Política e Resenha

Artigo – 65 Primaveras: Entre o Espelho e a Alma de um Menino (Padre Carlos)

 

 

 

 

Há dias em que o espelho parece uma contradição ambulante. Completo sessenta e cinco anos e, diante do reflexo, vejo marcas que o tempo inscreveu com tinta indelével: rugas que contam histórias, cabelos que se pintaram de prata, mãos que carregam o mapa de décadas de trabalho. Mas, por trás desse rosto que o calendário insiste em chamar de “idoso”, há um menino que ri, que ainda acredita em aventuras, que se surpreende com o voo de um pássaro e que teima em não entender por que o mundo insiste em rotular a vida em fases estanques.

Alegria de Chegar: O Presente do Tempo
Sessenta e cinco anos são uma vitória. Uma celebração de resistência. Quantas tempestades foram atravessadas? Quantas alegrias foram semeadas? Há uma doçura em olhar para trás e perceber que, apesar das quedas, continuamos de pé. É a idade em que muitos se aposentam, mas aposentadoria, aqui, não é sinônimo de despedida. É um novo começo: tempo livre para reencontrar paixões adormecidas, para viajar sem destino, para ler os livros empilhados na estante, para abraçar os netos e lhes sussurrar segredos que só a experiência conhece.

A Consciência da Passagem: Quando o Relógio Virou Areia
Mas há um outro lado nessa moeda. De repente, percebemos que a vida passou rápido demais. Aquele primeiro dia de escola, o cheiro do uniforme novo, a primeira paixão adolescente, o susto de virar adulto, as noites em claro cuidando de filhos pequenos — tudo parece ter acontecido há uma semana. O tempo, esse ilusionista, nos faz crer que temos controle sobre ele, até que um dia olhamos para as mãos e vemos que ele escorreu como areia fina. A pergunta que ecoa é: “O que fiz com os meus dias?” Não se trata de arrependimento, mas de um estranho luto pelas horas que não soubemos saborear devagar.

O Menino que Habita o meu Ser: A Eterna Juventude da Alma
Eis, porém, o segredo que os anos nos revelam: envelhecer não é trair a própria essência. O menino que fui — cheio de perguntas, com medo do escuro, fascinado por formigas trabalhando, dono de uma imaginação que transformava cabanas de lençol em castelos — ainda está aqui. Ele se esconde nas gargalhadas à toa, na curiosidade por um céu estrelado, na vontade de correr na chuva (mesmo que os joelhos reclamen). Envelhecer, quando feito com graça, é permitir que esse menino e o ancião coexistam. Um oferece leveza; o outro, sabedoria.

A Síntese dos Contrários: Viver com os Olhos do Amanhã e o Coração de Ontem
Aos sessenta e cinco, aprendemos que a vida não é linear, mas uma espiral. Volta-se aos mesmos lugares, mas com novos olhos. O passado não some; ele se transforma em raízes. E o futuro, ainda que mais curto, ganha intensidade. Há uma urgência serena em viver: não mais correndo atrás do vento, mas dançando com ele.

Conclusão: A Festa dos Opostos
Se pudesse dar um conselho ao meu eu mais jovem, diria: “Não temas os anos. Eles trarão dores, sim, mas também trarão a incrível habilidade de rir de si mesmo, de amar sem exigências, de encontrar felicidade em um café quente ou no silêncio de uma manhã ensolarada”. Sessenta e cinco anos são a prova de que é possível envelhecer sem endurecer, celebrar sem negar a melancolia, e carregar dentro de si — sempre — aquele menino que acredita que a vida, mesmo breve, cabe toda em um só dia.

Porque, no fim, a verdadeira idade não está nos ossos, mas no brilho do olhar. E o meu, hoje, ainda brilha como o de um garoto que acabou de descobrir que o mundo é infinito.

Artigo – 65 Primaveras: Entre o Espelho e a Alma de um Menino (Padre Carlos)

 

 

 

 

Há dias em que o espelho parece uma contradição ambulante. Completo sessenta e cinco anos e, diante do reflexo, vejo marcas que o tempo inscreveu com tinta indelével: rugas que contam histórias, cabelos que se pintaram de prata, mãos que carregam o mapa de décadas de trabalho. Mas, por trás desse rosto que o calendário insiste em chamar de “idoso”, há um menino que ri, que ainda acredita em aventuras, que se surpreende com o voo de um pássaro e que teima em não entender por que o mundo insiste em rotular a vida em fases estanques.

Alegria de Chegar: O Presente do Tempo
Sessenta e cinco anos são uma vitória. Uma celebração de resistência. Quantas tempestades foram atravessadas? Quantas alegrias foram semeadas? Há uma doçura em olhar para trás e perceber que, apesar das quedas, continuamos de pé. É a idade em que muitos se aposentam, mas aposentadoria, aqui, não é sinônimo de despedida. É um novo começo: tempo livre para reencontrar paixões adormecidas, para viajar sem destino, para ler os livros empilhados na estante, para abraçar os netos e lhes sussurrar segredos que só a experiência conhece.

A Consciência da Passagem: Quando o Relógio Virou Areia
Mas há um outro lado nessa moeda. De repente, percebemos que a vida passou rápido demais. Aquele primeiro dia de escola, o cheiro do uniforme novo, a primeira paixão adolescente, o susto de virar adulto, as noites em claro cuidando de filhos pequenos — tudo parece ter acontecido há uma semana. O tempo, esse ilusionista, nos faz crer que temos controle sobre ele, até que um dia olhamos para as mãos e vemos que ele escorreu como areia fina. A pergunta que ecoa é: “O que fiz com os meus dias?” Não se trata de arrependimento, mas de um estranho luto pelas horas que não soubemos saborear devagar.

O Menino que Habita o meu Ser: A Eterna Juventude da Alma
Eis, porém, o segredo que os anos nos revelam: envelhecer não é trair a própria essência. O menino que fui — cheio de perguntas, com medo do escuro, fascinado por formigas trabalhando, dono de uma imaginação que transformava cabanas de lençol em castelos — ainda está aqui. Ele se esconde nas gargalhadas à toa, na curiosidade por um céu estrelado, na vontade de correr na chuva (mesmo que os joelhos reclamen). Envelhecer, quando feito com graça, é permitir que esse menino e o ancião coexistam. Um oferece leveza; o outro, sabedoria.

A Síntese dos Contrários: Viver com os Olhos do Amanhã e o Coração de Ontem
Aos sessenta e cinco, aprendemos que a vida não é linear, mas uma espiral. Volta-se aos mesmos lugares, mas com novos olhos. O passado não some; ele se transforma em raízes. E o futuro, ainda que mais curto, ganha intensidade. Há uma urgência serena em viver: não mais correndo atrás do vento, mas dançando com ele.

Conclusão: A Festa dos Opostos
Se pudesse dar um conselho ao meu eu mais jovem, diria: “Não temas os anos. Eles trarão dores, sim, mas também trarão a incrível habilidade de rir de si mesmo, de amar sem exigências, de encontrar felicidade em um café quente ou no silêncio de uma manhã ensolarada”. Sessenta e cinco anos são a prova de que é possível envelhecer sem endurecer, celebrar sem negar a melancolia, e carregar dentro de si — sempre — aquele menino que acredita que a vida, mesmo breve, cabe toda em um só dia.

Porque, no fim, a verdadeira idade não está nos ossos, mas no brilho do olhar. E o meu, hoje, ainda brilha como o de um garoto que acabou de descobrir que o mundo é infinito.

 Artigo – Entre Delações e Omissões: O Que a Justiça Esconde nas Entrelinhas do Caso Bolsonaro? (Padre Carlos)

 

 

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de confiança de Jair Bolsonaro, trouxe à tona afirmações explosivas: Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro integrariam a ala “mais radical” de um grupo que planejava um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. Segundo Cid, mãe e filho pressionavam o então presidente a agir contra as instituições, alimentando a ilusão de que contavam com apoio popular e de grupos armados. Contudo, um ano após o depoimento, o relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o caso não apenas omitiu Michelle, como relegou Eduardo a uma menção lateral. Como explicar essa dissonância entre a narrativa de um colaborador chave e a aparente leniência das investigações?

A Contradição que Incendeia Perguntas

Mauro Cid não é um personagem secundário. Sua proximidade com Bolsonaro lhe conferia acesso a conversas reservadas e estratégias do núcleo duro do governo. Seu testemunho, ainda que marcado por interesses próprios (já que delações premiadas são, por natureza, transações com a Justiça), não pode ser descartado como mera ficção. A ausência de Michelle e Eduardo no relatório da PF, porém, sugere uma desconexão inquietante. Seria falta de provas materiais? Ou um sintoma da complexa teia de influências políticas que ainda protege a família Bolsonaro?

A resposta pode estar na própria natureza das instituições brasileiras, historicamente reféns de hierarquias e pressões. A PF, subordinada ao Ministério da Justiça, opera em um campo minado por interesses partidários. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora analisa o caso, enfrenta o desafio de equilibrar legalidade e pragmatismo em um cenário onde os Bolsonaro seguem como força política relevante.

O Jogo Político por Trás das Omissões

Não é coincidência que, enquanto o relatório da PF silencia sobre Michelle e Eduardo, ambos sejam cotados para disputar a Presidência em 2026. A estratégia é clara: manter a base bolsonarista aquecida, transferindo a liderança para figuras que, supostamente, escaparam das manchas jurídicas do patriarca. Mas e se a mancha não foi apagada, apenas ignorada?

A omissão de seus nomes no documento oficial não os inocenta perante a opinião pública. A sociedade merece saber se futuros candidatos estiveram envolvidos em tramas contra a democracia. Afinal, o mesmo relatório que os poupou indiciou 40 pessoas, incluindo militares e aliados, por crimes como associação criminosa e tentativa de golpe. Como justificar a exclusão de dois nomes centrais nas conversas descritas por Cid?

A Democracia Sob o Risco da Impunidade Seletiva

O caso expõe uma ferida aberta na democracia brasileira: a percepção de que a Justiça age com dois pesos e duas medidas. Se, por um lado, as instituições avançaram ao investigar e prender autores dos ataques de 8 de janeiro, por outro, a lentidão (ou hesitação) em responsabilizar figuras de alto escalão alimenta a desconfiança.

A delação de Cid precisa ser investigada com rigor, não apenas como peça jurídica, mas como termômetro ético. Se há indícios de que Michelle e Eduardo incitaram um golpe, por que a PF não os seguiu? Faltou coragem? Ou faltaram elementos concretos, reduzindo o depoimento a acusações vagas? A PGR tem o dever de esclarecer — e o STF, de assegurar que o processo não seja arquivado por conveniência.

