Caro leitor,
Em meio às paredes frias dos hospitais e à rotina acelerada das salas de cirurgia, surge uma questão crucial que permeia a prática médica: a frieza dos profissionais de saúde. Há uma hipótese que defende que essa aparente indiferença é uma defesa necessária diante do constante confronto com o sofrimento humano. No entanto, é chegada a hora de questionarmos essa postura e refletirmos sobre a urgente necessidade de resgatar a empatia na área da saúde.
Médicos, enfermeiros e outros profissionais do setor são frequentemente incentivados a esconderem seus sentimentos, a se distanciarem emocionalmente dos pacientes. A justificativa para essa atitude é a suposta necessidade de lidar com o sofrimento, as mortes, as doenças e os traumas de forma impessoal, como se uma armadura emocional fosse a única saída para sair ileso desse campo de batalha.
Contudo, devemos questionar essa narrativa. Será mesmo que a única forma de ser um profissional de saúde eficaz é se tornar um ser imperturbável, distante das dores alheias? Esta é uma grande mentira que precisa ser desmistificada. E para ilustrar isso, compartilho a experiência com meu oncologista, o Dr. Roberto Lara.
Dr. Lara é mais do que um médico; ele é um ser humano que compreende a importância da empatia na prática médica. Enquanto muitos profissionais se resguardam sob a desculpa de manterem a objetividade, o Dr. Roberto Lara se destaca por sua conexão genuína com seus pacientes. Ele não apenas trata doenças; ele se preocupa, vibra com cada exame bem-sucedido, com cada cirurgia que traz esperança. E, da mesma forma, ele se abate e sofre com a dor alheia, pois tem compaixão.
A palavra “compaixão” carrega em si a ideia de “com-paixão”, ou seja, sentir com o outro. Essa é a verdadeira essência da medicina, e é isso que precisamos resgatar. A empatia não enfraquece o médico; ela o fortalece, transformando-o em um agente de cura integral.
É chegada a hora de romper com a ilusão de que a impessoalidade é a chave para a eficácia na área da saúde. Precisamos reconhecer e valorizar profissionais como o Dr. Roberto Lara, que nos mostram que é possível aliar a competência técnica à compaixão. Resgatar a empatia na saúde não é apenas um chamado ético, mas uma necessidade humana urgente.
Padre Carlos