivemos tempos de polarização e fragmentação política, e o cenário em Vitória da Conquista reflete uma microcosmo das tensões que permeiam o tabuleiro político nacional. O prestigioso Deputado Federal Waldenor Pereira, com mais de vinte anos de mandato, encontra dificuldades em superar a pré-candidatura da Vereadora Lúcia Rocha, que continua em sua frente. Ambos os pré-candidatos fazem parte da mesma base do poder, a do governador Jerônimo.
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) local, com sua tríade de vereadores, enfrenta um dilema não exclusivo ao partido, mas sintomático de uma política que se tornou mais sobre ocupar espaços do que unificar vozes em torno de um projeto comum.
A Prefeita Sheila Lemos, apesar das críticas, segue em seu mandato com promessas de trabalho e dedicação. No entanto, a política não é um espetáculo solitário. Ela demanda colaboração, diálogo e, acima de tudo, um projeto de inclusão que transcende as fronteiras partidárias. O Dr. Anndreson, representante do PCdoB, destaca-se por sua formação dentro dos quadros do partido, mas sua voz parece ecoar em um vazio de unidade.
O bloco de Ondina, por sua vez, parece perdido em sua própria narrativa. A pré-candidata Lúcia Rocha, apesar de sua associação com o grupo do Palácio de Ondina, não consegue encontrar a sinergia necessária para consolidar uma frente unificada. Isso levanta questões pertinentes: O que falta para que haja coesão? Será que a política se reduziu a meros blocos de poder disputando a atenção das massas?
A política, em sua essência, é mais do que simplesmente “botar um bloco na rua”. É sobre ter carisma, sim, mas também sobre construir um projeto de inclusão que abrace a diversidade de pensamentos e necessidades da população. É sobre criar um espaço onde o diálogo prevaleça sobre o dissenso, onde a unidade não signifique uniformidade, mas sim respeito pelas diferenças.
Em Vitória da Conquista, como em qualquer outra cidade, o desafio está em superar as barreiras ideológicas para construir uma política verdadeiramente representativa. Isso requer líderes que estejam dispostos a ouvir e a ceder, que reconheçam que a força de um governo reside na capacidade de unir e não apenas de governar.
A política é a arte do possível, e em Vitória da Conquista, o possível ainda está à espera de ser realizado. Talvez seja hora de os políticos locais refletirem sobre o verdadeiro significado de representatividade e sobre como eles podem, juntos, traçar um caminho que leve a uma Vitória da Conquista mais inclusiva e próspera para todos.