Conclusão: O Preço do Silêncio

A história recente do Brasil mostra que a impunidade de elites políticas é um combustível perigoso. O mensalão, a Lava Jato e agora o caso Mauro Cid deixam claro: quando figuras poderosas escapam da accountability, a democracia paga o preço.

Michelle e Eduardo Bolsonaro podem até não estar nos autos da PF, mas estão no banco dos réus da opinião pública. Cabe à Justiça provar que seu veredito não será ditado por cálculos eleitoreiros, mas pela Constituição. Enquanto isso, a sociedade deve permanecer vigilante. Afinal, um país que negligencia suas conspirações golpistas está fadado a repeti-las.

A democracia não é um jogo de palavras em relatórios — é um pacto que exige coragem para confrontar até os mais poderosos.

 Artigo – Entre Delações e Omissões: O Que a Justiça Esconde nas Entrelinhas do Caso Bolsonaro? (Padre Carlos)

 

 

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de confiança de Jair Bolsonaro, trouxe à tona afirmações explosivas: Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro integrariam a ala “mais radical” de um grupo que planejava um golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022. Segundo Cid, mãe e filho pressionavam o então presidente a agir contra as instituições, alimentando a ilusão de que contavam com apoio popular e de grupos armados. Contudo, um ano após o depoimento, o relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o caso não apenas omitiu Michelle, como relegou Eduardo a uma menção lateral. Como explicar essa dissonância entre a narrativa de um colaborador chave e a aparente leniência das investigações?

A Contradição que Incendeia Perguntas

Mauro Cid não é um personagem secundário. Sua proximidade com Bolsonaro lhe conferia acesso a conversas reservadas e estratégias do núcleo duro do governo. Seu testemunho, ainda que marcado por interesses próprios (já que delações premiadas são, por natureza, transações com a Justiça), não pode ser descartado como mera ficção. A ausência de Michelle e Eduardo no relatório da PF, porém, sugere uma desconexão inquietante. Seria falta de provas materiais? Ou um sintoma da complexa teia de influências políticas que ainda protege a família Bolsonaro?

A resposta pode estar na própria natureza das instituições brasileiras, historicamente reféns de hierarquias e pressões. A PF, subordinada ao Ministério da Justiça, opera em um campo minado por interesses partidários. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora analisa o caso, enfrenta o desafio de equilibrar legalidade e pragmatismo em um cenário onde os Bolsonaro seguem como força política relevante.

O Jogo Político por Trás das Omissões

Não é coincidência que, enquanto o relatório da PF silencia sobre Michelle e Eduardo, ambos sejam cotados para disputar a Presidência em 2026. A estratégia é clara: manter a base bolsonarista aquecida, transferindo a liderança para figuras que, supostamente, escaparam das manchas jurídicas do patriarca. Mas e se a mancha não foi apagada, apenas ignorada?

A omissão de seus nomes no documento oficial não os inocenta perante a opinião pública. A sociedade merece saber se futuros candidatos estiveram envolvidos em tramas contra a democracia. Afinal, o mesmo relatório que os poupou indiciou 40 pessoas, incluindo militares e aliados, por crimes como associação criminosa e tentativa de golpe. Como justificar a exclusão de dois nomes centrais nas conversas descritas por Cid?

A Democracia Sob o Risco da Impunidade Seletiva

O caso expõe uma ferida aberta na democracia brasileira: a percepção de que a Justiça age com dois pesos e duas medidas. Se, por um lado, as instituições avançaram ao investigar e prender autores dos ataques de 8 de janeiro, por outro, a lentidão (ou hesitação) em responsabilizar figuras de alto escalão alimenta a desconfiança.

A delação de Cid precisa ser investigada com rigor, não apenas como peça jurídica, mas como termômetro ético. Se há indícios de que Michelle e Eduardo incitaram um golpe, por que a PF não os seguiu? Faltou coragem? Ou faltaram elementos concretos, reduzindo o depoimento a acusações vagas? A PGR tem o dever de esclarecer — e o STF, de assegurar que o processo não seja arquivado por conveniência.

Conclusão: O Preço do Silêncio

A história recente do Brasil mostra que a impunidade de elites políticas é um combustível perigoso. O mensalão, a Lava Jato e agora o caso Mauro Cid deixam claro: quando figuras poderosas escapam da accountability, a democracia paga o preço.

Michelle e Eduardo Bolsonaro podem até não estar nos autos da PF, mas estão no banco dos réus da opinião pública. Cabe à Justiça provar que seu veredito não será ditado por cálculos eleitoreiros, mas pela Constituição. Enquanto isso, a sociedade deve permanecer vigilante. Afinal, um país que negligencia suas conspirações golpistas está fadado a repeti-las.

A democracia não é um jogo de palavras em relatórios — é um pacto que exige coragem para confrontar até os mais poderosos.

Artigo – VCA Construtora: Inovação e Inclusão no Mercado Imobiliário Brasileiro (Padre Carlos)

 

 

 

 

A projeção de R$ 3 bilhões em vendas até 2025, anunciada pela VCA Construtora e destacada pela Folha de São Paulo, é mais do que um marco financeiro: é um testemunho da capacidade de inovação e resiliência de uma empresa que une responsabilidade social a uma visão estratégica ousada. Em um cenário onde o déficit habitacional brasileiro ainda desafia políticas públicas, a VCA emerge como um exemplo de como o setor privado pode ser um agente transformador, conectando-se a diferentes realidades do país.

Inclusão como Pilho Estratégico

Com 70% de seu público voltado a famílias de baixa renda, a VCA demonstra que é possível conciliar lucratividade e impacto social. Projetos como o Bem Residencial, em Petrolina (PE), e o UNI Residencial, em Vitória da Conquista (BA), ilustram essa missão. Esses empreendimentos não apenas oferecem moradia acessível, mas também incorporam a promessa do CEO Jardel Couto: “o melhor preço, a melhor localização e o melhor produto”.

A empresa parece ter encontrado uma fórmula eficiente para atender a um mercado historicamente negligenciado. Ao priorizar regiões menos exploradas pelas grandes construtoras, como o interior do Nordeste, a VCA não só amplia seu alcance, mas também estimula o desenvolvimento local, gerando empregos e movimentando economias municipais. A aposta em escala e logística inteligente permite que os custos sejam otimizados sem comprometer a qualidade, um equilíbrio raro em projetos populares.

Expansão Visionária: Do Básico ao Luxo

A diversificação da VCA para o mercado de alto padrão, com condomínios inteligentes e resorts residenciais, é um movimento estratégico que merece reconhecimento. Ao abraçar segmentos distintos, a construtora não apenas mitiga riscos econômicos, como também posiciona-se como uma marca versátil, capaz de dialogar com diferentes perfis de consumidores.

Essa dualidade reflete um entendimento maduro do mercado: enquanto os projetos populares garantem fluxo e relevância social, os lançamentos de luxo atraem investidores e consolidam a empresa como referência em inovação. A coexistência dessas frentes revela uma ambição saudável, que busca crescimento sem abandonar seu compromisso inicial com a base da pirâmide.

A Convenção de Março: Um Marco de Confiança

A próxima Convenção de Vendas da VCA, prevista para março, promete ser um marco histórico ao apresentar o que a empresa chama de “maior lançamento imobiliário do Brasil”. O evento não apenas reforçará sua liderança no setor, mas também simboliza a confiança em um mercado que, apesar de desafios macroeconômicos, segue aquecido pela demanda por habitação e por investimentos seguros.

A expectativa em torno do lançamento reflete o otimismo do CEO Jardel Couto e sua equipe, que enxergam na criatividade e no planejamento rigoroso as chaves para superar metas audaciosas. Se a VCA já conseguiu conquistar espaço em cidades do interior com projetos populares, sua incursão em empreendimentos premium mostra que a empresa está pronta para competir em todas as frentes.

Conclusão: Um Modelo a Ser Observado

A trajetória da VCA Construtora é um exemplo de como visão empresarial e responsabilidade social podem caminhar juntas. Ao focar em famílias de baixa renda sem abrir mão de inovar em projetos de alto padrão, a empresa constrói não apenas imóveis, mas também um legado de inclusão e modernidade.

Se a projeção de R$ 3 bilhões em vendas for alcançada, será a confirmação de que é possível crescer com ética e sensibilidade às demandas do país. A VCA, ao que tudo indica, não está apenas vendendo casas: está oferecendo um modelo de negócios que outros players do setor deveriam observar com atenção. Em um Brasil que clama por soluções habitacionais e por empresas que ousem pensar grande, essa construtora parece ter encontrado seu lugar ao sol.

Artigo – VCA Construtora: Inovação e Inclusão no Mercado Imobiliário Brasileiro (Padre Carlos)

 

 

 

 

A projeção de R$ 3 bilhões em vendas até 2025, anunciada pela VCA Construtora e destacada pela Folha de São Paulo, é mais do que um marco financeiro: é um testemunho da capacidade de inovação e resiliência de uma empresa que une responsabilidade social a uma visão estratégica ousada. Em um cenário onde o déficit habitacional brasileiro ainda desafia políticas públicas, a VCA emerge como um exemplo de como o setor privado pode ser um agente transformador, conectando-se a diferentes realidades do país.

Inclusão como Pilho Estratégico

Com 70% de seu público voltado a famílias de baixa renda, a VCA demonstra que é possível conciliar lucratividade e impacto social. Projetos como o Bem Residencial, em Petrolina (PE), e o UNI Residencial, em Vitória da Conquista (BA), ilustram essa missão. Esses empreendimentos não apenas oferecem moradia acessível, mas também incorporam a promessa do CEO Jardel Couto: “o melhor preço, a melhor localização e o melhor produto”.

A empresa parece ter encontrado uma fórmula eficiente para atender a um mercado historicamente negligenciado. Ao priorizar regiões menos exploradas pelas grandes construtoras, como o interior do Nordeste, a VCA não só amplia seu alcance, mas também estimula o desenvolvimento local, gerando empregos e movimentando economias municipais. A aposta em escala e logística inteligente permite que os custos sejam otimizados sem comprometer a qualidade, um equilíbrio raro em projetos populares.

Expansão Visionária: Do Básico ao Luxo

A diversificação da VCA para o mercado de alto padrão, com condomínios inteligentes e resorts residenciais, é um movimento estratégico que merece reconhecimento. Ao abraçar segmentos distintos, a construtora não apenas mitiga riscos econômicos, como também posiciona-se como uma marca versátil, capaz de dialogar com diferentes perfis de consumidores.

Essa dualidade reflete um entendimento maduro do mercado: enquanto os projetos populares garantem fluxo e relevância social, os lançamentos de luxo atraem investidores e consolidam a empresa como referência em inovação. A coexistência dessas frentes revela uma ambição saudável, que busca crescimento sem abandonar seu compromisso inicial com a base da pirâmide.

