A história de uma cidade não se constrói apenas com grandes obras e mudanças urbanas, mas também pelas pessoas que dedicam suas vidas ao serviço público e à comunidade. Infelizmente, muitas dessas figuras, que deram seus melhores anos por esta terra, partem sem o devido reconhecimento, sem alarde, caindo no esquecimento. Juraci Gralha, aos 92 anos, nos deixou recentemente, e sua partida nos lembra o quanto é importante resgatar a memória de nossos cidadãos, especialmente daqueles que, como ele, viveram a política como um verdadeiro sacerdócio.
Juraci foi vereador em uma época em que a política não era feita para a promoção pessoal ou interesses privados. Era um tempo em que os políticos serviam ao povo de maneira incondicional, enfrentando os desafios com dignidade e simplicidade. Ele era o típico “pé de chinelo”, como foram outros grandes nomes de nossa política, Misael Marcílio, Olavo Ramos e Ney Ferreira, todos lembrados com carinho pelos conquistenses mais antigos.
Essas figuras, tão marcantes, foram vozes ativas na defesa dos mais simples, especialmente da população da zona rural. Juraci Gralha, em particular, foi um defensor incansável das causas populares, especialmente no distrito de José Gonçalves, sua base eleitoral. Mesmo em idade avançada, era comum vê-lo na Câmara de Vereadores, assistindo às sessões, participando ativamente da vida política local. Ele estava sempre presente, discreto, mas atento, mantendo sua postura de homem público até o fim.
O Blog de Massinha acerta ao dar valor a essas figuras, ao trazer à tona a importância de relembrar aqueles que tanto contribuíram para a cidade. Porque, afinal, não podemos esquecer de quem serviu, de quem viveu a política como um compromisso com o bem comum e não como um trampolim pessoal. Juraci, com sua pastinha debaixo do braço, seu chapéu discreto e sua presença constante na Alameda Lima Guerra, era um símbolo de uma política que precisamos resgatar.
Esses homens, como Juraci Gralha, faziam da política um exercício de proximidade com o povo, de serviço à comunidade. Eles foram a verdadeira ponte entre o cidadão e o poder público, uma ponte construída com diálogo, humildade e dedicação. Seu exemplo nos ensina que a política não é apenas sobre o agora, mas sobre o legado que deixamos, sobre o impacto que causamos na vida das pessoas. É fundamental que, como sociedade, resgatemos a memória desses homens e mulheres que deram tanto por nós.
Juraci fará falta aos seus familiares, aos amigos que compartilhavam horas de prosa na Alameda, e a todos nós, que ainda acreditamos em uma política feita de coração, para o povo. Que sua lembrança inspire as novas gerações a seguir o mesmo caminho de dedicação e compromisso. Que sua história nos faça lembrar que a verdadeira grandeza está no servir, silenciosamente, sem esperar aplausos.