A política de Vitória da Conquista vive um momento de incerteza após o carnaval. A possível união entre os pré-candidatos Waldenor Pereira (PT) e Lúcia Rocha (MDB) para disputar a prefeitura da cidade ainda não se concretizou. A aliança entre os dois partidos, na joia do sertão baiano, é vista como uma questão simbólica e estratégica pelo PT, que busca recuperar o poder na cidade.
No entanto, a viabilidade dessa união enfrenta vários obstáculos, que vão desde as diferenças ideológicas entre os pré-candidatos até as nuances do eleitorado local. Segundo analistas políticos, a base da pré-candidata não possui um eleitorado de esquerda, pois a trajetória de Lúcia Rocha mostra que seus votos são de opinião e com viés à direita. Além disso, o eleitorado conquistense, em sua maioria, é conservador e de direita, e tem uma rejeição histórica à esquerda, que é evidenciada pela derrota do candidato do PT, Jerônimo, para o candidato do União Brasil, ACM Neto, nas últimas eleições.
A união entre Lúcia e Waldenor pode até ocorrer no segundo turno, mas seus eleitorados divergem consideravelmente. A esquerda tende a não votar em Lúcia, enquanto a direita que a apoia não votaria no PT. A tentativa de unir PT e MDB em Conquista se assemelha à tentativa de misturar óleo e água. Eles não se combinam, não se integram, não se harmonizam.
Conquista é um terreno político peculiar, com características próprias que a diferenciam do cenário estadual. As nuances do eleitorado local e as divergências ideológicas entre os pré-candidatos colocam em xeque a viabilidade da tão propalada aliança. É preciso ter cautela e análise crítica antes de cravar qualquer futuro para essa possível união.