A Convenção de Março: Um Marco de Confiança

A próxima Convenção de Vendas da VCA, prevista para março, promete ser um marco histórico ao apresentar o que a empresa chama de “maior lançamento imobiliário do Brasil”. O evento não apenas reforçará sua liderança no setor, mas também simboliza a confiança em um mercado que, apesar de desafios macroeconômicos, segue aquecido pela demanda por habitação e por investimentos seguros.

A expectativa em torno do lançamento reflete o otimismo do CEO Jardel Couto e sua equipe, que enxergam na criatividade e no planejamento rigoroso as chaves para superar metas audaciosas. Se a VCA já conseguiu conquistar espaço em cidades do interior com projetos populares, sua incursão em empreendimentos premium mostra que a empresa está pronta para competir em todas as frentes.

Conclusão: Um Modelo a Ser Observado

A trajetória da VCA Construtora é um exemplo de como visão empresarial e responsabilidade social podem caminhar juntas. Ao focar em famílias de baixa renda sem abrir mão de inovar em projetos de alto padrão, a empresa constrói não apenas imóveis, mas também um legado de inclusão e modernidade.

Se a projeção de R$ 3 bilhões em vendas for alcançada, será a confirmação de que é possível crescer com ética e sensibilidade às demandas do país. A VCA, ao que tudo indica, não está apenas vendendo casas: está oferecendo um modelo de negócios que outros players do setor deveriam observar com atenção. Em um Brasil que clama por soluções habitacionais e por empresas que ousem pensar grande, essa construtora parece ter encontrado seu lugar ao sol.

Artigo – A Dignidade Nacional em Tempos de Humilhação Internacional (Padre Carlos)

 

 

 

 

 Um Ataque à Soberania e à Humanidade
Uma cena que fere a soberania e a dignidade humanas tomou conta das redes sociais no último sábado: brasileiros deportados dos Estados Unidos foram tratados como criminosos perigosos em solo nacional, algemados e acorrentados como animais. O episódio, ocorrido em Manaus durante uma escala técnica, revela não apenas a brutalidade da política migratória estadunidense sob Donald Trump, mas também expõe fraturas políticas internas no Brasil. Enquanto o governo Lula agiu para garantir tratamento digno aos cidadãos, setores da extrema direita brasileira — historicamente subservientes aos interesses norte-americanos — enfrentam um dilema: continuar bajulando Trump ou reconhecer o absurdo de ver compatriotas humilhados.

A Cena Repugnante: Brasileiros Acorrentados em Sua Própria Terra
O avião fretado pelo governo dos EUA transportava 88 brasileiros deportados quando fez uma parada em Manaus. Lá, as correntes nos pés e as algemas nas mãos chocaram até mesmo autoridades locais. A justificativa dos agentes estadunidenses? Um “procedimento padrão” para deportados. No entanto, é inaceitável que tais práticas desumanas sejam aplicadas em território brasileiro. A Polícia Federal interveio, retirando as algemas, enquanto o governo federal, sob comando de Lula, mobilizou um avião da FAB para garantir que os cidadãos chegassem a Belo Horizonte com respeito.

A mensagem por trás das correntes é clara: trata-se de uma encenação de poder, uma tentativa de afirmar superioridade sobre nações como o Brasil. Trump, que já normalizou discursos xenófobos, parece querer transformar a deportação em espetáculo de humilhação. O problema não é apenas a deportação em si — um ato legal, ainda que muitas vezes injusto —, mas a violência simbólica de tratar seres humanos como mercadoria perigosa.

A Hipocrisia da Extrema Direita Brasileira: Entre a Subserviência e o (Raro) Repúdio
O episódio escancarou a contradição da extrema direita brasileira. Bolsonaristas, que há anos cultuam Trump e defendem alinhamento incondicional aos EUA, viram-se divididos. Alguns, em raro momento de lucidez, repudiaram o tratamento dado aos deportados. Outros, porém, justificaram a ação estadunidense, criminalizando os repatriados — muitos deles, ironicamente, ex-apoiadores de Trump que agora são “chutados como animais” pelo ídolo.

A subserviência histórica desse grupo chega ao cúmulo: o próprio Bolsonaro, em gesto vergonhoso, já saudou a bandeira dos EUA como se fosse uma autoridade estrangeira. Agora, parte de sua base tenta equilibrar-se entre o nacionalismo de fachada e a adoração a um Trump que despreza até seus seguidores estrangeiros. É um retrato perfeito do complexo de vira-latas: enxergam os EUA como modelo, mas são vistos por lá como descartáveis.

O Silêncio dos “Defensores da Liberdade”
Enquanto isso, líderes globais da extrema direita aplaudem cenas como as de Manaus. Para eles, a desumanização de migrantes é um espetáculo útil, que alimenta narrativas de “lei e ordem”. No Brasil, políticos bolsonaristas que viajaram aos EUA para festejar a posse de Trump — em eventos pagos com dinheiro público — agora calam-se ou justificam o injustificável. Não há projeto de país nesse movimento, apenas ódio e obediência cega a um suposto “Ocidente” que nunca os aceitará como iguais.

A Resposta do Governo Lula: Soberania e Dignidade
A intervenção rápida do governo brasileiro merece destaque. Ao garantir que os cidadãos fossem transportados sem algemas pela FAB, Lula enviou um recado claro: o Brasil não tolerará violações a seus direitos soberanos. É uma postura necessária, especialmente após anos de submissão do governo anterior. O episódio também expõe a urgência de políticas migratórias que protejam brasileiros no exterior, combatendo abusos e garantindo repatriamentos dignos.

Conclusão: Um Brasil que Não Aceita Ser Colônia
O ocorrido em Manaus não é um incidente isolado. É um capítulo na luta global contra a desumanização de migrantes e a soberania dos países periféricos. Enquanto Trump e seus aliados internacionais tratam nações como o Brasil como quintal, cabe a nós reforçar que dignidade não é moeda de troca.

Aos bolsonaristas que ainda hesitam: não é possível ser “patriota” enquanto se aceita que compatriotas sejam acorrentados em sua própria terra. Aos progressistas, cabe lembrar que a luta por direitos humanos e soberania não é ideológica — é civilizatória.

Chamada Final: A Resistência Continua
Este episódio reforça a importância de estarmos unidos contra a humilhação internacional e a subserviência política.  acompanhe os depoimentos de brasileiros que vivem sob a política migratória de Trump. A informação é a nossa arma. Juntos, podemos garantir que cenas como as de Manaus nunca se repitam.

Artigo – A Dignidade Nacional em Tempos de Humilhação Internacional (Padre Carlos)

 

 

 

 

 Um Ataque à Soberania e à Humanidade
Uma cena que fere a soberania e a dignidade humanas tomou conta das redes sociais no último sábado: brasileiros deportados dos Estados Unidos foram tratados como criminosos perigosos em solo nacional, algemados e acorrentados como animais. O episódio, ocorrido em Manaus durante uma escala técnica, revela não apenas a brutalidade da política migratória estadunidense sob Donald Trump, mas também expõe fraturas políticas internas no Brasil. Enquanto o governo Lula agiu para garantir tratamento digno aos cidadãos, setores da extrema direita brasileira — historicamente subservientes aos interesses norte-americanos — enfrentam um dilema: continuar bajulando Trump ou reconhecer o absurdo de ver compatriotas humilhados.

A Cena Repugnante: Brasileiros Acorrentados em Sua Própria Terra
O avião fretado pelo governo dos EUA transportava 88 brasileiros deportados quando fez uma parada em Manaus. Lá, as correntes nos pés e as algemas nas mãos chocaram até mesmo autoridades locais. A justificativa dos agentes estadunidenses? Um “procedimento padrão” para deportados. No entanto, é inaceitável que tais práticas desumanas sejam aplicadas em território brasileiro. A Polícia Federal interveio, retirando as algemas, enquanto o governo federal, sob comando de Lula, mobilizou um avião da FAB para garantir que os cidadãos chegassem a Belo Horizonte com respeito.

A mensagem por trás das correntes é clara: trata-se de uma encenação de poder, uma tentativa de afirmar superioridade sobre nações como o Brasil. Trump, que já normalizou discursos xenófobos, parece querer transformar a deportação em espetáculo de humilhação. O problema não é apenas a deportação em si — um ato legal, ainda que muitas vezes injusto —, mas a violência simbólica de tratar seres humanos como mercadoria perigosa.

A Hipocrisia da Extrema Direita Brasileira: Entre a Subserviência e o (Raro) Repúdio
O episódio escancarou a contradição da extrema direita brasileira. Bolsonaristas, que há anos cultuam Trump e defendem alinhamento incondicional aos EUA, viram-se divididos. Alguns, em raro momento de lucidez, repudiaram o tratamento dado aos deportados. Outros, porém, justificaram a ação estadunidense, criminalizando os repatriados — muitos deles, ironicamente, ex-apoiadores de Trump que agora são “chutados como animais” pelo ídolo.

A subserviência histórica desse grupo chega ao cúmulo: o próprio Bolsonaro, em gesto vergonhoso, já saudou a bandeira dos EUA como se fosse uma autoridade estrangeira. Agora, parte de sua base tenta equilibrar-se entre o nacionalismo de fachada e a adoração a um Trump que despreza até seus seguidores estrangeiros. É um retrato perfeito do complexo de vira-latas: enxergam os EUA como modelo, mas são vistos por lá como descartáveis.

O Silêncio dos “Defensores da Liberdade”
Enquanto isso, líderes globais da extrema direita aplaudem cenas como as de Manaus. Para eles, a desumanização de migrantes é um espetáculo útil, que alimenta narrativas de “lei e ordem”. No Brasil, políticos bolsonaristas que viajaram aos EUA para festejar a posse de Trump — em eventos pagos com dinheiro público — agora calam-se ou justificam o injustificável. Não há projeto de país nesse movimento, apenas ódio e obediência cega a um suposto “Ocidente” que nunca os aceitará como iguais.

A Resposta do Governo Lula: Soberania e Dignidade
A intervenção rápida do governo brasileiro merece destaque. Ao garantir que os cidadãos fossem transportados sem algemas pela FAB, Lula enviou um recado claro: o Brasil não tolerará violações a seus direitos soberanos. É uma postura necessária, especialmente após anos de submissão do governo anterior. O episódio também expõe a urgência de políticas migratórias que protejam brasileiros no exterior, combatendo abusos e garantindo repatriamentos dignos.

Conclusão: Um Brasil que Não Aceita Ser Colônia
O ocorrido em Manaus não é um incidente isolado. É um capítulo na luta global contra a desumanização de migrantes e a soberania dos países periféricos. Enquanto Trump e seus aliados internacionais tratam nações como o Brasil como quintal, cabe a nós reforçar que dignidade não é moeda de troca.

