Infelizmente, o Ministro Luiz Roberto Barroso persiste em sua defesa do ex-juiz Sérgio Moro e da juíza Gabriela Hartz, pondo em risco a credibilidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de todo o Poder Judiciário brasileiro. Recentemente, Barroso decidiu adiar mais uma vez a inclusão do caso envolvendo Moro e Hartz na pauta da próxima sessão do CNJ.
O relatório do Ministro Luís Felipe Salomão, fruto de um trabalho robusto e demorado, foi ignorado, dando a impressão de que a proteção corporativista pode prevalecer em detrimento da ética e da transparência. Ao mesmo tempo, o CNJ decide revogar o afastamento de Gabriela Hartz e de Danilo Pereira Júnior, mas mantém o afastamento dos desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da Quarta Região.
Não é razoável que juízes de primeira instância que cometem infrações sistematicamente permaneçam impunes. Como pode a sociedade brasileira confiar em um Judiciário que protege aqueles que são acusados de crimes graves e que desrespeitam as decisões superiores? Quantas vezes cidadãos comuns já não foram vítimas de juízes autoritários e arbitrários, que se comportam como reis ou deuses?
A impotência é o sentimento que surge quando se tenta denunciar esses abusos de autoridade, pois os órgãos que deveriam fiscalizar e punir tais comportamentos inaceitáveis parecem cúmplices da impunidade. Como podemos defender a democracia e os valores constitucionais quando a própria justiça parece cega para os delitos cometidos por aqueles que deveriam zelar pela lei? Ministro Barroso, é preciso ter paciência e persistir na luta por um Judiciário justo e responsável, onde os culpados sejam punidos e a confiança da sociedade seja restaurada. O corporativismo não pode prevalecer sobre a ética e a imparcialidade. A justiça só pode prevalecer quando houver respeito à lei e responsabilidade pelos atos de seus representantes.
Padre Carlos