Aos bolsonaristas que ainda hesitam: não é possível ser “patriota” enquanto se aceita que compatriotas sejam acorrentados em sua própria terra. Aos progressistas, cabe lembrar que a luta por direitos humanos e soberania não é ideológica — é civilizatória.

Chamada Final: A Resistência Continua
Este episódio reforça a importância de estarmos unidos contra a humilhação internacional e a subserviência política.  acompanhe os depoimentos de brasileiros que vivem sob a política migratória de Trump. A informação é a nossa arma. Juntos, podemos garantir que cenas como as de Manaus nunca se repitam.

Artigo – Vânia Marques Pinto e a Reinvenção da Luta Sindical Rural: Uma Virada Histórica para o Campo Brasileiro (Padre Carlos)

 

 

 

 

Os dias 24 e 25 de janeiro de 2025 entrarão para a história do sindicalismo rural brasileiro. Em Curitiba, representantes das Federações Estaduais dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (FETAGs), filiadas à CONTAG e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tomaram uma decisão unânime e simbólica: indicaram Vânia Marques Pinto, atual Secretária de Política Agrícola da CONTAG, como candidata à presidência da entidade. Não se trata apenas de uma mudança de liderança, mas de um marco na trajetória de uma organização que há décadas defende a agricultura familiar, a reforma agrária e a justiça social no campo. A escolha de Vânia representa o fortalecimento do protagonismo feminino em um espaço historicamente masculinizado e sinaliza um novo capítulo para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).

Um Sinal de Mudança na Estrutura Sindical

A nomeação de Vânia Marques Pinto não é um acaso. Ela surge em um contexto de crescentes desafios para a agricultura familiar: pressões do agronegócio, mudanças climáticas, disputas por terra e água, e a urgência de políticas públicas que garantam a sobrevivência de milhões de famílias no campo. Sua trajetória como Secretária de Política Agrícola da CONTAG revela uma liderança técnica e combativa, alinhada com as pautas que hoje são centrais para o movimento, como agroecologia, soberania alimentar e equidade de gênero.

A unanimidade em torno de seu nome reflete não apenas confiança em sua capacidade de gestão, mas também um reconhecimento tácito: a luta sindical rural precisa de novas vozes e perspectivas. Em um país onde as mulheres são responsáveis por 40% da produção agrícola familiar, mas ainda enfrentam invisibilidade e desigualdade, a ascensão de uma mulher à presidência da maior organização do gênero na América Latina é um ato político revolucionário.

A CONTAG do Futuro: Agroecologia, Clima e Inclusão

O encontro em Curitiba não se limitou à indicação de Vânia. Foi um espaço de debates profundos sobre os rumos da CONTAG e do MSTTR. Os participantes reafirmaram compromissos históricos, como a reforma agrária e o combate à grilagem de terras, mas também apontaram para urgências contemporâneas. A crise climática, por exemplo, exige que o movimento sindual incorpore definitivamente a agroecologia como eixo estratégico — não apenas como alternativa produtiva, mas como projeto de sociedade.

Além disso, o acesso à água potável e à terra produtiva foi destacado como direito fundamental, em um país onde conflitos por recursos naturais seguem custando vidas. A valorização das mulheres e dos jovens na sucessão rural também ganhou destaque. Afinal, sem políticas que combatam o êxodo juvenil e promovam a equidade de gênero, o campo brasileiro perderá não apenas mão de obra, mas também sua identidade cultural e sua capacidade de inovação.

Unidade Sindical em Tempos de Divisão

Em um momento político polarizado, o fortalecimento da unidade interna na CONTAG e a cooperação com centrais sindicais como a CTB e a CUT foram temas centrais. A mensagem é clara: fragmentação é luxo que o movimento não pode permitir. A conjuntura exige um sindicalismo robusto, capaz de dialogar com o Estado sem abrir mão de sua autonomia, e de pressionar por avanços sem recuar em suas bandeiras históricas.

O apoio das centrais sindicais é vital nesse processo, pois amplifica a voz do campo em esferas nacionais e internacionais. A CTB, por exemplo, tem papel estratégico na articulação de pautas comuns entre trabalhadores urbanos e rurais, reforçando a ideia de que justiça social não se faz sem incluir quem produz alimento e preserva biomas.

Artigo – Vânia Marques Pinto e a Reinvenção da Luta Sindical Rural: Uma Virada Histórica para o Campo Brasileiro (Padre Carlos)

 

 

 

 

Os dias 24 e 25 de janeiro de 2025 entrarão para a história do sindicalismo rural brasileiro. Em Curitiba, representantes das Federações Estaduais dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (FETAGs), filiadas à CONTAG e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), tomaram uma decisão unânime e simbólica: indicaram Vânia Marques Pinto, atual Secretária de Política Agrícola da CONTAG, como candidata à presidência da entidade. Não se trata apenas de uma mudança de liderança, mas de um marco na trajetória de uma organização que há décadas defende a agricultura familiar, a reforma agrária e a justiça social no campo. A escolha de Vânia representa o fortalecimento do protagonismo feminino em um espaço historicamente masculinizado e sinaliza um novo capítulo para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).

Um Sinal de Mudança na Estrutura Sindical

A nomeação de Vânia Marques Pinto não é um acaso. Ela surge em um contexto de crescentes desafios para a agricultura familiar: pressões do agronegócio, mudanças climáticas, disputas por terra e água, e a urgência de políticas públicas que garantam a sobrevivência de milhões de famílias no campo. Sua trajetória como Secretária de Política Agrícola da CONTAG revela uma liderança técnica e combativa, alinhada com as pautas que hoje são centrais para o movimento, como agroecologia, soberania alimentar e equidade de gênero.

A unanimidade em torno de seu nome reflete não apenas confiança em sua capacidade de gestão, mas também um reconhecimento tácito: a luta sindical rural precisa de novas vozes e perspectivas. Em um país onde as mulheres são responsáveis por 40% da produção agrícola familiar, mas ainda enfrentam invisibilidade e desigualdade, a ascensão de uma mulher à presidência da maior organização do gênero na América Latina é um ato político revolucionário.

A CONTAG do Futuro: Agroecologia, Clima e Inclusão

O encontro em Curitiba não se limitou à indicação de Vânia. Foi um espaço de debates profundos sobre os rumos da CONTAG e do MSTTR. Os participantes reafirmaram compromissos históricos, como a reforma agrária e o combate à grilagem de terras, mas também apontaram para urgências contemporâneas. A crise climática, por exemplo, exige que o movimento sindual incorpore definitivamente a agroecologia como eixo estratégico — não apenas como alternativa produtiva, mas como projeto de sociedade.

Além disso, o acesso à água potável e à terra produtiva foi destacado como direito fundamental, em um país onde conflitos por recursos naturais seguem custando vidas. A valorização das mulheres e dos jovens na sucessão rural também ganhou destaque. Afinal, sem políticas que combatam o êxodo juvenil e promovam a equidade de gênero, o campo brasileiro perderá não apenas mão de obra, mas também sua identidade cultural e sua capacidade de inovação.

Unidade Sindical em Tempos de Divisão

Em um momento político polarizado, o fortalecimento da unidade interna na CONTAG e a cooperação com centrais sindicais como a CTB e a CUT foram temas centrais. A mensagem é clara: fragmentação é luxo que o movimento não pode permitir. A conjuntura exige um sindicalismo robusto, capaz de dialogar com o Estado sem abrir mão de sua autonomia, e de pressionar por avanços sem recuar em suas bandeiras históricas.

O apoio das centrais sindicais é vital nesse processo, pois amplifica a voz do campo em esferas nacionais e internacionais. A CTB, por exemplo, tem papel estratégico na articulação de pautas comuns entre trabalhadores urbanos e rurais, reforçando a ideia de que justiça social não se faz sem incluir quem produz alimento e preserva biomas.

Manchetes dos principais jornais nacionais deste domingo

 

 

Da Redação do Política e Resenha
Publicado em 26 de janeiro de 2025

 

O Estado de São Paulo
Agronegócio dispara e de novo deve sustentar saldo comercial

https://www.estadao.com.br/economia/agronegocio-dispara-dobro-saldo-balanca-comercial-2025/?srsltid=AfmBOorm4LpGiB3fRMSycmEiYb63yz2UCcX3K26bPW4YYNMqBDxPFjLn

 

O Globo
Juros, dólar e incerteza global levam empresas a adiar projetos

https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/01/26/com-dolar-juros-e-trump-tempestade-perfeita-leva-empresas-a-adiar-projetos.ghtml

 

Estado de Minas
Travessia de risco

https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/08/09/interna_gerais,1076035/de-avanco-de-sinal-a-travessias-de-risco-veja-ameacas-a-pedestres-bh.shtml

 

Folha de S. Paulo
Obras de emendas de Hugo Motta em seu reduto estão abandonadas

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/01/reduto-de-hugo-motta-tem-obras-encrencadas-e-inconclusas-com-verba-de-emendas-do-deputado.shtml

 

Diário do Nordeste (CE)
Governo atuará para baratear alimentos

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/governo-descarta-mudanca-na-validade-de-alimentos-para-reduzir-precos-entenda-1.3609054

 

Meia Hora (RJ)
Casal é procurado por morte de jovem na Baixada

https://www.meiahora.com.br/geral/2021/03/6107307-marginal-influencer-e-namorada-sao-presas-por-morte-de-policial-aposentado.html#foto=1

 

Correio Braziliense
ENTREVISTA/GILMAR MENDES
“Temos de buscar a regulação das redes”

https://www.correiobraziliense.com.br/

 

A Tarde (BA)
Baianos exemplares
Desempenho de estudantes coloca estado no ranking de melhores resultados

no Enem

https://atarde.com.br/educacao/bahia-tem-quarto-melhor-desempenho-entre-redes-publicas-no-enem-1303234

 

Jornal do Commercio (PE)
Pernambuco foi cenário de casos como o de Rubens Paiva

https://digital.jc.ne10.uol.com.br/edicao?ed=2201&materia=84629

 

 

 

 

Manchetes dos principais jornais nacionais deste domingo

 

 

Da Redação do Política e Resenha
Publicado em 26 de janeiro de 2025

 

O Estado de São Paulo
Agronegócio dispara e de novo deve sustentar saldo comercial

https://www.estadao.com.br/economia/agronegocio-dispara-dobro-saldo-balanca-comercial-2025/?srsltid=AfmBOorm4LpGiB3fRMSycmEiYb63yz2UCcX3K26bPW4YYNMqBDxPFjLn

 

O Globo
Juros, dólar e incerteza global levam empresas a adiar projetos

https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/01/26/com-dolar-juros-e-trump-tempestade-perfeita-leva-empresas-a-adiar-projetos.ghtml

 

Estado de Minas
Travessia de risco

https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/08/09/interna_gerais,1076035/de-avanco-de-sinal-a-travessias-de-risco-veja-ameacas-a-pedestres-bh.shtml

 

Folha de S. Paulo
Obras de emendas de Hugo Motta em seu reduto estão abandonadas

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2025/01/reduto-de-hugo-motta-tem-obras-encrencadas-e-inconclusas-com-verba-de-emendas-do-deputado.shtml

 

Diário do Nordeste (CE)
Governo atuará para baratear alimentos

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/governo-descarta-mudanca-na-validade-de-alimentos-para-reduzir-precos-entenda-1.3609054

 

Meia Hora (RJ)
Casal é procurado por morte de jovem na Baixada

https://www.meiahora.com.br/geral/2021/03/6107307-marginal-influencer-e-namorada-sao-presas-por-morte-de-policial-aposentado.html#foto=1

 

Correio Braziliense
ENTREVISTA/GILMAR MENDES
“Temos de buscar a regulação das redes”

https://www.correiobraziliense.com.br/

 

A Tarde (BA)
Baianos exemplares
Desempenho de estudantes coloca estado no ranking de melhores resultados

no Enem

https://atarde.com.br/educacao/bahia-tem-quarto-melhor-desempenho-entre-redes-publicas-no-enem-1303234

 

Jornal do Commercio (PE)
Pernambuco foi cenário de casos como o de Rubens Paiva

https://digital.jc.ne10.uol.com.br/edicao?ed=2201&materia=84629

 

 

 

 

A Esperança nos Convoca: Peregrinos da Misericórdia no Jubileu da Igreja

 

 

 

 

Em um mundo marcado por incertezas, divisões e desafios que parecem insuperáveis, a esperança se ergue como um farol a iluminar os caminhos da humanidade. Não uma esperança vaga, utópica ou distante, mas uma esperança concreta, encarnada, que nos convoca a ser peregrinos da fé no meio dos homens e mulheres de nosso tempo. Estamos imersos no Jubileu da Igreja, um tempo sagrado de arrependimento, renovação e, sobretudo, da manifestação generosa da Misericórdia do Senhor. Um tempo que nos chama a seguir o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo e nos oferece vida em abundância.

A esperança cristã não é um sentimento passageiro nem uma construção humana. Ela é dom, é graça, é fruto do encontro com Aquele que é a própria fonte da vida: Jesus Cristo. Como bem nos recorda o Papa Francisco, a esperança não é uma ideologia, não é um sistema econômico ou tecnológico. A esperança é Ele, o Filho de Deus encarnado, que nos revela o rosto misericordioso do Pai e nos convida a viver como irmãos. Essa esperança é o coração do Jubileu, um tempo em que a Igreja se abre para acolher a todos, sem exceção, pois ninguém fica de fora do amor de Deus.

No entanto, seguir o Cordeiro de Deus não é uma jornada isenta de desafios. A vida cristã é um caminho de fé que exige passos concretos, dia após dia. Não há fé instantânea, pronta, acabada. A fé cresce quando nos alimentamos da Palavra de Deus, quando nos deixamos transformar pela Eucaristia e quando nos colocamos a serviço dos irmãos, especialmente dos mais pobres e necessitados. A vida comunitária, especialmente nas paróquias, é um espaço privilegiado para esse encontro com o Senhor e para a vivência da caridade fraterna.

Neste Jubileu, somos chamados a ser sinais de esperança em nossas comunidades. Esperança que não se esconde diante das noites escuras da vida, mas que, mesmo nas provações mais difíceis, permanece firme na certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus (cf. Rm 8,39). A amizade com Jesus é o penhor dessa paz profunda, uma paz que transcende as circunstâncias e nos sustenta mesmo quando não “sentimos” ou “vemos” a presença de Deus.

O Cordeiro de Deus, levantado na cruz do Calvário, é a expressão máxima do amor divino. Ele carrega sobre si os pecados da humanidade e nos oferece a possibilidade de uma vida nova. Esse é o grito do Jubileu: somos portadores de uma esperança divina que visita a todos, que transforma vidas, que liberta os cativos, devolve a vista aos cegos e proclama um ano da graça do Senhor (cf. Lc 4,18). Estamos debaixo dessa graça, e não podemos perder tempo com ocupações inúteis que nos afastam do essencial: a amizade com o Senhor e o serviço aos irmãos.

O Papa Francisco nos lembra que o Senhor sempre nos precede no encontro. Ele é o primeiro a nos procurar, a nos estender a mão, a nos oferecer seu amor misericordioso. Cabe a nós responder a esse chamado com generosidade, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo em nossa missão de anunciar o Evangelho ao mundo. Não podemos parar no meio do caminho. Temos a Virgem Maria como intercessora fiel, que nos guarda contra todo mal e nos conduz ao seu Filho.

Que este Jubileu seja, para cada um de nós, um tempo de graça, de conversão e de crescimento na fé. Que nossos corações, voltados para o alto, sejam também plantados no chão da história de hoje, levando esperança aos que sofrem, luz aos que estão nas trevas e amor aos que se sentem abandonados. A esperança nos convoca. Somos peregrinos da Misericórdia, e o mundo espera por nós. Sigamos o Cordeiro de Deus, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Que a esperança nos una e nos impulsione a construir, já aqui e agora, um mundo mais fraterno, justo e cheio do amor de Deus.

Padre Carlos

A Esperança nos Convoca: Peregrinos da Misericórdia no Jubileu da Igreja

 

 

 

 

Em um mundo marcado por incertezas, divisões e desafios que parecem insuperáveis, a esperança se ergue como um farol a iluminar os caminhos da humanidade. Não uma esperança vaga, utópica ou distante, mas uma esperança concreta, encarnada, que nos convoca a ser peregrinos da fé no meio dos homens e mulheres de nosso tempo. Estamos imersos no Jubileu da Igreja, um tempo sagrado de arrependimento, renovação e, sobretudo, da manifestação generosa da Misericórdia do Senhor. Um tempo que nos chama a seguir o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo e nos oferece vida em abundância.

A esperança cristã não é um sentimento passageiro nem uma construção humana. Ela é dom, é graça, é fruto do encontro com Aquele que é a própria fonte da vida: Jesus Cristo. Como bem nos recorda o Papa Francisco, a esperança não é uma ideologia, não é um sistema econômico ou tecnológico. A esperança é Ele, o Filho de Deus encarnado, que nos revela o rosto misericordioso do Pai e nos convida a viver como irmãos. Essa esperança é o coração do Jubileu, um tempo em que a Igreja se abre para acolher a todos, sem exceção, pois ninguém fica de fora do amor de Deus.

No entanto, seguir o Cordeiro de Deus não é uma jornada isenta de desafios. A vida cristã é um caminho de fé que exige passos concretos, dia após dia. Não há fé instantânea, pronta, acabada. A fé cresce quando nos alimentamos da Palavra de Deus, quando nos deixamos transformar pela Eucaristia e quando nos colocamos a serviço dos irmãos, especialmente dos mais pobres e necessitados. A vida comunitária, especialmente nas paróquias, é um espaço privilegiado para esse encontro com o Senhor e para a vivência da caridade fraterna.

Neste Jubileu, somos chamados a ser sinais de esperança em nossas comunidades. Esperança que não se esconde diante das noites escuras da vida, mas que, mesmo nas provações mais difíceis, permanece firme na certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus (cf. Rm 8,39). A amizade com Jesus é o penhor dessa paz profunda, uma paz que transcende as circunstâncias e nos sustenta mesmo quando não “sentimos” ou “vemos” a presença de Deus.

O Cordeiro de Deus, levantado na cruz do Calvário, é a expressão máxima do amor divino. Ele carrega sobre si os pecados da humanidade e nos oferece a possibilidade de uma vida nova. Esse é o grito do Jubileu: somos portadores de uma esperança divina que visita a todos, que transforma vidas, que liberta os cativos, devolve a vista aos cegos e proclama um ano da graça do Senhor (cf. Lc 4,18). Estamos debaixo dessa graça, e não podemos perder tempo com ocupações inúteis que nos afastam do essencial: a amizade com o Senhor e o serviço aos irmãos.

O Papa Francisco nos lembra que o Senhor sempre nos precede no encontro. Ele é o primeiro a nos procurar, a nos estender a mão, a nos oferecer seu amor misericordioso. Cabe a nós responder a esse chamado com generosidade, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo em nossa missão de anunciar o Evangelho ao mundo. Não podemos parar no meio do caminho. Temos a Virgem Maria como intercessora fiel, que nos guarda contra todo mal e nos conduz ao seu Filho.

Que este Jubileu seja, para cada um de nós, um tempo de graça, de conversão e de crescimento na fé. Que nossos corações, voltados para o alto, sejam também plantados no chão da história de hoje, levando esperança aos que sofrem, luz aos que estão nas trevas e amor aos que se sentem abandonados. A esperança nos convoca. Somos peregrinos da Misericórdia, e o mundo espera por nós. Sigamos o Cordeiro de Deus, pois Ele é o caminho, a verdade e a vida.

Que a esperança nos una e nos impulsione a construir, já aqui e agora, um mundo mais fraterno, justo e cheio do amor de Deus.

Padre Carlos

O que os olhos não veem, mas o coração sente: A coragem de escrever (e viver) sem máscaras

 

 

 

 

Há algo de mágico e ao mesmo tempo aterrorizante em transformar palavras em espelhos. Quando escrevemos, não projetamos apenas ideias, mas fragmentos de quem somos. Um artigo, em sua essência, é uma espécie de portal: ao adentrá-lo, o leitor não busca respostas prontas, mas encontra-se diante de perguntas que ecoam em suas próprias entranhas. E é aí que reside o paradoxo da escrita autêntica: quanto mais revelamos de nós, mais convidamos o outro a se revelar.

A vulnerabilidade, tema tão caro à pesquisadora Brené Brown, não é fraqueza, mas um ato revolucionário em um mundo que nos ensina a esconder cicatrizes e a exibir apenas conquistas. Ao escrever, confesso que me sinto como um equilibrista entre o desejo de ser compreendido e o medo de ser desnudado. Quantas vezes suavizamos verdades, domesticamos emoções ou silenciamos dúvidas para não parecermos frágeis? A ironia é que, ao fazer isso, traímos não só nossa voz, mas a possibilidade de criar conexões genuínas. Afinal, quem se reconhece na perfeição?

Sócrates já nos alertava: uma vida não examinada é uma vida desperdiçada. Mas como examinar a si mesmo em uma era que glorifica a distração? Vivemos em um teatro permanente, onde as redes sociais são palcos e nossos perfis, personagens. As máscaras sociais, tão bem costuradas, nos protegem do julgamento, mas também nos aprisionam em papéis vazios. Escrever com autenticidade é, portanto, um ato de rebeldia. É recusar-se a seguir o roteiro e, em vez disso, rasgar o figurino para mostrar a pele marcada pelas experiências.

Jean-Paul Sartre nos lembra que somos “condenados à liberdade”. Essa sentença filosófica carrega um peso existencial: se não há destino pré-determinado, somos responsáveis por cada escolha, cada palavra, cada máscara que vestimos. A liberdade de ser autêntico exige coragem para encarar não apenas nossas falhas, mas a solidão que pode vir com a rejeição. Quantos sentimentos deixamos de expressar por medo de não sermos aceitos? Quantas verdades calamos para não perturbar a harmonia superficial dos grupos?

Fernando Pessoa, em sua genialidade melancólica, disse que “o coração, se pudesse pensar, pararia”. A frase é um alerta contra a tirania da razão, que muitas vezes nos faz negar o que sentimos em nome da lógica ou do pragmatismo. Não se trata de romantizar a irracionalidade, mas de reconhecer que o autoconhecimento não é um exercício cerebral — é uma jornada visceral. Quando deixamos o coração falar, descobrimos que as emoções mais turbulentas carregam insights sobre quem somos e o que realmente importa.

Como articulista, meu propósito nunca foi ditar regras, mas abrir janelas. Se minhas palavras inquietam, é porque busco escrever como quem sussurra em um quarto escuro, onde não há lugar para poses. Essa intimidade proposital não é um acaso, mas uma estratégia para convidar o leitor a fazer o mesmo: fechar os olhos, ignorar o ruído exterior e ouvir o eco de sua própria existência. Afinal, quantas vezes fugimos de nós mesmos por temer o que vamos encontrar?

Deixo aqui um desafio, tal qual um Sócrates moderno: Você está disposto a viver com o coração? Não falo de sentimentalismo barato, mas da coragem de encarar a vida sem as lentes distorcidas do medo e do orgulho. Nietzsche, em sua filosofia incendiária, bradou: “Torne-se quem você é”. A frase soa simples, mas esconde uma demanda hercúlea. Tornar-se quem se é implica desconstruir séculos de condicionamentos, enfrentar as sombras que habitam nosso íntimo e abraçar a imperfeição como parte da beleza humana.

O que os olhos não veem — e talvez nunca vejam — é justamente o que move a vida: os sentimentos não confessados, as dúvidas não verbalizadas, os sonhos engavetados. A escrita, quando verdadeira, torna visível o invisível. E talvez seja essa sua maior função: lembrar-nos de que, por trás de todas as máscaras, há um coração batendo, ansioso por ser ouvido.

No fim, o articulista não é um sábio, mas um companheiro de viagem. Suas palavras são faróis na escuridão, não para iluminar caminhos, mas para revelar que todos nós carregamos uma luz própria. Basta termos a coragem de acendê-la.

O que os olhos não veem, mas o coração sente: A coragem de escrever (e viver) sem máscaras

 

 

 

 

Há algo de mágico e ao mesmo tempo aterrorizante em transformar palavras em espelhos. Quando escrevemos, não projetamos apenas ideias, mas fragmentos de quem somos. Um artigo, em sua essência, é uma espécie de portal: ao adentrá-lo, o leitor não busca respostas prontas, mas encontra-se diante de perguntas que ecoam em suas próprias entranhas. E é aí que reside o paradoxo da escrita autêntica: quanto mais revelamos de nós, mais convidamos o outro a se revelar.

A vulnerabilidade, tema tão caro à pesquisadora Brené Brown, não é fraqueza, mas um ato revolucionário em um mundo que nos ensina a esconder cicatrizes e a exibir apenas conquistas. Ao escrever, confesso que me sinto como um equilibrista entre o desejo de ser compreendido e o medo de ser desnudado. Quantas vezes suavizamos verdades, domesticamos emoções ou silenciamos dúvidas para não parecermos frágeis? A ironia é que, ao fazer isso, traímos não só nossa voz, mas a possibilidade de criar conexões genuínas. Afinal, quem se reconhece na perfeição?

Sócrates já nos alertava: uma vida não examinada é uma vida desperdiçada. Mas como examinar a si mesmo em uma era que glorifica a distração? Vivemos em um teatro permanente, onde as redes sociais são palcos e nossos perfis, personagens. As máscaras sociais, tão bem costuradas, nos protegem do julgamento, mas também nos aprisionam em papéis vazios. Escrever com autenticidade é, portanto, um ato de rebeldia. É recusar-se a seguir o roteiro e, em vez disso, rasgar o figurino para mostrar a pele marcada pelas experiências.

Jean-Paul Sartre nos lembra que somos “condenados à liberdade”. Essa sentença filosófica carrega um peso existencial: se não há destino pré-determinado, somos responsáveis por cada escolha, cada palavra, cada máscara que vestimos. A liberdade de ser autêntico exige coragem para encarar não apenas nossas falhas, mas a solidão que pode vir com a rejeição. Quantos sentimentos deixamos de expressar por medo de não sermos aceitos? Quantas verdades calamos para não perturbar a harmonia superficial dos grupos?

Fernando Pessoa, em sua genialidade melancólica, disse que “o coração, se pudesse pensar, pararia”. A frase é um alerta contra a tirania da razão, que muitas vezes nos faz negar o que sentimos em nome da lógica ou do pragmatismo. Não se trata de romantizar a irracionalidade, mas de reconhecer que o autoconhecimento não é um exercício cerebral — é uma jornada visceral. Quando deixamos o coração falar, descobrimos que as emoções mais turbulentas carregam insights sobre quem somos e o que realmente importa.

Como articulista, meu propósito nunca foi ditar regras, mas abrir janelas. Se minhas palavras inquietam, é porque busco escrever como quem sussurra em um quarto escuro, onde não há lugar para poses. Essa intimidade proposital não é um acaso, mas uma estratégia para convidar o leitor a fazer o mesmo: fechar os olhos, ignorar o ruído exterior e ouvir o eco de sua própria existência. Afinal, quantas vezes fugimos de nós mesmos por temer o que vamos encontrar?

Deixo aqui um desafio, tal qual um Sócrates moderno: Você está disposto a viver com o coração? Não falo de sentimentalismo barato, mas da coragem de encarar a vida sem as lentes distorcidas do medo e do orgulho. Nietzsche, em sua filosofia incendiária, bradou: “Torne-se quem você é”. A frase soa simples, mas esconde uma demanda hercúlea. Tornar-se quem se é implica desconstruir séculos de condicionamentos, enfrentar as sombras que habitam nosso íntimo e abraçar a imperfeição como parte da beleza humana.

O que os olhos não veem — e talvez nunca vejam — é justamente o que move a vida: os sentimentos não confessados, as dúvidas não verbalizadas, os sonhos engavetados. A escrita, quando verdadeira, torna visível o invisível. E talvez seja essa sua maior função: lembrar-nos de que, por trás de todas as máscaras, há um coração batendo, ansioso por ser ouvido.

No fim, o articulista não é um sábio, mas um companheiro de viagem. Suas palavras são faróis na escuridão, não para iluminar caminhos, mas para revelar que todos nós carregamos uma luz própria. Basta termos a coragem de acendê-la.

O Sonho de Marcelo Nilo: Entre a Nostalgia do Poder e os Desafios da Reconquista (Padre Carlos)

 

 

 

A política é um teatro de ascensões e quedas, onde protagonistas de ontem podem tornar-se coadjuvantes de hoje — e vice-versa. Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), vive esse paradoxo. Após anos no centro do poder estadual, hoje ocupa um cargo discreto como assessor especial na Prefeitura de Salvador, longe do protagonismo que marcou sua trajetória. Seu atual projeto, no entanto, revela ambição: disputar uma vaga ao Senado em 2026, integrando uma chapa de oposição ao PT na Bahia. Mas, em um cenário político polarizado e marcado por coligações frágeis, sua jornada ilustra tanto as esperanças quanto as armadilhas da reinvenção na política brasileira.

O Mundo dá Voltas: Quem Desprezou Angelo Coronel Hoje o Defende

A política é um espelho distorcido do tempo: o que hoje parece inflexível, amanhã pode ser negociado. O caso de Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), ilustra com precisão essa máxima. Em 2018, ele excluiu o senador Ângelo Coronel (PSD) de seus materiais de campanha, alinhando-se fielmente a esquerda e ao PT de Jaques Wagner e Rui Costa. Seis anos depois, longe do poder e das sombras petistas, Nilo ergue a bandeira de Coronel como aliado estratégico em sua jornada rumo ao Senado. A reviravolta não é apenas pessoal — é um retrato do jogo de interesses que define a política baiana, onde lealdades são temporárias e as convicções, moldadas pela conveniência.

 

Do Palco ao Bastidor: A Queda e o Provável  Ressurgimento

Marcelo Nilo não esconde a saudade dos tempos em que comandava a Alba. Na época, articulava maiorias, mediava conflitos partidários e definia agendas legislativas. Hoje, reduzido a um papel secundário, busca reacender sua relevância. Sua estratégia? Tendo ACM Neto como aliado, líder da oposição baiana, busca projetar-se como candidato ao Senado em uma chapa que incluiria segundo ele  o senador Ângelo Coronel (PSD).

A postura de Nilo é pragmática: “Na política, não adianta pleitear, você precisa ser convidado”, afirmou em entrevista à Itapoan FM, destacando que trabalha para “crescer na opinião pública” e construir uma base popular direta — algo que considera essencial para um senador, diferentemente do perfil mais local exigido de um deputado federal. Essa reflexão revela uma lição aprendida após sua derrota nas eleições de 2022, quando ficou em quarto lugar na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, prejudicado por falta de tempo para campanha e desalinhamentos com aliados.

A Chapa da Oposição: ACM Neto como Âncora e os Riscos da Conjuntura

A projeção de Nilo exclui Vitória da Conquista e Feira de Santana, principais colégio eleitoral do interior. Assim ele vai definindo a chapa dos sonhos:  depende fortemente de ACM Neto, que seria o candidato a governador em 2026, com Zé Cocá como vice. O que não ficou claro foi o papel de Vitória da Conquista e de Feira de Santana nesta composição. A dupla para o Senado, formada por Nilo e segundo ele, Coronel, buscaria equilibrar experiência e alcance eleitoral. No entanto, a política baiana é um tabuleiro complexo. A oposição, embora forte nas grandes cidades — como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista —, enfrenta a hegemonia do PT no interior, onde Jerônimo Rodrigues (governador) e aliados como Rui Costa e Jaques Wagner mantêm raízes profundas.

Nilo reconhece que sua candidatura está condicionada a “conjunturas”. A relação próxima com ACM Neto é um trunfo, mas a unidade da oposição não é garantida. Além disso, o PT baiano, apoiado por Lula — cuja popularidade no estado é um “fator mobilizador” —, tem histórico de vencer eleições mesmo perdendo nas capitais, graças ao voto massivo em municípios menores. Para Nilo, isso significa que sua campanha precisaria não apenas do apoio urbano, mas de uma penetração inédita no interior — algo que sua trajetória recente não demonstra.

Os Desafios: Entre o Passado e o Futuro

  1. A Sombra do PT: A base governista na Bahia é sustentada por uma coalizão ampla, incluindo PSD e MDB e parte do PP, com figuras como Ângelo Coronel (que paradoxalmente é cogitado na chapa de oposição). Se o PT mantiver essa união, a oposição terá dificuldades em romper a barreira rural.
  2. A Concorrência Interna: A própria chapa oposicionista pode enfrentar tensões. Ângelo Coronel, por exemplo, é um nome do PSD, partido que historicamente oscila entre alianças com PT e oposição. Sua adesão à chapa de ACM Neto ainda não está consolidada.
  3. O Fator Tempo: Nilo admite que precisa “criar condições objetivas” até 2026. Isso inclui reconquistar espaço midiático, fortalecer redes de apoio e, sobretudo, distanciar-se da imagem de “derrotado” de 2022. Sua possível migração para o PSDB — partido onde iniciou a carreira — é um movimento estratégico para garantir base partidária.

Conclusão: Um Jogo de Xadrez com Peças Incertas

Marcelo Nilo encarna a figura do político que tenta ressignificar sua trajetória. Seu discurso mistura realismo (“a política é feita de conjunturas”) e ambição (“vou trabalhar para crescer na opinião pública”). No entanto, o caminho para o Senado é árduo. A oposição baiana precisa não apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma máquina petista que domina o estado há décadas.

Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado além das grandes cidades, poderá reescrever sua história. Caso contrário, restará a ele o papel de coadjuvante em um enredo que já o teve como protagonista. A política, como ele mesmo diz, é feita de momentos — e 2026 será o teste definitivo de sua capacidade de adaptação.

  1. o terá dificuldades em romper a barreira rural.
  2. A Concorrência Interna: A própria chapa oposicionista pode enfrentar tensões. Ângelo Coronel, por exemplo, é um nome do PSD, partido que historicamente oscila entre alianças com PT e oposição. Sua adesão à chapa de ACM Neto ainda não está consolidada.
  3. O Fator Tempo: Nilo admite que precisa “criar condições objetivas” até 2026. Isso inclui reconquistar espaço midiático, fortalecer redes de apoio e, sobretudo, distanciar-se da imagem de “derrotado” de 2022. Sua possível migração para o PSDB — partido onde iniciou a carreira — é um movimento estratégico para garantir base partidária.

Conclusão: Um Jogo de Xadrez com Peças Incertas

Marcelo Nilo encarna a figura do político que tenta ressignificar sua trajetória. Seu discurso mistura realismo (“a política é feita de conjunturas”) e ambição (“vou trabalhar para crescer na opinião pública”). No entanto, o caminho para o Senado é árduo. A oposição baiana precisa não apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma máquina petista que domina o estado há décadas.

Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado além das grandes cidades, poderá reescrever sua história. Caso contrário, restará a ele o papel de coadjuvante em um enredo que já o teve como protagonista. A política, como ele mesmo diz, é feita de momentos — e 2026 será o teste definitivo de sua capacidade de adaptação.

 

O Sonho de Marcelo Nilo: Entre a Nostalgia do Poder e os Desafios da Reconquista (Padre Carlos)

 

 

 

A política é um teatro de ascensões e quedas, onde protagonistas de ontem podem tornar-se coadjuvantes de hoje — e vice-versa. Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), vive esse paradoxo. Após anos no centro do poder estadual, hoje ocupa um cargo discreto como assessor especial na Prefeitura de Salvador, longe do protagonismo que marcou sua trajetória. Seu atual projeto, no entanto, revela ambição: disputar uma vaga ao Senado em 2026, integrando uma chapa de oposição ao PT na Bahia. Mas, em um cenário político polarizado e marcado por coligações frágeis, sua jornada ilustra tanto as esperanças quanto as armadilhas da reinvenção na política brasileira.

O Mundo dá Voltas: Quem Desprezou Angelo Coronel Hoje o Defende

A política é um espelho distorcido do tempo: o que hoje parece inflexível, amanhã pode ser negociado. O caso de Marcelo Nilo, ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), ilustra com precisão essa máxima. Em 2018, ele excluiu o senador Ângelo Coronel (PSD) de seus materiais de campanha, alinhando-se fielmente a esquerda e ao PT de Jaques Wagner e Rui Costa. Seis anos depois, longe do poder e das sombras petistas, Nilo ergue a bandeira de Coronel como aliado estratégico em sua jornada rumo ao Senado. A reviravolta não é apenas pessoal — é um retrato do jogo de interesses que define a política baiana, onde lealdades são temporárias e as convicções, moldadas pela conveniência.

 

Do Palco ao Bastidor: A Queda e o Provável  Ressurgimento

Marcelo Nilo não esconde a saudade dos tempos em que comandava a Alba. Na época, articulava maiorias, mediava conflitos partidários e definia agendas legislativas. Hoje, reduzido a um papel secundário, busca reacender sua relevância. Sua estratégia? Tendo ACM Neto como aliado, líder da oposição baiana, busca projetar-se como candidato ao Senado em uma chapa que incluiria segundo ele  o senador Ângelo Coronel (PSD).

A postura de Nilo é pragmática: “Na política, não adianta pleitear, você precisa ser convidado”, afirmou em entrevista à Itapoan FM, destacando que trabalha para “crescer na opinião pública” e construir uma base popular direta — algo que considera essencial para um senador, diferentemente do perfil mais local exigido de um deputado federal. Essa reflexão revela uma lição aprendida após sua derrota nas eleições de 2022, quando ficou em quarto lugar na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados, prejudicado por falta de tempo para campanha e desalinhamentos com aliados.

A Chapa da Oposição: ACM Neto como Âncora e os Riscos da Conjuntura

A projeção de Nilo exclui Vitória da Conquista e Feira de Santana, principais colégio eleitoral do interior. Assim ele vai definindo a chapa dos sonhos:  depende fortemente de ACM Neto, que seria o candidato a governador em 2026, com Zé Cocá como vice. O que não ficou claro foi o papel de Vitória da Conquista e de Feira de Santana nesta composição. A dupla para o Senado, formada por Nilo e segundo ele, Coronel, buscaria equilibrar experiência e alcance eleitoral. No entanto, a política baiana é um tabuleiro complexo. A oposição, embora forte nas grandes cidades — como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista —, enfrenta a hegemonia do PT no interior, onde Jerônimo Rodrigues (governador) e aliados como Rui Costa e Jaques Wagner mantêm raízes profundas.

Nilo reconhece que sua candidatura está condicionada a “conjunturas”. A relação próxima com ACM Neto é um trunfo, mas a unidade da oposição não é garantida. Além disso, o PT baiano, apoiado por Lula — cuja popularidade no estado é um “fator mobilizador” —, tem histórico de vencer eleições mesmo perdendo nas capitais, graças ao voto massivo em municípios menores. Para Nilo, isso significa que sua campanha precisaria não apenas do apoio urbano, mas de uma penetração inédita no interior — algo que sua trajetória recente não demonstra.

Os Desafios: Entre o Passado e o Futuro

  1. A Sombra do PT: A base governista na Bahia é sustentada por uma coalizão ampla, incluindo PSD e MDB e parte do PP, com figuras como Ângelo Coronel (que paradoxalmente é cogitado na chapa de oposição). Se o PT mantiver essa união, a oposição terá dificuldades em romper a barreira rural.
  2. A Concorrência Interna: A própria chapa oposicionista pode enfrentar tensões. Ângelo Coronel, por exemplo, é um nome do PSD, partido que historicamente oscila entre alianças com PT e oposição. Sua adesão à chapa de ACM Neto ainda não está consolidada.
  3. O Fator Tempo: Nilo admite que precisa “criar condições objetivas” até 2026. Isso inclui reconquistar espaço midiático, fortalecer redes de apoio e, sobretudo, distanciar-se da imagem de “derrotado” de 2022. Sua possível migração para o PSDB — partido onde iniciou a carreira — é um movimento estratégico para garantir base partidária.

Conclusão: Um Jogo de Xadrez com Peças Incertas

Marcelo Nilo encarna a figura do político que tenta ressignificar sua trajetória. Seu discurso mistura realismo (“a política é feita de conjunturas”) e ambição (“vou trabalhar para crescer na opinião pública”). No entanto, o caminho para o Senado é árduo. A oposição baiana precisa não apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma máquina petista que domina o estado há décadas.

Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado além das grandes cidades, poderá reescrever sua história. Caso contrário, restará a ele o papel de coadjuvante em um enredo que já o teve como protagonista. A política, como ele mesmo diz, é feita de momentos — e 2026 será o teste definitivo de sua capacidade de adaptação.

  1. o terá dificuldades em romper a barreira rural.
  2. A Concorrência Interna: A própria chapa oposicionista pode enfrentar tensões. Ângelo Coronel, por exemplo, é um nome do PSD, partido que historicamente oscila entre alianças com PT e oposição. Sua adesão à chapa de ACM Neto ainda não está consolidada.
  3. O Fator Tempo: Nilo admite que precisa “criar condições objetivas” até 2026. Isso inclui reconquistar espaço midiático, fortalecer redes de apoio e, sobretudo, distanciar-se da imagem de “derrotado” de 2022. Sua possível migração para o PSDB — partido onde iniciou a carreira — é um movimento estratégico para garantir base partidária.

Conclusão: Um Jogo de Xadrez com Peças Incertas

Marcelo Nilo encarna a figura do político que tenta ressignificar sua trajetória. Seu discurso mistura realismo (“a política é feita de conjunturas”) e ambição (“vou trabalhar para crescer na opinião pública”). No entanto, o caminho para o Senado é árduo. A oposição baiana precisa não apenas vencer nas urnas, mas desmontar uma máquina petista que domina o estado há décadas.

Se Nilo conseguir transformar nostalgia em projeto concreto, articulando-se com ACM Neto e conquistando o eleitorado além das grandes cidades, poderá reescrever sua história. Caso contrário, restará a ele o papel de coadjuvante em um enredo que já o teve como protagonista. A política, como ele mesmo diz, é feita de momentos — e 2026 será o teste definitivo de sua capacidade de adaptação.

 

Daniel Almeida e a Encruzilhada da Esquerda: Entre a História e o Futuro

 

 

 

 

 

A notícia de que Daniel Almeida, deputado federal com seis mandatos consecutivos, buscará a reeleição em 2026 expõe uma contradição que define a esquerda brasileira neste século: a necessidade de preservar conquistas históricas e, ao mesmo tempo, renovar-se em um cenário político cada vez mais hostil. O alívio de parte da militância diante da confirmação de sua candidatura é compreensível, mas não esconde a dimensão do problema. A esquerda, que um dia foi símbolo de rebeldia e vanguarda, hoje enfrenta uma crise de reprodução de quadros. E Almeida, ainda que indispensável, é um espelho desse impasse.

A Força de Um Sobrevivente

Daniel Almeida não é um político qualquer. Sua trajetória é tecida com fios raros na política contemporânea: coerência ideológica, ligação orgânica com movimentos populares e uma resistência incomum aos ventos do pragmatismo. Ele próprio reconhece, em entrevista à rádio A Tarde FM, que sua permanência na Câmara é menos uma escolha pessoal e mais uma imposição das circunstâncias: “A minha média nas últimas quatro eleições é de 120 mil votos. Não podemos abrir mão disso”.

Os números justificam a estratégia do partido. Em um sistema político onde a reeleição é regra e a renovação, exceção, abrir mão de um candidato com capital eleitoral sólido é um risco calculado – especialmente para uma esquerda que, desde 2016, vive sob constante assédio judicial, midiático e eleitoral. Almeida, nesse sentido, é um sobrevivente. Mas sua resistência também revela uma armadilha: a esquerda tornou-se refém de seus próprios ícones.

O Funil que Estrangula o Futuro

Quando Almeida menciona o “funil muito apertado” para candidaturas ao Senado, está falando de um problema estrutural. A escassez de espaços de poder não é novidade, mas a dificuldade de projetar novas lideranças em meio a essa disputa é sintoma de uma doença crônica. Enquanto a direita investe em nomes jovens, muitas vezes descolados de trajetórias militantes mas eficazes no marketing político, a esquerda hesita entre dois caminhos:

  1. A idolatria do passado: a valorização excessiva de figuras consagradas, cuja autoridade moral é inquestionável, mas cujo discurso, por vezes, não ecoa em uma juventude ávida por novas linguagens e pautas.
  2. A pressa do presente: a tentativa de fabricar lideranças instantâneas, sem raízes em lutas coletivas, o que resulta em figuras frágeis e desconectadas das bases.

O resultado é um vácuo geracional. Enquanto Lula, Dilma, Boulos e Marielle (esta, tragicamente interrompida) dominam o imaginário da esquerda, poucos nomes emergem nos estados e municípios com a mesma força. A Bahia, terra de Almeida, é exemplo: um reduto histórico da esquerda, mas onde as novas lideranças ainda brigam por visibilidade.

Por que a Esquerda Não Renova?

A resposta envolve pelo menos três fatores:

  • A cultura partidária: partidos de esquerda, especialmente o PCdoB (legenda de Almeida) e o PT, tendem a priorizar a experiência em detrimento da ousadia. A lógica é compreensível – “não trocar o certo pelo duvidoso” –, mas perpetua dinâmicas centralizadoras.
  • O assédio institucional: a judicialização da política e o lawfare esgotaram energias que poderiam ser direcionadas à formação de quadros. Sobreviver passou a ser mais urgente que renovar.
  • A desconexão com as periferias digitais: a esquerda ainda não resolveu como dialogar com uma geração que consome política pelo TikTok, memes e streams. Enquanto isso, a direita ocupa esses espaços com narrativas simplistas e agressivas.

Almeida é Solução ou Parte do Problema?

Aqui reside o paradoxo. Daniel Almeida é, sim, necessário: sua experiência é um antídoto contra o amadorismo e o oportunismo. Mas sua permanência contínua também reflete a incapacidade do campo progressista de criar alternativas à sua altura. É como se a esquerda apostasse todas as fichas em um único tipo de jogador, enquanto o adversário treina todo o elenco.

O próprio Almeida sinaliza esse conflito. Em 2018 e 2022, ele tentou migrar para o Senado ou o governo baiano, mas foi contido pelo partido, que preferiu a segurança do mandato federal. Esse conservadorismo tático, ainda que justificável, adia o inevitável: uma hora, a esquerda precisará enfrentar o desafio de substituir não apenas pessoas, mas modelos.

Para Onde Olhar?

A renovação não virá de slogans ou campanhas midiáticas. Ela exigirá:

  • Investimento em escolas políticas: formação técnica e ideológica de jovens lideranças, algo que partidos como o PSOL tentam, mas em escala insuficiente.
  • Descentralização do poder: abrir espaço para que vereadores, sindicalistas e lideranças comunitárias ascendam a cargos nacionais, mesmo que isso implique perder algumas eleições.
  • Ousadia narrativa: incorporar pautas emergentes (como questões climáticas e digitais) sem abandonar o núcleo classista.

Daniel Almeida, ao buscar seu sétimo mandato, faz o que sabe fazer melhor: resistir. Mas a esquerda precisa de mais que resistência. Precisa de reinvenção. Seu alívio com a candidatura de Almeida é legítimo, mas não pode ser sonífero. Afinal, como lembra o próprio deputado, “abrir mão de 120 mil votos” é arriscado. Porém, abrir mão do futuro é muito mais perigoso.

 

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Daniel Almeida e a Encruzilhada da Esquerda: Entre a História e o Futuro

 

 

 

 

 

A notícia de que Daniel Almeida, deputado federal com seis mandatos consecutivos, buscará a reeleição em 2026 expõe uma contradição que define a esquerda brasileira neste século: a necessidade de preservar conquistas históricas e, ao mesmo tempo, renovar-se em um cenário político cada vez mais hostil. O alívio de parte da militância diante da confirmação de sua candidatura é compreensível, mas não esconde a dimensão do problema. A esquerda, que um dia foi símbolo de rebeldia e vanguarda, hoje enfrenta uma crise de reprodução de quadros. E Almeida, ainda que indispensável, é um espelho desse impasse.

A Força de Um Sobrevivente

Daniel Almeida não é um político qualquer. Sua trajetória é tecida com fios raros na política contemporânea: coerência ideológica, ligação orgânica com movimentos populares e uma resistência incomum aos ventos do pragmatismo. Ele próprio reconhece, em entrevista à rádio A Tarde FM, que sua permanência na Câmara é menos uma escolha pessoal e mais uma imposição das circunstâncias: “A minha média nas últimas quatro eleições é de 120 mil votos. Não podemos abrir mão disso”.

Os números justificam a estratégia do partido. Em um sistema político onde a reeleição é regra e a renovação, exceção, abrir mão de um candidato com capital eleitoral sólido é um risco calculado – especialmente para uma esquerda que, desde 2016, vive sob constante assédio judicial, midiático e eleitoral. Almeida, nesse sentido, é um sobrevivente. Mas sua resistência também revela uma armadilha: a esquerda tornou-se refém de seus próprios ícones.

O Funil que Estrangula o Futuro

Quando Almeida menciona o “funil muito apertado” para candidaturas ao Senado, está falando de um problema estrutural. A escassez de espaços de poder não é novidade, mas a dificuldade de projetar novas lideranças em meio a essa disputa é sintoma de uma doença crônica. Enquanto a direita investe em nomes jovens, muitas vezes descolados de trajetórias militantes mas eficazes no marketing político, a esquerda hesita entre dois caminhos:

  1. A idolatria do passado: a valorização excessiva de figuras consagradas, cuja autoridade moral é inquestionável, mas cujo discurso, por vezes, não ecoa em uma juventude ávida por novas linguagens e pautas.
  2. A pressa do presente: a tentativa de fabricar lideranças instantâneas, sem raízes em lutas coletivas, o que resulta em figuras frágeis e desconectadas das bases.

O resultado é um vácuo geracional. Enquanto Lula, Dilma, Boulos e Marielle (esta, tragicamente interrompida) dominam o imaginário da esquerda, poucos nomes emergem nos estados e municípios com a mesma força. A Bahia, terra de Almeida, é exemplo: um reduto histórico da esquerda, mas onde as novas lideranças ainda brigam por visibilidade.

Por que a Esquerda Não Renova?

A resposta envolve pelo menos três fatores:

  • A cultura partidária: partidos de esquerda, especialmente o PCdoB (legenda de Almeida) e o PT, tendem a priorizar a experiência em detrimento da ousadia. A lógica é compreensível – “não trocar o certo pelo duvidoso” –, mas perpetua dinâmicas centralizadoras.
  • O assédio institucional: a judicialização da política e o lawfare esgotaram energias que poderiam ser direcionadas à formação de quadros. Sobreviver passou a ser mais urgente que renovar.
  • A desconexão com as periferias digitais: a esquerda ainda não resolveu como dialogar com uma geração que consome política pelo TikTok, memes e streams. Enquanto isso, a direita ocupa esses espaços com narrativas simplistas e agressivas.

Almeida é Solução ou Parte do Problema?

Aqui reside o paradoxo. Daniel Almeida é, sim, necessário: sua experiência é um antídoto contra o amadorismo e o oportunismo. Mas sua permanência contínua também reflete a incapacidade do campo progressista de criar alternativas à sua altura. É como se a esquerda apostasse todas as fichas em um único tipo de jogador, enquanto o adversário treina todo o elenco.

O próprio Almeida sinaliza esse conflito. Em 2018 e 2022, ele tentou migrar para o Senado ou o governo baiano, mas foi contido pelo partido, que preferiu a segurança do mandato federal. Esse conservadorismo tático, ainda que justificável, adia o inevitável: uma hora, a esquerda precisará enfrentar o desafio de substituir não apenas pessoas, mas modelos.

Para Onde Olhar?

A renovação não virá de slogans ou campanhas midiáticas. Ela exigirá:

  • Investimento em escolas políticas: formação técnica e ideológica de jovens lideranças, algo que partidos como o PSOL tentam, mas em escala insuficiente.
  • Descentralização do poder: abrir espaço para que vereadores, sindicalistas e lideranças comunitárias ascendam a cargos nacionais, mesmo que isso implique perder algumas eleições.
  • Ousadia narrativa: incorporar pautas emergentes (como questões climáticas e digitais) sem abandonar o núcleo classista.

Daniel Almeida, ao buscar seu sétimo mandato, faz o que sabe fazer melhor: resistir. Mas a esquerda precisa de mais que resistência. Precisa de reinvenção. Seu alívio com a candidatura de Almeida é legítimo, mas não pode ser sonífero. Afinal, como lembra o próprio deputado, “abrir mão de 120 mil votos” é arriscado. Porém, abrir mão do futuro é muito mais perigoso.

 

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